Capitulo 3

2064 Palavras
Sofia não resistiu em mandar uma mensagem para Victor na mesma hora que Jade a contou que ele precisava, ou melhor, que iria falar com ela. Embora sempre tenha sido uma garota paciente, haviam situações que Sofia não sabia ser comedida. Ela era apaixonada por Victor desde o início de sua adolescência, e agora, talvez, tenha conseguido o que sempre desejou. Apesar de vê-lo constantemente devido a amizade de seus pais, a diferença de três anos entre um e outro sempre foi um empecilho para se ter uma amizade. Victor foi receptivo com os cumprimentos de Sofia, o que a fez ficar muita aliviada. Ela nunca foi de tomar uma atitude, como sua irmã Alice, principalmente quando se tratava de garotos. O rapaz a chamou para irem ao cinema, e prontamente ela aceitou. Quando foi deixá-la em casa, tarde da noite, Victor convenceu-a de ficarem conversando um pouco na sala, até a hora de ir embora.  Por não querer perder a virgindade na sala de estar dos pais, Sofia achou prudente não ceder muito as investidas que Victor dava com a mão na parte interna de sua coxa, ou com a língua, na linha quente de seu pescoço.  Ela levantou do sofá, ofegante com os beijos, e corada pelo mesmo motivo, alegando de que teria algo muito importante para fazer amanhã, e que precisava dormir. Victor ficou de pé para ir embora, agarrando-a pelo quadril para um último beijo. A língua do rapaz percorreu a parte úmida e sensível de sua boca e acariciou a sua língua. Sentir o corpo firme pressionado contra o seu, fez Sofia perder a coordenação motora, e o discernimento, o que resultou em um jarro chinês quebrado no chão, quando ela arqueou o corpo para trás no momento em que Victor mordia o seu queixo. Sofia nunca entendeu a obsessão de sua avó a presentear a mãe dela com jarros, e agora pragueja baixinho por ter batido com as costas em um. -Droga!- Ela resmungou -Agora pode ter certeza que nos ouviram.- - Não acho, os quartos ficam longe e… -Victor e Sofia?- Era Rafael, que surpreendeu o casal ao chegar de repente, acompanhado por Laura. - Mas o que diabos…- Laura coçou as têmporas. - Ia mesmo perguntar o que eles estavam fazendo?- Rafael perguntou á Laura. - É o que parece.- Ela respondeu secamente. - Está pronta para uma resposta óbvia?- Rafael cutucou a amiga na costela. - Não.-  - Ao menos não é nenhum ladrão…- Rafael deu de ombros. - Olha, ele já estava indo embora.- Se justificou Sofia.- Fomos ao cinema e…- - Sofi.- Laura ergueu a mão.- Tudo bem, você não tem que me explicar nada. O Rafa e eu vamos te ajudar com a bagunça e todos iremos dormir.- - Você não existe!- Sofia a abraçou. Laura deu pequenas tapinhas nas costas de sua irmã.  Uma luz se acende no corredor de cima e passos ecoaram não direção das escadas. Os quatro correm assustados para o lado de fora da casa.  ... - Deveríamos ter enfrentado as coisas de frente, e não corrermos como quatro ratazanas covardes.- Resmungou Laura, irritada por ter uma planta encostada em seu braço. Ela sentia a pele pinicar, e não parava de se coçar.  - Vou averiguar se…- Rafael fez menção em caminhar no sentido da casa, mas Laura o puxou pela camisa. - Chega de bancar o herói! Não vai averiguar coisíssima nenhuma. Se necessário, dormiremos ali no banco.- - E se chover?- Perguntou Sofia. - Se chover…- Laura hesitou.- Esteja preparada para tomar banho mais cedo. - Bom… Eu acho que vou indo.- Victor fez menção de se virar. - Ah, mas não vai mesmo. Só vai embora quando conseguirmos entrar em casa.- Falou Laura. - E eu posso saber por quê?- Victor piscou aturdido. - Não acho justo que vá dormir na sua cama, enquanto nós três possivelmente dormiremos em um banco duro, e por SUA causa.- Laura apontou o indicador na direção dele. - Foi a sua irmã que as costas bateu no jarro.- Sofia olhou de cara feia para ele. - Sim, porque provavelmente você estava fazendo alguma coisa que a fez ficar agitada a ponto de andar para trás.- Rebateu Laura. - A mamãe vai ficar furiosa.- Sofia levou a mão ao coração. - A vovó vai ficar furiosa, o que é muito pior.- Comentou Laura. Rafael coçou o queixo, parecendo pensar em alguma coisa. - Victor, poderia ligar para a sua irmã?- Perguntou Rafael. - Am…Claro, mas por quê?- - Rafa… Você é um gênio!- Laura se virou para Victor.- Peça para a Jade verificar se a sala está vazia. - Não vai pedir nenhum por favor?- - Não! Porque foi graças a você que estamos nessa.-  - Ah, pelo amor de Deus. Parem logo com isso vocês dois.- Impaciente, Rafael tomou o celular das mãos de Victor, ligando para Jade. Cinco minutos depois, Victor foi embora, e os três puderam finalmente entrar em casa.  Laura esperou a oportunidade de ficar a sós com a Sofia, que ainda parecia maravilhada com a sua noite. - Sofia…-  - Hum?- - Cuidado ao depositar esperanças demais no Victor. A própria Jade diz que ele… Bom… Cuidado para não se magoar.-  Sofia deu um sorriso fraco, estava feliz demais para pensar em tomar cuidado. … Na manhã seguinte - Bom dia.- Falou Noah, ao encontrar Alice comendo um pedaço de pão caseiro Noah foi o primeiro a se levantar, e não estava disposto a esperar os outros para tomar café da manhã. Sua barriga já roncou duas vezes só no percurso do quarto até a cozinha. - Só se for para você…- Apesar de m*l humorada, Alice ficava linda com roupa de dormir. Os cabelos castanhos lhe caiam sobre o ombro, e uma das mechas pousavam no seio esquerdo dela.  Noah sentiu vontade de arrastar aqueles fios de cabelo para o lado e de desvendar por dentro dos tecidos de sua camisola de seda verde. - Não dormiu bem?- Ele perguntou, depois de engolir em seco devido ao pensamento que teve. Se continuasse a pensar em Alice por fora daquela roupa, iria expor a evidência do seu desejo. - Ser intrometido deve ser de família… Sua prima Jade é igual de irritante.- - Qual o seu problema com a minha prima? Deve existir algum… Já que faz tanta questão em ser desagradável.- Alice semicerrou os lábios, e isso fez com que eles parecessem mais cheios. E eram incrivelmente rosados. Noah analisou os traços de sua boca do momento que a fechou, até o momento em que a abriu de novo. - Ela é insignificante demais para eu gostar ou não gostar. Prefiro falar que sou indiferente.- - Hum… Acho que tudo isso se deve ao tempo de escola. Você era a separatista dos grupos, não? Já vi esse filme, Alice, e não acaba bem para pessoas como você. - Pessoas como eu?- Alice parecia ter ficado ofendida.- Noah, por favor…  Noah caminhou para frente, diminuindo mais a distância entre eles. Alice engoliu seco, dando um passo para trás, o que a fez bater com as costas no balcão. - Vou te contar uma coisa, só porque de certa forma tenho uma consideração por você…- - Não preciso da sua consideração para nada.- Noah inclinou a cabeça, levando seus lábios a roçarem pelo lóbulo da orelha dela. Alice trancou a respiração, sentindo uma de suas pernas ficar bamba. O hálito quente de Noah soprou próximo do ouvido dela quando ele abriu a boca. - Com esse tipo de atitude, você vai acabar sozinha e implorando pela atenção de todos aqueles que costuma esnobar.- Ela abriu a boca para falar algo, mas a fechou em seguida, fazendo um esforço para continuar com o contato visual. - Acho que ia dizer alguma coisa, mas percebeu que eu tenho razão.- Noah deu de ombros, caminhando para o lado oposto ao da cozinha. Preferiu que sua barriga roncasse por mais cinco vezes, do que ter de aturar a irmã irritante de sua amiga. … As cinco da tarde, todos os amigos e conhecidos de Bernardo foram recrutados para uma confraternização íntima. Aproveitando que os pais, junto com Alan - o irmão mais novo-, passariam o final de semana na casa de praia, ele convidou - de última hora- algumas pessoas para a sua casa. O termo “ algumas pessoas” para Bernardo, englobava os seus amigos de sempre, e os amigos de amigos de amigos, já que uma pessoa nunca ia sozinha para as festas em sua casa.  As cinco e meia, quase não tinha espaço para ficar ao redor da piscina e dessa vez até Sofia, que não tinha o costume de andar no mesmo grupo que Laura, decidiu comparecer.  - Viram o Bernardo?- Perguntou Davi á Sofia e Laura. - Foi com a Jade buscar mais bebida.- Respondeu Sofia. - Sei…- Davi projetou um sorriso malicioso. - Por que vocês sempre insinuam alguma coisa quando se trata de Bernardo e Jade?- Laura ergueu uma sobrancelha. - Porque está mais do que óbvio que é só uma questão de tempo para que algo aconteça entre os dois.- - Se você diz.- Laura deu de ombros. - Ah, vamos. Você fica muito irritante quando tenta negar os fatos.- Davi cutucou a costela de Laura com o cotovelo. Ela olhou de cara feia para ele. - Fica mesmo.- Concordou Sofia. Laura olhou de cara feia para a irmã. - Isso é algum complô contra mim?- - Jamais.- Os dois responderam em uníssono. - Eu não sei porque ainda perco tempo com vocês dois.- - Porque você nos ama.- Brincou Sofia. - Só quando estou bêbada.- - Mas você não bebe.- Davi pontuou. - Entendam como quiser.- - Aquele ali não é o Pedro que estudou com a gente no segundo ano?- Perguntou Sofia, olhando na direção que estava o rapaz. - Eu acho que sim. Ele mudou bastante da época de escola para cá, e olhe que só fazem dois anos.- - Como homens não são a minha especialidade, eu não quero opinar.-  - Que comentário machista!- Sofia repreendeu Davi. - Não acho que seja. Só não vejo sentido reparar em alguém do mesmo sexo que eu, já que não me interessa.- Laura até pensou em falar algo, mas os olhos dela e o de Pedro se encontraram.  Então ela teve que sorrir. E ele sorriu também. - Ele está vindo para cá!- Comentou Sofia, enquanto Pedro andava no sentido delas - Eu estou vendo.- Laura deu de ombros. - Laura e Sofia…- Comentou Pedro.- Falta uma de vocês, não é?- - A Alice. Ela teve outro compromisso.- Explicou Sofia. Alice sempre tinha algum compromisso quando envolvia sair com Laura e os seus amigos.  Até ficar em casa sem fazer nada era preferível. - Hum… Entendo. Posso te convidar pra uma bebida, Laura?- Ele a olhou diretamente nos olhos. - Ah…- Laura olhou para Sofia, apreensiva de deixá-la sozinha. - Não se prenda por mim. O Davi vai me fazer companhia.- - Vou?-  Sofia olhou de cara feia para ele, devido a pergunta descabida. - Vamos então?- Pedro ofereceu o braço, e Laura aceitou.  Os dois caminharam juntos na direção do jardim, que ficava para o lado totalmente contrário a mesa de bebidas. - As bebidas ficam para o outro lado.- - Foi apenas uma desculpa. E você sabe.- - Sei?- - Sabe… Eu te olhei a noite toda, e você retribuiu o meu olhar.- - Não sabia que estava olhando para mim.- Pedro parou de caminhar, quando eles chegaram próximo á estufa da casa de Bernardo. - Posso te pedir um beijo?- - Não acha que está sendo um pouco precipitado?- - Um beijo não é como se fosse a coisa mais difícil do mundo.- Ele encurta a distância entre os dois corpos, e Laura se encosta na grade da estufa para se esquivar. - Pedro…- - Ninguém vai ver nada.- Ele sussurra.- Estamos só você e eu. - Eu não acho que seja…- Os lábios dos dois estavam a poucos centímetros de distância e tudo o que Pedro precisou fazer foi tocar sua boca á dela, iniciando um beijo.
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