Chiara narrando
Eu estou muito confusa, não sei se estou entendendo errado ou se é a verdade, mas o tal “cavalheiro” que a madame M me indicou, é o mesmo homem com olhar frio que esbarrei no hospital.
A minha cabeça está a milhão, eu tenho tantas dúvidas, tantas perguntas para fazer, mas confesso que estou com um pouco de medo dele. Ele tem um olhar penetrante e desconcertante, eu não consigo formular uma frase direito na presença dele.
- Você tem alguma dúvida ou não?! – ele me questiona de novo.
- Sim... muitas!! – eu falo bem baixinho, mas alto o suficiente para ele me ouvir.
- Então fale de uma vez!! – ele fala curto e frio.
- Por que fazer um contrato... para isso? Digo... por uma noite? – eu falo constrangida e olho para ele de lado.
- Uma noite?! Do que você está pensando que se trata esse contrato?! – ele fala autoritário, mas também posso notar um pouco de sarcasmo na voz dele.
Eu olho para ele envergonhada, ao mesmo tempo confusa, pois até onde eu sei, ele me “contratou” para passar a noite com ele.
Ele me olha profundamente, sinto como se ele estivesse tentando me ver internamente, somente com o olhar. Eu engulo seco, desvio o meu olhar do dele e olho novamente para o contrato na minha mão.
- Eu vou ler o contrato e se tiver alguma dúvida, eu te pergunto depois. – eu falo sem olhar para ele.
Eu tento evitar o seu olhar frio e profundo, ele fica mais um pouco parado me olhando, eu tento ignorar a presença dele e me concentrar no contrato, mas está difícil sabendo que ele ainda está me olhando.
Ele se vira para sair novamente da sala, eu olho disfarçadamente para ele e vejo ele fechando a porta devagar. Eu solto uma respiração aliviada e me concentro em ler o contrato inteiro.
Eu começo a ler o contrato e me surpreendo com o que leio, ele quer que eu tenha um filho dele, nós devemos permanecer juntos até o bebe nascer, depois ele me dará uma “indenização” por todo o período da gestação.
Conforme eu vou lendo o contrato, eu vou ficando ainda mais indignada e de boca aberta. Ele colocou uma clausula que não podemos nos aproximar muito, nem nos apaixonar e muito menos ter relações sexuais.
Esse homem só pode ser maluco, ele é um completo lunático. Como nós vamos ter um bebe, se não podemos t*****r?! E por que isso está me incomodando?! Eu deveria estar feliz por não ter que perder a minha virgindade com ele.
É claro que ele vai querer fazer uma inseminação artificial, eu acho isso ótimo, assim eu poderei me guardar para alguém especial, se é que algum dia eu encontrarei alguém que me queira neh?!
Eu não sei o que é pior, ele ou as suas maluquices, as coisas absurdas que ele colocou nesse contrato, me fazem pensar mil vezes se devo mesmo aceitar isso. Eu fico parada olhando para o contrato, pensando no que devo fazer, eu não queria me submeter a isso tudo, mas eu preciso salvar a Aurora, eu não tenho outra alternativa.
Ele entra na sala, com a sua cara fechada, o seu olhar frio e a sua pose de autoritário, eu confesso que fico admirando um pouco a sua beleza. Em primeiro lugar eu sou uma mulher e não tem como não notar o charme que ele tem, mesmo com esse ar arrogante que ele tenta passar, ele é de tirar o fôlego de qualquer mulher.
- Já leu? Ou precisa de mais tempo? – ele me questiona autoritário.
- Eu já li, só não decidi que quero me submeter a isso. – eu falo baixo e de cabeça baixa, mas foi o suficiente para ele ouvir.
Ele solta uma risadinha sarcástica, continua parado na minha frente, com as suas mãos nos bolsos da calça e me encarando com frieza. Eu ergo o meu olhar para ele, os nossos olhos se cruzam e entram em uma batalha interna.
Eu não consigo parar de olha-lo, ele parece também não ter pressa em desviar o seu olhar do meu, mas eu desisto primeiro e olho novamente para o contrato.
- Se não concordar com o contrato, não temos um acordo. – ele fala sério.
- Porque uma barriga de aluguel? – eu falo e olho nos olhos dele. – Você é um homem muito bonito e pelo visto pode ter quem quiser, na hora que quiser, não precisa se submeter a isso. –eu falo apontando para o contrato.
Eu finalmente consegui criar um pouco de coragem para questiona-lo e formular a frase completa. Ele me encara frio, ele estreita um pouco os seus olhos na minha direção, acredito que ele está tentando me decifrar.
- Por que eu quero assim. – ele fala firme e o seu olhar parece penetrar a minha alma.
Eu engulo seco, respiro devagar tentando recuperar o meu auto controle, para continuar tirando as minhas dúvidas.
- Porque temos que nos casar, se você só quer o bebê? – eu o questiono, sem olha-lo dessa vez.
- Por que é assim que deve ser. – ele fala mais uma vez curto e se esquivando de respostas mais claras.
Eu odeio isso, eu gosto das coisas claras, gosto de entender tudo e não ficar de joguinhos ou com meias palavras.
- Eu posso fazer alguma alteração neste contrato? – eu o questiono mais uma vez.
- Depende, o que você gostaria de mudar? – ele fala se sentando a minha frente.
- Você não precisa me pagar por gerar o bebê e também não precisa me pagar se alguma clausula for quebrada, pois eu não pretendo se quer me aproximar de você. – eu falo riscando essas parte no contrato.
Eu olho pelo canto dos olhos e vejo ele franzir a testa, mas logo volta a sua carranca de antes, sem falar nada, eu continuo falando.
- Já que esse contrato tem um prazo de validade, eu não quero aparecer publicamente como sua esposa e também não quero que as pessoas saibam sobre isso. – eu falo mais uma vez apontando para o contrato. - – Já que nós não seremos um casal, eu quero ter a minha liberdade preservada e poder conhecer gente nova. – eu termino de escrever no contrato e olho para ele.
Ele me encara fixo, eu fico esperando uma resposta dele, mas ele permanece em silencio somente me encarando e eu começo a ficar constrangida com isso.