No dia seguinte minha cabeça e meu corpo doíam um pouco, como pela manhã eu tenho reuniões importantes tomei um analgésico e fui trabalhar.
Minhas reuniões foram bem produtivas, o escritório está indo muito bem. Natan sempre me diz o quanto está orgulhoso do trabalho que eu estou fazendo. Isso é gratificante.
P: Bom dia meu amor!
P: Como está?
H: Bom dia!
H: Bem, trabalhando bastante.
P: Almoço?
H: Não posso, almoço de reunião hoje.
P: Jantar?
H: Fechado. Te mando uma mensagem quando estiver livre.
P: ok, eu te amo.
H: Te amo.
No meio do dia chegou uma caixa de chocolates com um cartão dele.
- Hember?
- Sim?
- Chegou para você. – pego a caixa. Dou um sorriso com o bilhete.
- Obrigada Mônica.
. “Já que não podemos almoçar juntos, espero que essa sobremesa te faça pensar em mim, como estou pensando em você”
- Seu noivo é um fofo. – ela diz assim que vou o nome no remetente.
- Sim ele é.
- É tão bom quando encontramos a pessoa certa.
- É sim. – encaro o bilhete mais uma vez.
- Deixa eu voltar aos meus afazeres. – ela pede licença e sai.
Finalmente terminei tudo que tinha para resolver no meu dia. Mando uma mensagem para o Pedro. E começo a arrumar minhas coisas. O escritório já está vazio quase todos já se foram. Me despeço dos poucos que ficaram e vou encontrar Pedro na entrada do prédio. Sempre que marcamos algo eu deixo meu carro aqui, já que ele gosta que eu vá com ele.
- Oi – ele me abraça
- Oi – dou um beijo nele.
- Parece que eu não te vejo a dias. – ele abre a porta do carro. – Já estava com saudades.
- Eu também.
- Não vejo a hora do nosso casamento chegar logo e eu poder ficar com você todos os dias.
- Amor nos vimos ontem, você jantou na minha casa.
- Eu sei, mas não é a mesma coisa. Ter que me despedir de você é triste. – ele faz uma carinha de cachorro que caiu da mudança.
- Bobo, está chegando o nosso dia. Em um mês você não vai mais precisar se despedir de mim.
- Parece muito tempo ainda. – ele brinca. – Pensei em pegar comida naquele restaurante que você gosta e ir lá para o meu apartamento?
- Não vai cozinhar para mim hoje? – faço um bico fingindo decepção.
- Não, hoje eu quero aproveitar cada segundo com você.
- Por mim tudo bem. – ele dirige para o restaurante.
Enquanto estamos esperando a comida, Pedro pede duas taças de vinho para nós. Conversamos sobre o nosso dia. E sobre algumas coisas do casamento, mesmo achando que tudo está indo rápido demais fico feliz com o rumo delas.
A comida fica pronta rápido. Pedro paga.
- Pedro? – uma menina fala com ele quando estamos saindo do restaurante – Oi, nossa. Não acredito é você mesmo?
- Oi – ele responde ela sem jeito. Ela abraça ele. Seu corpo fica rígido.
- Você não falou que estava aqui. – ela reclama.
- Não tive tempo ainda. – como assim não tempo? Por que avisar?
- Nossa eu não sabia que você estava no Brasil mesmo, Isso é fantástico – fico parada observando eles, tentam entender o que está acontecendo. – Chegou quando?
- A pouco tempo. – pouco tempo? O que está acontecendo com ele, está sendo grosseiro com a menina e não está dizendo a verdade.
- Poxa, A vovó e o vovô sabem que chegou, não falaram nada. – avós? Ele tem avós aqui?
- Não. Ninguém sabe que eu estou aqui. - Dou um pequeno pigarro. – A Mel essa é a minha namorada. – ele diz entre os dentes.
- Namorada, nossa – ela olha para ele com as sobrancelhas franzidas – É um prazer te conhecer. – ela estende a mão.
- Hember essa é minha prima Melissa.
- Prima? – pergunta perplexa.
- É apesar dele não ligar muito para isso já que quase não vê a família daqui.
- Família daqui? – estou igual uma boba repetindo as palavras, mas ainda estou sem acreditar.
- Mel, nos precisamos ir. – Pedro pega a minha mão me puxando para a porta.
- Espera eu te conheço de algum lugar? – ela me olha com curiosidade - Você não é Hember Garcia? – seus olhos se arregalam.
- Sim, eu mesma. – fico curiosa também. – Por que?
- Temos que ir. – ela segura o braço dele.
- Deixa eu ver se eu entendi você está namorando, uma Garcia, Hember Garcia?
- Melissa! Está sendo inconveniente. Eu tenho que ir agora. Outra hora a gente conversa – ele simplesmente ignorou a menina que fica ali parado olhando para ele sem entender o que está acontecendo começamos a andar em direção ao carro, ele não diz uma palavra, só me puxa pela mão.
- O que foi isso? – puxo minha mão da dele.
- Nada de mais uma prima distante. – ele tenta parece natural, mas veja que está nervoso.
- Não pareceu tão distante assim. Fora o fato de que você me disse que não tinha família no Brasil, e agora aparece uma prima o que mais tem tios, avós? – ele não me responde, mas seu olhar já diz tudo.
- Pedro você estava me enganando?
- Amor. Eu posso explicar. Não é nada disso.
- Então explica.
- É complicado.
- Complicado? Você está brincando não é, eu te perguntei sobre família no Brasil e você disse que não tinha e agora apareceu uma família? Não vejo complicação, vejo simplesmente que você me enganou. – tento andar na direção contrária, mas ele me segura. Estou um pouco tonta.
- Não é isso. Eu nem falo com essa gente direito. M@l os conheço. Não são minha família.
Minha respiração fica pesada demais. Minha cabeça que já estava dolorida fica latejando. Como assim ele mentiu para mim sobre isso?
- Mesmo que não tem contato, eu te perguntei Pedro. – minha voz sai arrasta, entre um lugar de ar e outro.
- Amor... – ele tenta tocar o meu rosto.
- Não me toca. Eu vou pra minha casa – faço sinal para um táxi. – Me deixa sozinha... – puxo o ar com dificuldade.
- Amor espera. – tento respirar mas o ar não chega aos meus pulmões. – Hember? O que está acontecendo? Hember. – ele me segura – Meu Deus você está quente demais. – a voz dele está longe, não consigo entender muito bem o que ele está dizendo sobre os meus lábios estarem roxo. Minha vistas estão pesadas e eu simplesmente as fecho.