Defender a família.

1393 Words
Pedro atende a ligação ainda estranhando quem está ligando para ele. Não sei por que meu coração começa a disparar. - Oi?... Sim. O celular dela não está perto... Sim, na minha frente. – ele vai respondendo as perguntas. Em seguida me passa o telefone. – Ele quer falar com você. - Quem? - Seu primo. - Meu primo? – pego o aparelho. – Oi? - Hember, estamos precisando de ajuda. – ele fala de forma nervosa. Ouso gritarias ao fundo. - Miguel, o que aconteceu? – meu alerta liga. - Nico bateu em um cara aqui na boate, nos. Quero dizer ele na verdade, está encrencado. Precisamos de uma advogada. Pode vir aqui? – já começo a me levantar da cama. - Bateu!? como assim bateu? – dr0ga. - É complicado, pode vir? – ele súplica. - Já estou a caminho. Me passa o endereço por mensagem. – desligo o telefone e entrego para o Pedro. - Tudo bem? – ele me pergunta. - Não, Nico não pode se meter nesse tipo de confusão, a carreira dele não permite. Ele bateu em alguém na boate que eles estão e isso pode prejudicar sua luta que está próxima. Depois a gente termina essa conversa agora eu tenho que ir até lá ver em que merd@ eles se meteram. - Pego o meu vestido, meus sapatos. - Eu te levo. – ele também começa a se arrumar. - Não precisa amor, sair a essa hora de casa. Fecha para mim? – viro para ele fechar o zíper para mim. Analisando o meu vestido vejo que não é nada apropriado para o que estou indo fazer, um local com homens bêbados e machista. - O que não pode é eu deixar você sair a essa hora sozinha pela cidade. – ele da um beijo no meu ombro. - Me empresta um palito? – ele me olha com as sobrancelhas franzidas. - Claro, mas por que? - Boate, a essa hora da madrugada, homens bêbados, machismo em excesso, vestido s****l, não combina muito. – ele fica me encarando com um sorriso bobo no rosto. – Amor? - Claro, pode ser esse? – ele pergunta com o que ele estava usando. - Sim. – colocou o palito por cima do vestido. Que quase vira um vestido. Pedro é alto e eu baixinha, por sorte ele não é musculoso em excesso então não fica muito largo. - Vamos. – pego minha bolsa. Miguel me passou o endereço, coloco no mapa do Pedro e em pouco tempo chegamos ao local. Uma viatura está parada na frente da boate. Pedro estaciona na frente, assim que devemos o segurança com um policial bloqueia a entrada. - A Boate está fechada. - Boa noite! Sou Hember Garcia, advogada de Miguel e Nicolas. Estão me esperando. - Advogada? – o segurança me olha de cima a baixo. – Vestida assim? - Sim. Não sei você mas eu não estou de serviço o tempo todo, tenho uma vida social, mas atendo quando o dever me chama. Algum problema quanto a isso? – encaro ele com firmeza. Pedro chega atrás de mim e fica com os braços cruzado encarando eles. - Claro que não. Só um minuto que vou verificar. – ele entra e poucos minutos depois volta. – Você pode entrar. - Vamos – digo para o Pedro. – Ele está comigo. Entramos na boate. Um homem está com a bolsa de gelo no nariz, outro com um olho roxo discutindo apontando para Nico. Nico também está com uma bolsa de gelo no punho. Miguel nervoso falando com os policiais. E alguns segurança. - Boa noite. – comprimento eles. - Hember. - Esse babaca nos agrediu sem motivo algum! - Você está de s*******m! Sabe que não foi sem motivo. – Antônio diz. - Ele sabe! E se continuar eu quebro o resto da sua cara. - Nico! – chamou a atenção dele. – Deixa o senhor falar. - Quem é você? – ele me pergunta. - Hember Garcia, advogada. Deles. – aponto para os meninos. Que agora vi que não estão sozinhos. Estão com Antônio e Guilherme, amigos nossos. - Advogada? Nós fomos os lesados aqui! Esse babaca aí partiu para cima do meu primo do nada. - O que aconteceu aqui? – Pergunto para os rapazes? - Eles estavam assediando a moça. – olho para a direção e uma mulher estava chorando nervosa, com outras duas mulheres acalmando ela. - Isso aqui é uma boate não é assédio paquerar as moças. – o cara com nariz quebrado. - Paquerar é uma coisa seu i****a você passou a mão em mim! - Olha o jeito que está vestida, estava sorrindo não finge que não queria aquilo. – ele fala de forma nojenta. - Como assim? Até onde eu sei isso aqui é uma boate de dança, uma placa bem grande no loft de entrada diz que é extremamente proibido encostar nas moças. – questiono. - É uma boate de stripes o que vocês querem? - Seu nojento. – a moça vai para cima dele. Pela primeira vez Nico se levanta e segura ela. - Não sou uma stripper. sou dançarina. - Tratem de se acalmar! – o policial grita. - Fora que estava falando juras raciais para ela. Se ouvirmos bem falou que apesar de ser “negrinha ela era bonitinha e limpinha” – Guilherme diz. - Verdade, “preta gostosa” e que comeria ela fácil essa noite. – Miguel também fala. - Nico só teve uma reação as porcarias que ele estava falando. – Guilherme fala. - Ela estava sorrindo e gostando dele dando em cima dela. – o outro cara diz. - Eu estava fazendo o meu trabalho, não destratar os clientes do bar. - Que mulher descente trabalharia aqui!? – ele diz com nojo. – olha para ela, vestida assim e preta. - Senhor, não sei de onde você vem – ele tem um sotaque inglês – Mas no Brasil é crime de racismo prescrito na lei 14.532/2023 com pena de 2 a 5 anos se referir assim sobre a cor ou etnia de alguém. Fora o crime de assédio s****l. Na lei 216-A. Ato de importunar alguém de forma abusiva, com pena de 1 a 2 anos de reclusão. Passar as mãos em uma mulher sem a sua permissão é crime – falo de forma firme. - Quem você pensa que é para me ameaçar? Olha para você é mesmo advogada? – ele me encara de forma ameaçadora. Vejo Pedro se movimentar atrás de mim, ao mesmo tempo que Miguel e Nico também se posicionam. - O que você disse? – Nico pergunta. Faço um sinal com o dedo para ele ficar parado. Dou um sorriso com sacarmos. - Eu não sei de onde você veio, mas aqui no Brasil, os homens, homens mesmo sabe. Respeitam as mulheres. Quer o meu número da OAB? – pego uma cartão na minha carteira – É seu. – dou de ombros – Agora, eu vou te enquadrar em umas 5 leis diferentes e vou adorar fazer isso, por que tipo como você. Macho escroto, eu já aprendi a lidar a muito tempo. Não queira saber onde está se metendo senhor, por que eu posso e vou aniquilar você. Na verdade, policial quero registrar queixa, na verdade queremos não é mesmo? – olho para a mulher que foi agredita por eles. Ela balança a cabeça positivamente. - Jefferson? – o outro cara chama ele que me encara com raiva. – Acho melhor a gente deixa isso para lá. – eu continuo encarando ele da mesma forma. – Desculpa o meu primo, ele não é daqui. Nós não vamos registrar queixa e gostaríamos de nós desculpa com a moça. - Você aceita as desculpas dessa senhor? – pergunto para ela. Ela demorou para responder. - Sim. - Bem, mediante a tamanha cordialidade acho que também vamos dar o assunto por encerrado por aqui não é? – pergunto para os meninos. - Sim. - Tanto faz. – Nico diz. - Então, acho que estamos todos entendidos policial. - Bem se tudo está encerrando por aqui melhor irmos todos embora. – ele começa a dispersa todos. Finalmente eu consigo respirar, essa tensão toda sempre me deixa nervosa, mas uma coisa que eu aprendi com meu pai, mantenha sempre a postura em momentos de crise.
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