Ele assume uma postura séria. A sua voz mudou completamente ao telefone, ele está nervoso com a ligação. por um segundo achei que iria ignorar, mas atende.
- Oi? – ele atende a ligação – 0 que, onde? – uma pausa para ouvir o que a outra pessoa diz. – Não, estou acompanhando. Sabe? – ele respira fundo – Claro, vou avisar o porteiro. – ele desliga o celular e atende o Interfone, liberando a entrada de alguém, Pedro começou a andar nervoso de um lado para o outro, recolhendo qualquer mínima coisa que estava fora do lugar, organizando tudo como se quisesse deixar o lugar que já está limpo impecável.
- Tudo bem? – por um segundo vi nos seus olhos um menino assustado, ele para colocar as mãos no rosto, respirando fundo, e volta ao seu estado normal, o Pedro imponente, forte, que eu conheço estava ali novamente.
- Sim. a minha mãe está aqui. E eu não a vejo há muito tempo, só fiquei um pouco surpreso.
- Sua mãe? Você não esteve visitando o seu pai recentemente?
- É, mas ela não estava. Estava viajando, como sempre – ele sussurra, fico pensando em que tipo de pessoa viaja com o marido nesse estado.
- Hum, e ela está aqui no Rio?
- Sim. Está subindo – eu fico um pouco nervosa, não sei se estou preparado para conhecer a mãe dele agora, ele fala pouquíssimo dela percebe-se que uma mulher refinada talvez um pouco altiva. Isso me deixa um pouco insegura, segundos depois a companhia toca.
Pedro abre a porta, fica encarando a mulher a sua frente. Não consigo ver ainda já que ele está bloqueado a visão.
- Não vai dar um abraço na sua mãe? – a sua voz é bonita e imponente.
- Claro mãe – ele abraça ela.
Em seguida, mandou ela entrar, consigo olhar agora a mulher linda que ela é, alta de cabelos longos e loiros, muito elegantes, dá para ver de quem é beleza que o Pedro puxou. Bem mais jovem do que eu imaginava, talvez tenha a idade da minha mãe. Ela me olha e abre um enorme sorriso. Que se parece muito com o do filho.
- Oi querida, finalmente pude te conhecer, o Pedro, não para de falar de você – ela atravessa a distância e me abraça.
- Oi, um prazer conhecer finalmente a senhora também.
- Aí sem essa de senhora, pode me chamar de você. Afinal eu sou sua sogra não é.
- Sim. – dou um sorriso.
- Pode me chamar de Elise.
- Elise. Bonito nome.
- Há é só o segundo, o primeiro eu já não uso a muitos anos. – ela se senta no sofá – Ela é ainda mais bonita do que você me disse Pedro.
- Sim mãe, ela é. – um silêncio um tanto constrangedor se instala na sala.
- Não oferece uma bebida para sua mãe?
- Claro – Pedro está de uma forma estranha meio tenso não sei dizer, ele pega a bebida, entrega uma taça para sua mãe, e outra pra mim.
- Obrigada. – ele pega uma taça para ele também e se senta ao meu lado.
- O que faz aqui mãe? Odeia o Brasil. – Pedro me pareceu um pouquinho arrogante.
- Matar a saudade do meu menino, não posso? – ele bebe um gole do seu vinho.
O telefone dela toca.
- Me deem um minuto. – ela deixa a taça na mesa de centro se levanta se afastando um pouco para atender a ligação.
- Você está bem? – me viro para ele.
- Estou sim o meu amor, só não esperava ela hoje. Tinha planos para nós. – ele pega na minha mão.
- Se quiser posso ir embora. Para você ficarem mais a vontade.
- Que isso, deixe de besteira podemos ter um momento a sós depois, agora eu quero conhecer essa doce menina que encanta meu filho, o meu Pedro tem falado muito a seu respeito sabia?
- É mesmo? Que bom, o Pedro não é de falar muito.
- Verdade para você ver, temos que dar valor ao que ele sente. Já que fala bastante de você.
- Sim. Eu também gosto muito dele. – dou uma olhada para ele, que olha com seriedade para a mãe.
Ela ficou fazendo várias perguntas sobre mim, meus pais, minha família, estudos, trabalho, não entendi por que o Pedro estava tão arredio com ela, me parece uma mulher incrível, me contando das suas viagens, e coisas que gosta de fazer. Ela disse que Pedro foi com 6 anos para o colégio interno, então ela sempre teve muito tempo para viajar. Talvez seja isso que o deixa tão tenso perto da mãe dele. Pelo que ela conta quase não tiveram contato, não me imagino crescendo longe da minha mãe.
Ela vai até o toalete e Pedro pega outra taça de vinho para nós. Um negócio cai do seu bolso.
- O que é isso? – pergunto pegando o embrulho.
- Há, foi algo que comprei para usarmos hoje. – abrir, era um lubrificante escondi correndo quando escuto a voz da mãe dele vindo no corredor. – pela primeira vez desde que a mãe dele chegou vejo pedir sorriso.
- Amo quando fica corada.
- Amor guarda isso. – ele pega e coloca no bolso novamente. Vai até o quarto, logo depois volta com uma nova garrafa de vinho.
- Que tal pedirmos alguma coisa para jantar?
- Boa ideia. – já estava ficando com fome mesmo.
- Ainda tem aquele restaurante na orla, o Mariter?
- Tem, sim, é preferido mãe também ela adoro a comida de lá, eu gosto bastante comida de lá. Mas acredito que não entregue aqui.
- Eu também quando eu morava no Rio, Na época da minha juventude era o meu lugar preferido. O Pedro pode ir buscar lá. - ela diz olhando para ele.
- A minha mãe conta que na adolescência dela também ia muito lá com os amigos. Talvez se conheçam de lá?
- Talvez, quando nos conhecemos vamos saber. Então querido vai buscar comida para nós?
- Eu vou me trocar. – ele diz indo em direção ao quarto.