A chuva só aumenta e nada de conseguir um táxi, ninguém quer aceitar a corrida com esse tempo ru1m, o que eu vou fazer?
- Hember! – escuto o Pedro gritando olhe para o lado ele está vindo atrás de mim, começo a andar para o lado oposto da sua direção.
- Vai embora Pedro eu não quero falar com você. – grito para ele.
- Você precisa sair dessa chuva, volta comigo, e vamos conversar. – ele estava com uma camiseta a calça de moletom e um chinelo, nunca vi ele assim na rua antes.
- Conversa o que? Como eu sou uma garota virgem e boba. Quer saber! Eu sou boba mesmo. Porque eu me apaixonei por você! – eu estava gritando com ele. Eu nunca gritei com ninguém na minha vida.
- Amor vem vamos conversar desculpa pelas coisas que eu disse. – o seu cinismo foi tanto que eu para e encaro ele.
- Há agora voltei a ser amor? Não quero te ouvir Pedro vai embora.
- Você precisa me ouvir, Eu te amo Hember – paro de andar e fico olhando para ele – Eu te amo tanto que chega a doer. Eu sei que disse que estava apaixonado por você antes, mas isso é diferente. E é assustador, eu nunca senti isso por ninguém na minha vida.
- Então antes era só pelo sex0 mesmo. – digo com amargura.
- Não. por favor, Hember essa chuva, você vai ficar gripada, sabe que não pode devido à asma. Vem comigo.
- Não quero Pedro me deixe em paz já ouvi demais, ouvi tudo que eu tinha para ouvir de você, me deixa sozinha que eu vou para casa.
- Você precisa me ouvir Hember.
- Não vou! Me esquece Pedro. Eu vou fazer o mesmo.
- Você não vai embora você vai subir e a gente vai conversar. – ele fala com firmeza. – Depois disso se quiser ir embora tudo bem. Eu te levo.
- Quem pensa que é para falar comigo assim?
- Se você não subir comigo agora eu vou te levar a força, você não vai sair daqui assim, não antes de me ouvir.
- Você não ousaria fazer isso - um táxi encosta na minha frente para um pessoal descer. Estava prestes a entrar quando ele me puxe me joga nos ombros como se fosse um homem das cavernas, soco as suas costas para ele me soltar, mas não adianta, ele entra no prédio comigo nas suas costas. Entra no elevador e vai comigo assim até chegar no seu apartamento, então ele me solta.
- Me solta. Você está me machucando!
- Desculpa, você não queria subir. Onde eu te machuquei? – ele pareceu realmente preocupado.
- Eu quero ir embora Pedro.
- Depois que você se trocar, tirar essa roupa molhada, a gente conversar eu te deixo em casa sem problema, agora me escuta vai, não pode pegar um resfriado.
Desisti de falar mais alguma coisa, ele não vai me ouvir mesmo, melhor deixar ele falar o que quer e depois eu vou embora. Ele pega duas toalhas.
- Tira essa roupa molhada antes que fique doente vai.
- Eu estou bem.
- Por favor não quero que você fique doente.
- Por que se importa – rebati.
- Porque eu te amo tá, as coisas que eu disse antes foram da boca para fora. Eu amo você Hember e isso está me consumindo de uma forma que eu não estou sabendo lidar.
- Você me ama, por que disse aquelas coisas?
- Amo. Eu amo mais do que você pode imaginar desculpa por tudo que eu te falei, eu passei uma péssima semana longe de você, quando você disse que me ama eu queria te dizer que sinto o mesmo. Mas as coisas aconteceram de forma diferente, e eu acabei me perdendo em escolhas que achei que seriam melhores para nós dois. Mas não dá, não posso continuar com isso?
- Escolhas que magoaram. Doeu ouvir o que você disse.
- Eu sei, eu queria te afastar e acabei falando coisas cruéis, mas nenhuma verdade.
- Pedro eu não sei...
- Eu entendo se não queimar mais me ver, mas eu precisava te dizer.
- Não sei se dá para acreditar Pedro. – digo com calma.
- Acredita nisso. – ele pega a minha mão e coloca no seu coração – Ele só bate assim quando estou com você. Quando eu estou com você é como se todos os meus problemas fossem embora, e eu esqueço completamente o que preciso fazer. Eu nunca perco o meu controle a não ser na sua presença, e isso me assusta, você tem o poder de dominar a minha alma e isso é tão intenso e real quanto assustador. Eu prefiro morrer mil vezes da forma mais dolorosa possível do que ver você com a mesma fisionomia que saiu daqui a ainda pouco. – os meus olhos estão cobertos de lágrimas. – Eu quero te contar tudo que está acontecendo, mas acredite nisso. Eu te amei desde o segundo que pus os meus olhos em você. Eu te amo Hember, e se eu tiver que renunciar o mundo por você eu vou fazer, se você me quiser.
- Eu também te amo Pedro. Mas tem alguma coisa muito errada acontecendo. - seu olhar é triste. vejo relutância, mas ele fala.
- A minha mãe conhece a sua família - eu sabia! - E ela os odeia. Por isso ela esteve aqui, por descobriu que eu estou apaixonado por você. Ela não aceita que eu te amo, me quer longe de você, mas eu não posso. – fico olhando os seus olhos marejados, sei que ele está falando a verdade.
- Por que mentiu quando eu te perguntei?
- Por que fiquei com medo.
- Medo?
- A minha mãe não é uma pessoa fácil Hember. Eu prometo te contar tudo, só preciso que me dê alguns dias, para resolver algumas coisas. Só confia no meu amor. Ele é real.
A sua mão faz carinho no meu rosto Pedro me puxa para um beijo, não tentei resistir nem queria, as nossas línguas em uma perfeita dança harmoniosa, eu senti tanta falta dele nos últimos dias, que está aqui agora nos seus braços é inebriante.