ANO 2015, RIO DE JANEIRO.
COMANDANTE PEDRO RODRIGUES NARRANDO.
Pedro: Diana presta atenção, pega a mala de dinheiro e some do rio de janeiro com a Clarice. — Eu gritei nervoso com a Diana.
Diana: Como assim? O que está acontecendo Pedro?
Pedro: Fodeu, fodeu tudo Diana, eles vão me matar e se vocês tiverem aqui, vão morrer junto comigo.
Diana: Quem vai te matar Pedro? — Ela começou a chorar preocupada e eu fui ate ela passando a mao no seu rosto.
Pedro: Você nunca vai entender, só pega a nossa filha e todo o dinheiro que te dei para guardar, e vai, some do rio de janeiro meu amor, termina de cria a nossa filha longe dessa merda toda.
Diana: Pedro, pelo amor de Deus, o que está acontecendo, me fala, talvez podemos resolver juntos.
Eu segurei o rosto dela com as duas mãos, a beijei e depois encostei a minha testa na dela.
Pedro: Vai e não olhe para trás.- Fui até a Clarice, passei as mãos nos cachinhos do cabelo dela, ela tem apenas 14 anos e o meu maior medo era não ver a minha filha crescer e se tornar a mulher incrível que eu criei ela pra ser.
Pedro: Vem aqui meu amor, me de um beijo. — abracei ela forte e acabei deixando algumas lágrimas cair.
Clarice: Não chora pai, vai ficar tudo bem e o senhor vai dar um jeito como sempre fez e me ensinou, eu te amo.
Pedro: vai sim minha boneca, mais se der algo errado, cuida da sua mãe e nunca se esqueça do quanto eu te amo tá bom?.- ela confirmou segurando o choro, ensinei a ela tudo o que eu sei, ela ainda é uma criança, mais com essa vida que eu levo ela precisava saber se cuidar e sei que ela vai saber fazer isso.
Diana: Como eu vou viver sem você me diz? — Diana chorou me abraçando e me apertando forte
Pedro: Você vai ficar bem, cuida da nossa menina, não confie em ninguém, siga o seu coração meu amor, agora vai. - eu falo pra ela que limpa as lágrimas e vai pro nosso quarto.
Ela juntou um pouco de roupa dela e da Clarice em uma mala, colocou o dinheiro escondido no meio das roupas e chamou a Clarice que veio com algumas coisas em uma bolsa.
Pedro: Vão para a rodoviária, procura a Neide na cabine 01, fala o meu nome para ela e ela irá saber o que fazer. — Eu falei e a Diana apenas concordou com a cabeça.
O taxi que eu havia chamado parou em frente a nossa casa, eu abri a porta para que elas pudessem entrar e quando a Diana entrou, eu dei um último beijo na minha filha e fechei a porta. Eu fui muito apaixonado pela Diana, estamos juntos a quase 20 anos e a Clarice foi o meu presente. O meu nome é Pedro Rodrigues, sou comandante da Policia civil do rio de janeiro, infelizmente me deixei levar por dinheiro e acabei me envolvendo em confusão. Quando o Russo declarou que queria a minha cabeça, eu sabia que ele iria fazer tudo para conseguir isso, a minha hora estava chegando e eu não iria colocar a minha família em risco. Eu errei, então eu p**o!
Voltei para dentro de casa, fui até o quarto, subi em cima da cadeira e peguei em cima do guarda-roupa duas armas que eu deixava lá guardada, coloquei na cintura e entrei no meu carro. Eu ia direto para a delegacia da corregedoria, talvez me entregar seria melhor do que morrer pelas mãos do Russo. Com o dinheiro do suborno do tráfico, eu consegui comprar uma casa boa, um carro do ano e ainda guardei para que se um dia acontecesse algo comigo. Eu sai de casa desconfiado, olhando para os lados e evitando parar em qualquer farol que seja, a noite estava quase chegando. Cheguei na delegacia e quando eu ia parar o carro na vaga, três motos me cercaram e ai eu já sabia que eu tinha perdido! O meu carro foifuzilado e esse foi o meu fim
9 ANOS DEPOIS....
ANO 2024, RIO DE JANEIRO!
CLARICE RODRIGUES NARRANDO.
O ónibus parou na rodoviária do rio de janeiro, desci dele com a minha mochila nas costas. O sol escaldante de 40 graus do rio de janeiro me fazia transpirar mais do que o normal. Fui embora dessa cidade a 9 anos atrás, a minha mãe nunca me escondeu tudo o que aconteceu, no mesmo dia que fomos embora daqui mataram o meu pai, 68 tiros, não houve nem velório. A minha mãe desenvolveu depressão, síndrome do pânico e desde então não tivemos uma vida normal. Ela chorou a morte dele durante todos esses anos, dinheiro nunca nós faltou, além do meu pai ter deixado uma boa quantia, a minha mãe fazia faxina para completar a renda. Hoje estou com 23 anos, eu vi de perto todo o sofrimento da Dona Diana e então eu jurei para mim mesmo que eu iria vingar a morte do meu pai. Pesquisei tudo sobre o que aconteceu com o meu pai, só que não tinha muitas coisas na internet, os jornais falaram que foi uma facção executou ele, eu guardei todas as matérias que saiu no jornal, as minhas anotações e trouxe junto comigo. Olhei no celular e vi qual ónibus eu iria pegar para chegar até a delegacia que o meu pai trabalhava, a minha mãe me disse de um homem que trabalhava com ele na época, pelo o que sei ele está vivo e agora virou delegado. Dei sinal, o ónibus parou e eu entrei. Sentei no último banco e fiquei de olho em tudo o que estava acontecendo dentro do ónibus, cerca de 15 minutos depois eu vi a delegacia, dei sinal e ónibus parou.
Clarice: Valeu motorista! — Gritei e desci.
Atravessei aquela avenida enorme, desde os meus quatorze anos eu estava morando numa cidadezinha do interior de São Paulo, chamada Itápolis, com um pouco mais de 10 mil moradores. Então estar aqui na cidade grande, com toda essa movimentação era algo novo para mim. Entrei na delegacia, vi alguns policiais conversando e me aproximei.
Clarice: Licença, será que vocês poderiam me informar aonde posso encontrar o delegado Bruno?
Xxx: Ele acabou de chegar. — Um dos policiais respondeu e apontou com a cabeça.
Quando me virei para olhar, ele me olhou serio é disse:
Bruno: p**a que pariu, você é a cara dele!.- ele fala e eu vou na sua direção.