Capítulo Quatro: Garota Problema.

3049 Words
*Lorenzo narrando*         Um dia  antes do racha ...          Termino meu café da manhã e me despeço dos meus pais e saio para trabalhar, opto por ir de moto pelo resto da semana pois mandei meu carro para a oficina, e queria sentir o vento bater e a adrenalina me dominar, dirijo até a delegacia, em minutos estaciono minha moto na vaga que fica reservada para mim todos os dias e entro na delegacia.        Assim que passo pela porta vejo Talita e Mauricio sentados conversando animadamente, atraio a atenção dos dois com uma tosse forçada. _que bom que chegou, nosso informante está na sala de interrogatórios - Mauricio fala pegando seu café que está em cima da mesa da Talita  _Bom dia Lorenzo - Talita fala com um sorriso animado  _seja lá o que você tiver feito Mauricio, continue - Falo e Mauricio gargalha enquanto vejo Talita ficar séria  _vão trabalhar antes que eu mande os dois pastar - Talita fala e eu apenas ando com Mauricio até a sala de interrogatório              Antes de abrir a porta da sala de interrogatório, fui até a minha sala e deixei meu celular e minhas chaves do carro em cima da mesa, peguei um café preto na máquina do corredor da delegacia, respirei fundo assim que Mauricio pegou a ficha do homem que estava do outro lado da porta, li atentamente.                    "Jorge Assunção, 37 anos, morador do morro do Alemão a seis anos, duas passagens pela polícia registradas por perturbação da ordem, Três filhos, separado. " _vamos lá? - Mauricio pergunta e eu concordo com a cabeça            Entro na sala e vejo o homem sentado na cadeira, seus olhos me encaram com um certo medo, sentei na cadeira que me deixava bem de frente para ele. _Jorge Assunção? - Pergunto encarando seus olhos  _sim senhor - Ele responde.            Sua voz demonstrava medo, provavelmente Jorge esta arriscando sua vida só de estar aqui e ia arriscar ainda mais se a ideia que o Mauricio teve a dois dias atrás, desse certo. _Jorge, para sua segurança eu só vou falar o necessário. Você fornece informação para a polícia a bastante tempo e esse provavelmente vai ser o pedido mais difícil que vamos te fazer - Falo e ele me encara  _O que eu vou precisar de fazer? - Jorge pergunta e Mauricio começa a falar  _estamos em uma investigação muito importante e vamos precisar que você descubra uma coisa pra gente - Mauricio fala e eu continuo  _Recentemente descobrimos que os morros estão organizando um racha, muito, muito grande e eu quero saber como entrar nele - Falo e Jorge me encara assustado  _Vocês estão brincando né? - Jorge pergunta e eu travo o maxilar  _Jorge, presta atenção, você não está em uma boa posição nesse momento e eu não estou pedindo, eu estou dizendo que eu quero - Falo e Jorge continua nervoso  _que garantia eu tenho de que não vou morrer assim que eu te levar para o racha? - Jorge pergunta e eu encaro Mauricio visivelmente irritado  _100 mil reais - Mauricio responde e vejo Jorge dar um pequeno sorriso _Até onde eu sei, a família do dono do morro não vai participar do racha, então vai ser mais fácil eu te colocar para dentro do racha junto comigo, mas qualquer passo em falso, estamos mortos - Jorge fala e eu  continuo o encarando  _Porque os donos não vão ir em um evento tão importante? - Pergunto enquanto Mauricio anota algo na ficha que estava na sua mão   _parece que alguém esqueceu do dever de casa. É o aniversário de casamento dos donos e os filhos e amigos deles irão estar todos reunidos em algum lugar para a festa, o morro todo está trabalhando e planejando isso - Jorge fala e eu reviro os olhos, bato as mãos em cima da mesa, fazendo ele se assustar. _ESCUTA BEM, você não é nosso único informante que temos, não ache que você é especial só porque está sentado nessa cadeira prestes a ajudar em uma operação importante, eu posso te substituir em um estalar de dedos, e aqui TODO MUNDO FAZ O DEVER DE CASA - Falo gritando a última parte. Jorge permanece em silencio _Você tem até a manhã pra voltar aqui e me dar a data desse racha e como vamos ir, caso contrário, pode ficar em casa - Falo saindo da sala batendo a porta  _Lorenzo, sua mãe está no telefone, ela disse que é importante - Talita fala quando eu passo por ela na recepção  _Talita, pega um energético pra mim, vou precisar - Falo e ela concorda com a cabeça           Entro na minha sala e pegou o telefone.  *Ligação On* Jade: Lorenzo Albuquerque, que história é essa de você estar em uma operação para prender traficantes mafiosos?  Lorenzo: Não acredito que meu avô abriu a boca grande dele!  Jade: Por sorte o seu Avô tem um pouco de juízo ainda e você tem dez segundo pra começar a falar ou eu vou pegar o carro e eu vou ir até ai  Lorenzo: Tá bom mãe. Olha, eu recebi esse caso faz pouco mais de duas semanas. Existe uma máfia se instalando no Brasil, o problema mais sério nisso tudo é que várias mulheres estão sumindo, todas sem família, sem ninguém que as procure, isso quer dizer que alguém, esta traficando essas mulheres ou coisa pior. Jade: Lorenzo, presta atenção filho! Isso é perigoso meu amor, mais perigoso do que você imagina! Fora que tem seus tios nesse meio ainda! Lorenzo: Mãe, chega! Eu sou delegado da equipe de operações especiais, eu fui treinado e testado para isso. Essa operação é uma das mais importantes da minha carreira e eu não vou largar ela! Quanto aos meus tios, vou deixar eles o máximo de tempo que eu conseguir, eu prometo  Jade: Tudo bem Filho! Mas mesmo assim, tenta não deixar isso te fazer m*l, eu não suportaria te ver ferido ou qualquer um deles ferido Lorenzo: Eu sei mãe, não vai acontecer nada, só vamos pegar as pessoas certas, não vou interferir em nada mais Jade: Olay, Olha, sábado seus tios, tias e primos vão vir aqui em casa para jantarmos juntos, quero você em casa, okay Lorenzo? Lorenzo: Sim senhora dona Jade  Jade: Te amo Filho! Lorenzo: Te amo mãe!  *Ligação Off*               Depois dessa longa conversa com a minha mãe, Talita me trouxe o energético que eu tinha pedido e eu comecei a trabalhar novamente, seria um longo dia de trabalho.                                 *Laura Narrando*             Atualmente....          Nesse momento eu estou sentada em uma das cadeiras que ficam na boca, com a mente a um bilhão. Chegou o grande dia, hoje nada pode dar errado.        Os meninos da boca e o tio PR já organizaram o racha e todos os representantes dos principais morros, exceto o alemão que mandara um dos meninos da boca para competir mas que não irão ter alguém do comando principal no racha. _Laura! - Escuto alguém me chamar e me viro, dando de cara com a tia Analu segurando o Caleb pela mão _Oi tia! Oi meu amor! - Falo puxando o Caleb pro meu colo  _Laurinha, você pode levar o Caleb pra tomar sorvete enquanto eu falo com o seu tio sobre hoje à noite? - Tia Analu pergunta e eu olho para o Caleb que sorri animadamente enquanto mexe nos meus cabelos  _Claro tia!  - Falo e ela se despede do Caleb com um beijo na testa dele e em seguida vai procurar o meu tio             Depois de enrolar por alguns minutos, finalmente sai da boca de mãos dadas com o Caleb até o meu carro que estava parado na frente da boca, ajudei o Caleb a entrar no carro e coloquei ele na cadeirinha, e em seguida entrei no carro e coloquei o sinto. _Gatão, onde você quer ir tomar o sorvete? - Pergunto e Caleb sorri novamente  _pode ser na praia? Aquela bem bonitona? - Caleb pergunta e eu gargalho _seu pedido é uma ordem capitão - Falo começando a dirigir o carro até uma sorveteria que ficava na beira da praia e eu sempre parava lá quando precisava pensar              Em minutos, Caleb e eu estávamos fazendo nossos pedidos no balcão da sorveteria, pedimos dois sorvetes de chocolate com tudo o que tinha direito.            Estava quase anoitecendo quando escutei meu celular vibrar, era a Tia Analu pedindo para que eu levasse o Caleb de volta para casa, pois a babá já havia chegado e ele já deveria estar cansado. Saímos da sorveteria e eu ajudei novamente o Caleb a entrar no carro, coloquei o sinto nele e em seguida entrei no carro e comecei a dirigir em direção ao morro.            Na metade do caminho, Caleb acabou pegando no sono no banco de trás enquanto estávamos presos no transito, paro no sinal vermelho e abaixo os vidros do carro, desligando o ar condicionado.            E então, uma moto para ao lado do meu carro, encaro os olhos do motoqueiro que parece estar lendo cada pedaço da minha mente. O carro de trás buzina, e eu volto a minha atenção ao transito, acelero o carro e vejo o motoqueiro ficando para trás.          Deixei o Caleb em casa ainda dormindo e dirigi até em casa, estacionei meu carro na garagem e entrei em casa, meu pai já estava pronto junto com o tio PR que estava com ele na sala repassando o plano. _Oi homens da minha vida, tudo certo? - Pergunto passando por eles _Tudo Filha - Meu pai responde e eu subo as escadas           Entro no meu quarto, olho no relógio e ele marca 21:00 da noite,  pego uma toalha e vou para o banho.          A tensão de ter planejado algo tão grande estava dominando meu corpo dos pés a cabeça, deixo a água cair pelo meu corpo enquanto respiro fundo. Depois de lavar meus cabelos finalmente saio do banho e deixo meus cabelos secarem naturalmente enquanto desci para  preparar algo para comer já que eu estava sozinha em casa por conta de que os meus pais saíram pra se reunir no galpão para repassar o plano junto com os outros que irão participar, tanto do assalto quanto do racha.           Duas horas depois, giro a chave da minha moto que saiu da oficina hoje a tarde nos meus dedos e respiro fundo.                                       ...       Termino de me arrumar  e olho o relógio mais uma vez, são exatamente 00:45, termino de arrumar minha roupa,  coloco minhas duas pistolas na cintura e pego o capacete e tranco a porta de casa, e mandou a última mensagem para a minha mãe que me responde que eles só estão esperando o meu sinal assim que eu chegar no racha para começarem o assalto.          Acelero minha moto ao máximo assim que eu saio do morro, hoje, quanto mais atenção eu atrair, melhor pro plano dar certo.          Assim que chego no local do racha, vejo o local lotado, cheio de carros e motos por todos os lados, som alto, pessoas bebendo. Subo direto para o camarote, onde encontro o Peteleco, um dos melhores soldados do morro. _Oi princesa - Peteleco fala e me abraça _Oi meu príncipe, como está tudo? - Pergunto e ele sorri _Prontos pra começar - Peteleco fala e eu sorrio _Começa as corridas e quando der duas da manhã você me chama - Falo e entrego meu capacete pra ele  _Fechou patroa! - Peteleco fala e eu caminho até o bar atentamente, observo todas as pessoas que estão presentes, alguns rostos eu não conheço, outros são bem familiares.          Rodo os olhos pelo bar e vejo Cleber e Giovani chegando com três meninas que provavelmente, trabalham na boate do Giovani, sorrio para os dois. _GATA DO MEU CORAÇÃO - Giovani fala e eu o abraço, atraindo um olhar matador da menina que está ao seu lado  _meus lindos, vocês estão maravilhosos - Falo e Cleber me abraça  _vai ir correr hoje? - Giovani pergunta e eu sorrio maliciosamente _Obvio que eu vou, nunca vou ganhar grana tão fácil igual essa noite - Falo e eles gargalham  _Corrida principal então? - Cleber pergunta e eu sorrio batendo na cabeça dele  _Obvio menino - Falo pegando a minha Skol Beats que o barman havia trazido a algum tempo          Fiquei conversando com os dois, até receber mensagens do Gustavo falando que já estavam apostos e prontos para entrar, essa hora a polícia já deveria estar quase saindo para vir nos encontrar e com toda certeza teria alguém deles entre nós, respirei fundo, respondi a mensagem dizendo que eles só poderiam começar quando eu desce o sinal, fiquei mais um tempo dançando e bebendo no dar, preparei a chave da moto e arrumei a pistola na minha cintura, respirei fundo e olhei no relógio, 01:55, ando até o camarote onde peteleco está. _está na hora Patroa! Toma seu capacete - Peteleco fala e eu n**o com a cabeça  _Nada de capacete Pete - Falo e ele arregala os olhos  _Laura, se isso der errado ... - Peteleco fala e eu o encaro _Se isso der errado, eu assumo o risco. Me deseje sorte Pete -  Falo e ele n**a com a cabeça _Boa Sorte Doida - Peteleco fala e eu ando até a pista de corridas.            Posiciono o minha moto na pista principal, mandou mensagem para a minha mãe e ela me dá o sinal verde para eu liberar os meninos para eles entrarem em ação, no mesmo minuto eu mando eles começarem.           Acelero a moto e escuto o ronco dela dominar meus ouvidos, os outros competidores começam a se posicionar na pista principal e eu pego eu colar que ganhei de presente quando fiz 18 anos, toco ele, vai dar certo. Tem que dar certo!           A corrida começa e eu acelero o máximo que eu posso, algumas motos chegam perto, entre elas a de Flavia Vladock irmã de um dos playboys mais chatos que eu já conheci e filha do ex líder de uma máfia muito poderosa. Acelero ainda mais, meu cabelo voa, o ar bate contra o meu rosto, vejo a linha de chegada, aperto o freio e a moto derrapa, sinto meu braço encontrando o asfalto quente, consigo colocar ela novamente de pé e finalmente paro na linha de chegada, sendo recebida por todos a minha volta com festa, sorrio para eles e entrego a chave da moto para um dos soldados que estava me esperando.         Ando até o camarote novamente, dessa vez presto mais atenção no camarote, vejo dois homens saindo dele, um mais velho que parece estar com medo e o outro, com várias tatuagens e uma pose de superioridade incrivelmente enigmática, olho para ele, e me lembro exatamente de onde eu o conhecia, jamais esqueceria aqueles olhos, aqueles braços.          Passo por ele sem olhar em seus olhos, algo nele me afetava tanto que eu não conseguiria continuar andando se olhasse para os olhos dele. Aproveito que Peteleco está do meu lado e desvio a minha atenção para ele, deixando o policial misterioso ir embora.  _Pete, quem era aquele cara? - Pergunto quando estávamos distantes o suficiente para ele não escutar _Policial e provavelmente, você não vai querer conhecer ele, ele cheira a problema - Peteleco fala e eu sorrio          A verdade é que ele não saia da minha cabeça desde que o vi no dia da revista e provavelmente não sairia tão cedo.                    *Lorenzo Narrando*  Mais uma missão, mais gente pra investigar e noites de sono perdidas, observando todo mundo . Estou no racha, onde os traficantes e mafiosos apostam muito dinheiro, estou disfarçado graças ao informante da polícia, sem ele,  ninguém me deixaria entrar aqui ainda mais  se soubessem que sou policial, mas o Jorge morador do morro do alemão me ajudou a entrar quando prometi 100 mil reais pra ele, observei todas as corridas, até que uma mulher extremamente linda de cabelos cacheados entra no camarote que estou, ela chama por um tal de peteléco, bem provável que ele trabalhe em uma das favelas, e fala algo com ele , ele tenta entregar o capacete pra ela mas ela n**a e sai , vejo quando ela liga a moto e se posiciona na pista de corridas olho pro lado cogitando se ela realmente é louca de participar de um racha sem capacete , encaro o Jorge e observo a corrida, ela ganhou mas quando derrapou na pista machucou o braço , pessoas correm até ela e eu só me pergunto quem seria ela, nossos olhares se cruzam quando passo pela porta de saída junto com Jorge, seu olhar e hipnotizante meu coração acelera mas mantenho meu foco _quem é ela Jorge - pergunto e ele ri  _problema - ele fala e vamos embora O fato é que a menina problema não saiu da minha cabeça ...                 *Laura Narrando*         Assim que terminei de fazer o curativo no meu braço ralado por conta do asfalto, escutei a sirene de várias viaturas da polícia se aproximando, sorrio orgulhosa de ter dado certo, corro e pego meu capacete, entrego para o Peteleco e ele corre até a minha moto e eu vou para o carro que está bem escondido no estacionamento, acelero ele, despistando as viaturas que estavam vindo atrás de mim, entro em uma rua deserta e vejo o barracão sendo aberto pelo Peteleco, estaciono o carro dentro ele sorrio para o mesmo, e o deixo ali, entrando em outro carro que estava ali e acelero mais uma vez indo para o ponto de encontro que combinei com o pessoal do assalto.        Assim que estacionei o carro no local, olhei para o relógio, 3:52 da manhã, bato a mão no volante sabendo que está quase na hora combinada e eles ainda não chegaram.         4:05 da manhã, cinco minutos de atraso, saio do carro e apoio as mãos em cima do capo, nervosa, e então, ouço o ronco das motos chegando. _AAAAH, finalmente - Falo assim que minha mãe e a tia Analu tiram os capacetes _Você acha que é fácil roubar uma joalheria? - Gustavo pergunta descendo da moto e eu gargalho _Acho que nunca fiquei tão feliz em ver vocês - Falo e abraço todos            Depois de alguns minutos, falando com a minha mãe e com a tia Analu e com os meninos, entrei no carro e o dirigi a caminho do aeroporto.                México, ai vou eu!
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD