Acordo cansada, fui dormir tarde e Liz acordou a noite inteira para mamar estou com os p****s doloridos. Levanto e faço minha higiene matinal.
Saio do quarto e do de cara com um armário grande e musculoso, nossa que delícia, digo, nossa, que homem grande.
— Bom dia!
— Bom dia, Flor, eu estava indo bater na porta do seu quarto, se ajeita para gente ir tomar um café antes de ir para a empresa.
— Tudo bem, só vou beber água e já me ajeito — Ele me olha com as duas sobrancelhas arqueadas — Que foi? Você não toma água de manhã não?
— Não é isso, acho melhor você colocar uma roupa — Ele fala rindo e eu olho para meu corpo.
Estou apenas com o short de dormir e o sutiã de amamentação.
— Ai meu Deus, me desculpe Santiago, acabei esquecendo, é que Liz acordou a noite toda para mamar, fui dormir tarde também — Ele começa a rir — Você entende né? Você sabe que não fiz de propósito, eu esqueci mesmo, aí me enrolei toda viu? — Ele continua gargalhando — Vou tomar um banho e trocar de roupa, já volto — Sai rapidinho cheia de vergonha.
Tomo um banho e minha pequena acorda, mama um pouquinho e eu ajeito ela.
— Estamos prontas — Aviso.
— Ótimo, vamos deixar ela na sua vizinha?
— Sim, mas eu vou lá sozinha tá bom? É porque o povo dessa vila fala demais, eles já vão comentar sobre seu carro parado aí na rua, você pode me esperar na entrada da vila? Acho melhor.
— Se você prefere assim, tudo bem, vou te esperar lá.
Saímos de casa e eu caminho até a casa da Dona Rosa.
— Bom dia Dona Rosa — Saúdo ela assim que ela chega no portão — Eu vou para uma entrevista e talvez eu fique por lá mesmo, eu te ligo para avisar tá bom? Se tudo der certo, eu pagarei a senhora.
— Bom dia menina! Que isso, vai me pagar nada, faço porque amo vocês.
— Obrigada, agora deixa eu ir senão vou me atrasar — Beijo minha bebê e entrego para ela.
— Flor, deixa eu te perguntar minha filha. Toda vila tá comentando sobre o tal homem que dormiu na sua casa noite passada.
— Bando de gente fofoqueira em Dona Rosa, ele é apenas um amigo — Se é que posso chamar ele de amigo.
— Tudo bem menina, cuidado viu? Vai com Deus.
— Amém, fica com Deus também.
Caminho até a entrada da vila, povo daqui é fofoqueiro em, só Deus mesmo. Quando morrer vai ser um caixão para o corpo e outro para a língua, tá doido!
— Então, podemos ir? — Ele pergunta assim que entro no carro.
— Sim, você acredita que o povo já está comentando sobre você ter ficado a noite lá em casa? — Comento com ele.
— O povo daqui tem tempo sobrando, né? — Ele ri da situação.
— Nem fala, se cada um que falasse da minha vida me desse um real, eu teria dinheiro para comer o mês todo.
— Você passa muitas dificuldades? — Ele pergunta sem me olhar porque está prestando atenção no trânsito.
— Um pouco — Minto — Mas não liga para as coisas que falo não, eu falo muita coisa sem pensar — Justifico.
— Vamos tomar café da manhã em um lugar bem legal e depois na hora do seu almoço te levo para almoçar.
— Que isso, não quero abusar de você não!
— Faço questão Flor.
— Ah, então tá bom né? A gente não pode negar comida.
Ele ri de mim mais uma vez. Eu divirto ele pelo menos.