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1182 Words
Ingrid Narrando Termino de fumar meu baseado jogando a minha fumaça pro ar, não sou muito de fumar não, mas quando eu me sinto muito ansiosa eu recorro a ele pra poder me acalmar . Estou em cima de uma laje no alto do meu morro, vendo os filhos de uma p**a do cu azul descer o meu morro recolhendo os soldadinhos de chumbo que ficaram pelo caminho depois de uma invasão que eles mais uma vez perderam e mais uma vez não conseguiram me levar e nem descobrir quem eu sou e se depender de mim isso eles vão morrer querendo saber e nunca vão descobrir. Me chamo Ingrid, tenho 32 anos, sou morena clara dos cabelos longos pretos e olhos esverdeados, tenho 1,65 de altura, sou magra, tenho p****s e a b***a originais e proporcionais para o meu corpo, pernas torneadas e barriga zero , mas se eu fosse cheinha eu também não ligaria não, não sou de fazer dieta, gosto de comer e comer bem por sinal, mas aí foi a genética mesmo que ajudou, incluindo os meus belos olhos verdes que fui a única a herdar do meu bisavô por parte de mãe . Nascida e criada no morro do Alemão, formada em direito criminalista e contabilidade, fiz as duas faculdades ao mesmo tempo, como eu consegui ? Não sei ! Mas foram dias e noites de virote, mas eu me formei, eu queria aprender tudo, queria o mundo e o meu mundo, fui Nascida Para Comandar o Morro do Alemão e aqui estou . Claro que nenhum pai quer esse destino pra os seus filhos e por mais que o meu fosse do movimento na época, ele jamais imaginaria que eu queria esse destino pra mim e que só me formei nesses dois cursos pra eu aprender tudo que eu poderia sobre as leis e fazer a contabilidade de uma empresa, porque se olhar direitinho o morro é uma empresa e eu tinha que saber de tudo. Meu pai era sub dono do morro e o meu dindo era o dono, que infelizmente faleceu numa emboscada. Meu pai óbvio não iria permitir que eu entrasse para o movimento, então alguns meses antes do meu dindo vir a falecer eu fui conversar com ele Lembranças On Luizão - Se teu pai te pega tu vindo aqui na boca tu sabe que só sobra pra mim né ? O que foi de tão grave que não poderia me esperar chegar em casa Guiu ? - ele já fala de uma vez assim que eu entro na sua sala e me chama pelo apelido uó que ele me colocou e eu reviro os olhos por causa disso. Ingrid - Para de me chamar assim Orx ! Luizão - Um dia tu vai sentir falta, vai desenrola logo que já já ele tá brotando aqui e eu não tô querendo escutar falatório não. - ele fala acendendo o seu baseado. Ingrid - Já estou terminando as minhas faculdades .. - quando eu vou falar mais uma vez ele me interrompe e eu bufo frustrada porque ele sabe que eu odeio isso. Luizão - Finalmente, já se decidiu ?? - ele fala rindo de lado porque sabe que eu odeio quem me interrompa. Ingrid - Dá pra deixar eu falar ? Já sim, já me decidi, eu quero fazer parte do movimento foi pra isso que eu estudei tanto. Estudei pra entender tudo como funciona, leis, contabilidade, administração, tudo. Entenda dindo que eu não me vejo fora daqui pra fazer nada, por isso eu vim falar com você . Luizão - Ingrid, isso que você está me pedindo está fora de cogitação, você sabe que eu nunca colocaria você na linha de frente e nem envolveria você nesse mundo e muito menos seus pais aceitariam e seu pai me mataria se eu aceitasse e ainda tomava o meu posto. - ele fala passando a mão no rosto e se afastando um pouco e eu me sento na cadeira à sua frente. Ingrid - Tudo bem eu não ficar na linha de frente, mas eu quero trabalhar aqui, quero viver esse mundo e você sabe muito bem que sempre deixei isso bem claro principalmente pra você. Eu faço toda contabilidade e cuido dos assuntos jurídicos daqui, mas eu não quero atuar em nada além que for aqui . - eu digo séria e ele me encara negando. Lembranças off Depois disso foram vários embates, com meus pais e meu padrinho, mas sabe aquele ditado água mole pedra dura tanto bate até que fura e foi isso que aconteceu. Primeiro meu padrinho cedeu, mas disse que eu ficaria longe da boca e das drogas, reorganizou o seu escritório na casa dele e eu fiquei trabalhando de lá, tudo era eu que fazia, estudei pra pan e passei posso advogar pelo comando também o que já ajuda bastante. Meu pai ficou sem falar comigo por um bom tempo, já minha mãe sempre me apoiou em tudo, inclusive dessa vez que eu pensei que ela não ficaria ao meu lado ela me surpreendeu e disse que nem concorda e nem discorda, me deu vários conselhos e eu agradeci a Deus por ter ela ao meu lado. Depois de um tempo eu vi e senti a necessidade de ser treinada pela minha própria segurança, por tudo na verdade e aí lá vamos nós pra um outro embate, mas consegui e meu padrinho que me treinou e pra mais uma vez minha surpresa o meu pai em um dos meus treinamentos de tiro ele veio ver e começou a me posicionar melhor, a me orientar também e foi a partir desse dia que ele começou a aceitar que eu de fato estaria dentro do movimento. Eu não fiz treinamento pra está em uma invasão, mas me vi dentro de uma de surpresa que teve quando eu estava indo ao salão, eu não pensei duas vezes e eles não tinham mais pra que lutar contra se eu já estava ali, então só me armei, coloquei minha touca e fui pra guerra. Guerra essa que me custou a vida do meu pai, do homem da minha vida daquele que literalmente pulou na bala por mim, porque eu matei quem iria acertar nele e ele foi fazer o mesmo por mim e pulou na bala pra me salvar e foi atingido bem na testa. Doeu e ainda dói, minha mãe entrou em desespero e depressão, não quis mais viver aqui de jeito nenhum e foi embora para o sítio que meus avós moram lá e periodicamente eu vou visitá-la, mas depois da emboscada que houve com o dindo eu não pude mais ir, porque tive que assumir o morro às pressas há três meses. Esse fim de semana terá minha apresentação oficial no baile e eu vou anunciar o Kinho como meu sub, ele é meu segurança desde de sempre e agora quero ele mais ainda ao meu lado, meu braço direito e também, enfim vou conhecer o homem da voz que tá tirando o meu juízo, o chefe da facção.
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