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1431 Palavras
Hugo – Sem festa de noivado e de casamento, sem cerimônia religiosa. Não acredito que só teremos o casamento e pronto, estou tão triste com tudo isso. Meus filhos mereciam uma linda festa para marcar esse momento, essas garotas não serão uma boa aquisição na família. Minha mãe fez questão de demonstrar seu descontentamento, ainda mais porque queria à festa a todo custo, até tentou conversar com Gabrielli que fez questão de ser categórica em dizer que não queriam festa, estamos indo para o cartório oficializar nosso casamento, mas estou com um pressentimento estranho. Elas receberam os vestidos que mandamos e até agradeceram, mas o jeito distante como tratam esse casamento de uma semana para cá despertou minha desconfiança, Gregório já estava desconfiado, talvez não seja só uma impressão. Quando chegamos ao cartório elas já estavam lá, não havia convidados, além de Gusmão e Vagner, outro ponto que me causou estranheza. Nos cumprimentamos com uma certa distância, minha mãe as mediu de cima a baixo como se quisesse humilhá-las só com o olhar, mas Gabrielli e Marcele estavam mais ocupadas em cumprir com sua obrigação com o casamento do que com os olhares da minha mãe. Todo o processo foi rápido, assinamos os papéis terminando com as palavras do juiz para oficializar nossos casamentos. – Organizei um pequeno jantar para os mais íntimos, assim as outras famílias ficarão cientes da união de nossas famílias, queridas. Meu pai olhou na direção da minha mãe como se quisesse matá-la, pedimos tanto para não organizar nada, as outras famílias estão nos observando juntamente com Gusmão, meu pai perdeu credibilidade com os outros membros e só não foi destituído pela importância que nossa família tem, mas minha mãe não ouvi ninguém, só sua opinião importa. Tentei pegar na mão de Gabrielli que se afastou como se tivesse nojo de mim, Gregório tentou fazer o mesmo com Marcele, mas ela somente levantou a mão negando qualquer aproximação. As duas saíram caladas do cartório enquanto Vagner as colocava dentro do carro para levá-las até minha casa junto com o irmão, atendemos ao pedido delas em deixá-las criar o menino, Jorge aceitou, mas a relação dele com seus filhos também parece distante. – Gusmão, por que suas filhas não foram junto com meus filhos? O que está acontecendo? – Esqueceu o que seus filhos fizeram? Sua memória é realmente bem fraca Assis, o casamento foi feito, portanto não teremos que manter qualquer contato, mas se souber que seus filhos ou qualquer outro m****o da sua família fizeram algo para prejudicar minhas filhas e meu filho terá a restituição de tudo que fez comigo com juros. Jorge agora vê meu pai como um inimigo, de todos de dentro da família meu pai não poderia ter duvidado dele, mas agora já aconteceu não tem como voltar no tempo. Elas chegaram primeiro que nós, no entanto nos esperaram para entrar, o pequeno Jorge estava no colo de Gabrielli escondendo seu rosto, com certeza o menino se lembra do que houve e tem medo de nós. – Venham comigo, vou mostrar os quartos de vocês na ala das mulheres, depois vou explicar sobre o jantar íntimo que vamos dar. Gabrielli e Marcele ficaram caladas sem discutir ou debater com minha mãe, esse conformismo me incomoda, sei que as vagabundas da Milos fingiam suportar a minha mãe para conseguir entrar em nossa casa se fazendo de boas moças, mas com certeza não é o caso das irmãs Gusmão. Gabrielli – O seu quarto é ao lado da sua irmã, no pequeno deixei uma cama no quarto de Marcele como me pediram. Ainda acredito que esse menino deve ficar com o pai, é herdeiro da casa Gusmão, e não nosso. – Senhora, se limite apenas a repassar as rotinas da casa, opiniões pessoais não nos interessam. Essa mulher nos procurou no final da semana passada impondo suas escolhas e decisões, queria uma festa extravagante com vários convidados e insistia com o casamento na igreja, quando percebeu que nada disso iria acontecer começou a nos tratar com desprezo. – Você me deve respeito, garota, sua mãe não lhe ensinou quem sou eu? – Sim, mas pare de enrolação e continue com as explicações, estamos cansadas e como pode perceber não estamos em posição de ficar em pé esperando suas opiniões desinteressantes, imagino que saiba como é difícil a reta final de uma gravidez. Margarida olhou para nossas barrigas com desprezo, não me importo com essa mulher, por mim ela e sua família podem ir para o inferno com toda essa baboseira de honra e reputação, ela explicou a rotina da casa e os horários, algo comum nas outras casas era igual na minha antes de tudo acontecer – Quando seus maridos quiserem a cia de vocês, serão chamadas. Um conselho: tentem se arrumar melhor, parecem que são miseráveis com essa aparência de operárias, cuidem do rosto e cabelos de uma forma que agradem os seus esposos, meus filhos são exigentes, gostam de mulheres que se cuidam e são bonitas. Fútil. Como uma mulher pode ser tão i*****l dessa maneira? Resolvi não responder porque não queria motivos para discutir com essa inútil. – O jantar será as 20:00, imagino que terá tempo suficiente para descansar e fazer esse menino dormir. – Lamento, mas não vamos comparecer ao jantar como expliquei ao seu filho, mas parece que ele não entendeu, não posso e não quero ir em um jantar com pessoas que com certeza nos desprezam e farão de tudo para nos destratar. Esse jantar é algo que a senhora quer, não nós, vamos para os nossos quartos descansar, desejo um bom jantar. Ela não chamou nenhum dos vários homens espalhados na mansão para nos ajudar, apenas nos deixou carregando nossas coisas, não tínhamos muito mesmo, mas poderia ter sido gentil. Não sei por qual motivo nosso pai quis nos colocar nessa família, talvez nos culpe de alguma forma ou queira nos punir por conta de mamãe ter morrido e não nós. – Precisam entender a posição que ocupam, logo irão ocupar meu lugar, ter essa postura não será bom para o casamento de vocês. – Claro! Agora realmente precisamos descansar e nos acomodar. Virei as costas sem dar mais atenção para ela, mas parece que a senhora Assis não queria terminar o assunto, pegou meu braço apertando com uma certa força, olhei diretamente nos seus olhos depois para a mão no meu braço. – Tire essa mão asquerosa do meu braço, quem pensa que é para tocar em mim? Mulher fútil e mesquinha, vai lá sorrir para meia dúzia de mulheres e homens que na primeira oportunidade que tem longe falam m*l da senhora. Não quero mudar minha postura e nem ocupar seu lugar, faça seu trabalho de ser perfeita enquanto nós vamos viver nossas vidas, sobre seus filhos, eles cumprirão o papel deles e nós o nosso, pare de fingir que não sabe o que houve. Ela soltou meu braço com muito ódio, se pudesse me bater com certeza não perderia a oportunidade, Marcele ficou apavorada, por isso fui até ela a guiando até seu quarto. – Gabrielli, é perigoso enfrentar essa mulher, ela pode dificultar nossa vida, irmã. – Não, ela não vai, está desesperada demais para mostrar que sua família ainda ocupa o topo das demais. Como você está? – Estou bem, só pensativa, e com saudade da minha casinha. Se não precisássemos manter as aparências poderíamos ter ficado lá, não gosto daqui, para ser sincera nunca gostei, ainda mais porque vou ter que conviver com aquele homem, estou com medo, o jeito que me olhava é esquisito, é como se ele me quisesse. Hugo também me deixou incomodada, será que querem consumar o casamento? Isso não faz sentido. É claro que não, só estão mantendo as aparências também, a situação deles está bem crítica cercados de pessoas que querem apenas mais um deslize para destruí-los, torço para que consigam, infelizmente não houve justiça para nós e mamãe, mas tenho certeza de que vão pagar em vida tudo que essa família fez, não só conosco mas também com outros. – Não se preocupe, não vão nos tocar, percebeu como a velha fútil sente nojo de nós? Isso é ótimo. Assim vamos poder criar nossos filhos e Jorginho longe dessa corja imunda, nossos filhos serão justos e decentes, e Jorginho será diferente do nosso pai como mamãe com certeza desejou antes de partir. Agora vou ajudar você a arrumar suas coisas e as de Jorginho, não se preocupe, eles não gostam de nós e farão o máximo para nos evitar e evitar nossas crianças.
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