Comecei a rir e daí pronto né? Ai que eu não conseguia virar e sair logo do carro.
Lucas: Tu é maluca? Se o seu pai ver uma p***a dessas vai imaginar doideira. Vai me matar! Desce logo pô.
Giulia: Aí, para de me fazer rir! - Pedi pegando ar e finalmente consegui me arrumar. - Obrigada por hoje. - Agradeci e finalmente desci daquele carro.
Quando entrei em casa estava tudo escuro, escuro mesmo. Meu pai não estava na sala e eu entreguei no quarto dele pra avisar que já estava em casa.
Minha mãe estava sentada mexendo no cabelo e ele fazendo uma massagem nos ombros dela. Esses dois são sempre assim, dormem tarde que só por deus.
Giulia: Boa noite. - Beijei a cabeça da minha mãe e a bochecha do meu pai.
Pesadelo: Passou da sua hora né? da a mão e tu quer o corpo todo. Na próxima eu vou te buscar independente de onde tu estiver.
Giulia: Foi sem querer pai, não vai acontecer outra vez não.
Pesadelo: Espero, eu espero mesmo!
Alice: Como que foi lá? foi tudo certo com o menino que te levou?
Giulia: Foi sim, mãe. Tudo ótimo lá, aproveitei bastante e foi tudo certo com o menino também.
Alice: Que bom, meu amor. Vai dormir então porque amanhã você tem curso, né? - concordei e fui pro meu quarto.
Tomei um banho, coloquei meu top e meu shorts do baby doll e antes de fechar a janela da varanda fui olhar lá fora, só de curiosa.
O Lucas estava encostado na parede lá do outro lado da rua. Tinha vez que ele ficava nessa janela e outras vezes ficava na parte de dentro de casa, mas só durante a noite e na minha janela que da vista pra piscina.
Acho que ele sentiu alguém observando porque olhou pros lados e depois olhou pra mim. Cruzou os braços e ficou me encarando firme mesmo então quem desviou fui eu, depois já fechei a porta e fui deitar.
Acordei com o celular tocando e já mandei mensagem no grupo, avisando que iria hoje.
Coloquei meu shorts, meu blusão de sempre e no pé o chinelo que minha mãe fica p**a. Mas até parece que nesse calor todo que faz no Rio de Janeiro, eu iria colocar tênis só pra acharem bonito.
Peguei a bolsa com os cadernos e a casa estava um silêncio, super cedo e é impossível de ter alguém acordado atoa.
O menino que sempre faz minha segurança já estava encostado na porta do carro e o motorista lá dentro.
Giulia: Bom dia. Tudo bem?
Vitinho: Fala Giulia. De boa e você?
Giulia: Tranquilo também. - sorri e entrei no carro.
O menino deu saiu com o carro e o Vitinho foi com a moto, como de costume.
Era raro do Ruan andar armado e justamente por causa do Vitinho.
Essa vida é maior perigo né? é sem chances dele parar em um enquadro, sempre ia igual um doido e já teve que entrar igual maluco na favela por isso.
Quando cheguei no curso de espanhol meus colegas já estavam lá na frente. Eu acho engraçado a maneira o look quase que padrão dos cariocas, uma graça!
LARISSA NARRANDO:
Fim de semana mas nada muda pra mim né? acordei cedinho pro cursinho pré-vestibular. Quem sabe da minha idade estranha de eu ainda estar fazendo cursinho, mas esses anos dois anos depois que eu me formei foi todo pra curso fora da grade.
Terminei meu curso de Inglês, espanhol, técnico em atendimento e tudo que pudesse me ajudar quando eu finalmente terminasse a faculdade.
Subi a favela enquanto amarrava o meu cabelo em um coque e quando passei na boca o mesmo cara de sempre ficou me encarando. Não era nada escancarado, mas quem esta sendo observado sempre percebe né?
Como já era mais de meio dia, era bem capaz de que ele estivesse por aqui, então só olhei rapidamente e segui o meu caminho.
Quando passei na frente da lanchonete meu pai estava na moto de braços cruzados e falando com uma senhorinha bem de idade mesmo.
Ia passar direto mas ele bem me chamou.
Pesadelo: Col foi, Larissa? me viu não, filha? - Perguntou assim que eu parei do lado dele.
Larissa: Vi sim, é que o senhor estava falando com a moça, acabei passando direto pra não atrapalhar.
Pesadelo: Já falei que tu não atrapalha nunca pô. Tá maluca? - Pausa - Ta indo pra casa?
Larissa: Tô sim, almocei com uns colegas e agora preciso terminar um projeto.
Pesadelo: Tu não descansa não? fim de semana, filha, fica de boa algum dia porque daqui a pouco tu tá maluca!
Larissa: Aí pai, o senhor sabe que eu preciso entrar logo, a prova esta logo ai.
Pesadelo: Não fica pirada com isso viu? se liga! - Falou sério.
Larissa: Tá bom, pai. Fica com Deus! - Dei um beijo na bochecha dele e segui meu caminho pra casa.
(...)
Estudei horrores desde a hora que eu cheguei em casa é uma amiga começou a me ligar pra gente ir pra um barzinho na lapa.
- Hoje não dá amiga!! Estudei horrores e tô super cansada.
Não perguntei, Larissa! Bora, bora que todo mundo do cursinho vai.
Vai ser top!!
- Poxa amiga
Tô muito cansada mesmo. Não tem como ser outro dia? E você sabe bem que eu nem gosto de sair muito pra lugar tão cheio.
Hoje sim amiga. O Bruno perguntou de você aqui, vem logo pra relaxar a mente já que você já estudou tanto hoje.
- Vou me arrumar e daqui a pouco tô saindo de casa!
Enrolei demais na cama e quando lembrei que tinha confirmado com a Camila, levantei e fui tomar um banho e vestir outra roupa.
Avisei minha mãe que iria sair e entrei logo no banho.
Meu pai não pegava tanto no meu pé e justamente por eu ser mais na minha. Mas isso não significa que é 100% tranquilo não, as vezes surta se me ver sorrindo pro celular.
Outro dia queria ir pra cima do garoto na rua porque ele me olhou enquanto meu pai estava do meu lado.
Coloquei um vestido preto básico e fiquei pelo menos 30 minutos finalizando meu cabelo. Meu cabelo é meu mimo, posso estar cansada que for, mas meu cabelo sempre recebe o cuidado dele nos dias certinhos.
No pé coloquei um tênis branco e uma jaqueta branca jeans só pra não passar frio mais tarde.
A única coisa que me fez perder tempo foi porque não estava achando o cartão que meu pai deixa comigo.
Quando estava quase avisando que ia sair de casa, lembrei da abençoada da Giulia.
Ela não perde um rolê, quer todos. Então fui chamar a bonita né.
Não precisei falar duas vezes porque ela pulou da cama e foi se arrumar. Não demorou porque não passou maquiagem.
- Tô saindo de casa agora e vou levar a Giulia.
Beleza amiga.
VEM LOGO!
O motorista da Giulia já estava lá fora esperando a gente mas antes de sair da favela passou na boca porque meu pai queria falar com ela.
Meu vidro tava meio baixo e o menino ainda estava lá. Ele me encarou real, olhou até eu desviar e subir o vidro pro meu pai não reclamar.
Giulia: QUE ISSO? eu viii! - gritou sorrindo e bateu palmas - Eu vi ele te olhando, me conta logo.