Pré-visualização gratuita 01 CONHECENDO JADE
JADE NARRANDO
Olho o ponto mais alto da favela Lauro de Freitas, em salvador Bahia e sorrio, nunca pensei que seria o que sou hoje, que chegaria aonde cheguei, mas sou grata até aqui por tudo e devo isso a deus e a uma pessoa que me acolheu como um pai, mas antes de eu contar do hoje, deixa eu me apresentar e contar um pouco do meu passado.
Me chamo jade, tenho vinte e sete anos, sou morena, meus cabelos pretos é na altura dos meus ombros e eu uso franja, umas das coisas que mais amo em mim é meu cabelo, a outra é todo o resto kkk. Tenho os olhos castanho médios que dependendo da luz do dia ele oscila em castanho mais claro e um castanho quase puxando para o preto. Eu tenho um metro e setenta e dois de altura, meu braço esquerdo é fechado de tatuagens, todas de flores e no braço direito eu tenho o nome da minha rainha na lateral do meu pulso. meu corpo é o considerado fora dos padrões, mas eu amo ele mesmo assim. Bom eu sou gordinha desde que me conheço por gente, eu me cuido na medida que eu acho bom para mim e para minha saúde, mas não tento mudar o meu corpo em nada, tenho pernas, b***a e s***s torneados e peso cento e trinta e três quilos, mas como eu disse e repito, eu me amo como sou e quanto mais velha eu fico mais eu me amo.
Quando criança eu também era assim gordinha, sempre fui acima do peso e mesmo com as brincadeiras de m*l gosto na escola e nas ruas, nunca me senti m*l ou inferior a ninguém devido ao meu peso, as pessoas do mundo não me importavam, já que dentro da minha casa eu era aceita e amada pela pessoa mais linda e bela minha mãe.
Bom eu perdi a minha mãe aos quatorze anos, vi essa mulher sendo uma guerreira como nenhuma outra, cuidava de mim, da casa e de uma marido alcoólatra que até hoje me dá nojo só de pensa nele. Sim, o marido dela era meu pai, bom deveria ser, mas o bullying que eu sofria pelo meu peso começava dentro de casa com ele, Osvaldo era baixo e muitas vezes me humilhava ao ponto de eu quase querer chorar, mas a minha mãe vinha com palavras forte ao meu favor, falava o quanto eu era linda, especial, inteligente e doce e aquilo acalmava o meu coração e me dava forças pra passar por cima do preconceito de quem deveria me amar, só por quem eu era e sou.
Com as palavras da minha mãe na cabeça eu vivi e cresci sem ligar para os padrões de beleza, quando mais nova eu tinha o cabelo mãos cumprido, mas a minha franja sempre esteve comigo, até quando eu cortei raspadinho do lado eu nunca deixei de usar a minha franja. Sempre me achei linda, na medida que eu ia crescendo eu ganhava um pouco mais de peso e parei nos cento e trinta e três de hoje.
Nunca tive amigas de verdade, muitas tinham vergonha de está comigo pelo meu peso e não aparência, de rosto eu sou bem bonita, minha opinião viu, mas se eu não me amar quem é que vai né enfim. Na escola as amizades era só na hora dos trabalhos obrigatório de ser em grupo, namorados nunca tive, mas já beijei na boca, depois de adulta mais ainda sim beijei.
De tudo que já passei na minha vida somente duas coisas a marcou como nunca, a morte da minha mãe e a tentativa de abuso do meu pai. Sim minha mãe faleceu de câncer quando eu tinha quatorze anos, não sei se eu falei isso, mas enfim, lembro perfeitamente do dia que ela foi diagnosticada.
LEMBRANÇAS ON
Estava no meu quarto no segunda andar da casa, não morava muito longe de Lauro de Freitas, morava em uma bairro próximo aqui de salvador. Da janela eu via a minha mãe estendo a roupa no varal, ela cantava o pagodinho dela e sorria, eu fazia faxina no meu quarto e escutava a voz dela, isso me dava uma paz e uma calmaria imensa, era como se todo o meu mundo fosse em torno dela, era como se ela estando do meu lado eu pudesse passar por tudo e qualquer coisa.
Quando eu tinha finalizado o meu quarto, eu desci para a sala e comecei a faxina, lembro do Osvaldo chegando na casa e sujando toda a cozinha que já estava perfeitamente limpa e vindo para a sala que eu já estava lavando o chão, ele escorregou, caiu no chão e travou as costas.
OSVALDO- ta satisfeito sua imprestável gorda? _ ele perguntou me olhando com ódio eu o olho seria.
SOFIA- não fala assim com ela Osvaldo. _ minha mãe entrou na sala repreendendo ele que a olhou com ódio.
OSVALDO- eu falo como eu quiser, essa coisa devia ser pelo menos bonita para nós dá um retorno de tudo que gastamos para criar ela. _ eu sorria com ironia, ele nunca tinha feito nada desde que me conheço por gente.
SOFIA- eu criei a minha filha e tenho orgulho de quem ela é, agora cala a boca e não fale mais dela. _ ela falou gritando o final e se sentindo tonta.
OSVALDO- não finge que ta passando m*l depois de gritar comigo não Sofia, eu te quebro na porrada. _ falou e aí eu o olhei com um ódio que nunca senti.
JADE- cala a boca. _ eu só falei isso e ele se calou, mas calou pelo tamanho do ódio que ele sentiu naquele momento.
OSVALDO- vem em ajuda gorda, não é ela que ta travada não. _ ele faliu e eu fui até a minha mãe.
JADE- mãe o que está sentindo? _ perguntei e ela me olhava, mas parecia não me enxergar.
SOFIA- não estou conseguindo ver filha. _ ela falou e o desespero bateu na hora.
JADE- vem mãe vamos para o hospital._ peguei ela pelo braça a levantei e pedi ajuda pra um vizinho nos levar, naquele dia descobrimos um tumor inoperável no cérebro da minha mãe, foi a pior notícia da minha vida, meu munda ali desabou, minha mãe tinha meses de vida e choro descia em silêncio, mas ela sabia o quanto eu chorava, meu peito resgava de dor, como eu viveria sem a pessoa que mais me amava, mais me aceitava e me dava forças? Três meses depois minha mãe está em estado terminal no hospital e eu fiquei com ela cada segundos finais da sua vida e lembro de cada palavra dita por ela naquela dia.
SOFIA- na vida filha sempre vai enfrentar desafios, não só por seu corpo, mas muitas outras e eu quero que seja forte, nunca abaixe a cabeça para ninguém, nunca se sinta menor que ninguém porque você é linda como é, é capaz como todos são. _ ela falava e eu chorava.- eu não posso te ver agora, mas sei perfeitamente como é seu rosto e fico feliz que as últimas imagens que verei antes de partir sejam todas suas, seu sorriso doce, sua carinha de brava e pensativa._ eu sorri e chorei ainda mais- você foi a minha melhor escolha, o meu maior presente e só sinto muito ter que te deixa tão cedo, mas sei que deixei no mundo uma menina que vai se tornar uma mulher forte, destemida e que não vai aceitar que a ninguém faça você ser menos que elas, pois você é tudo pra mim e assim que tem que se ver, como tudo que tem a sua vida tem que ser sempre o mais importante pra você, seja feliz, seja corajosa e no momento certo sei que vai ama e ai você vai ter alguém que vai fazer você amar mais que a si mesmo, mas esse alguém vai ser parte de você. Então seja forte e corajosa minha menina. _ ela falou eu beijo a testa dela.
JADE- obrigada por tudo minha mãe. _ falei e os aparelhos começaram a apitar e nesse dia eu perdi a minha rainha.
LEMBRANÇAS OFF
A dor daquele dia está dentro de mim como se nunca tivesse passado, por noites eu choro e sinto uma saudade e uma falta imensa da mulher que eu amei e amo até hoje, mas eu me mantive e me mantenho forte e corajosa como ela me pediu.
Então como se eu já não tivesse sofrido o bastante com a perda a minha mãe, os quatro anos a frente da morte dela, foram de tormentos e provações, virei uma empregada para o Osvaldo, fora que eu ainda passei a trabalhar fora em um restaurante e uma gordinha trabalhando com comida já podem imaginar tudo que eu ouvi né, foi de ‘vai dar prejuízo a tem comida ainda?’. Mas eu não esmoreci, não me deixei abater não sou baiana de sangue, mas a essência de não baixar a cabeça e enfrenta tudo está no meu sangue.
Continuando, Osvaldo me usou como tudo dentro de casa, já vi ele transando com outras mulheres por toda a casa, isso um mês depois da morte da minha mãe, apanhei muitas vezes depois de eu xingar ele na frente das mulheres dele mais o piro veio aos meus dezoito anos.
CONTINUA...