Cap 3

1380 Palavras
Sierra Bem mais tarde, quando os meus olhos já estavam se fechando por conta própria e a Mirna e a Karen haviam pegado no sono, vejo a porta se abrir e dois caras diferentes dos primeiros que vieram entrar arrastando a pobre garota e a jogar no chão sem qualquer cuidado. Assim que fazem isso, eles vão embora sem olhar para trás, nos trancando mais uma vez no porão. A garota está desacordada, dá para ver o quanto ela sofreu nas mãos daqueles monstros, suas roupas estão rasgadas e seu corpo está totalmente exposto e cheio de machucados, feridas e hematomas. Entre as suas pernas, dá para ver sangue, eles a estupraram, roubaram a sua inocência. Diante de tal visão, é impossível não chorar. Tento mais uma vez em vão me soltar daquelas amarás para ajudá-la. Mas o que eu posso fazer? Aqui não há remédios, nem mesmo um pouco de água para lavar os seus ferimentos. Mirna_ Não se torture Sierra, não há nada que você possa fazer por ela, e depois do que a pobre garota passou, tenho certeza de que ela prefere a morte a viver com as malditas lembranças. Sierra_ Não sabia que existia gente tão má assim no mundo. Mirna_ Você é inocente, criança, e dói saber que logo vão tirar isso de você. As palavras dela causam um arrepio sinistro por todo o meu corpo, mas não tenho tempo de responder, pois mais uma vez ouvimos passos e a porta se abre novamente. Dessa vez, não ouso abrir os olhos nem se quer um minuto para ver quem é, depois do que fizeram com a pobre garota, eu estou apavorada. Tudo que faço é uma prece silenciosa a Deus para me livrar desse destino tão c***l. De repente, sinto uma picada no meu braço e o sono vem com tudo, então é isso que eles vieram fazer, nos dopar mais uma vez... Acordo quando sinto uma água gelada cair sobre o meu rosto. Grito de susto, tentando recuperar o fôlego. ..._ Vamos logo suas putas, está na hora de desembarcar, chegamos ao nosso destino. É o cara desdentado quem está aqui, acompanhado dos outros dois que trouxeram a garota na última noite em que estive acordada. Falando na garota, olho para todos os lados, mas não vejo nem sinal dela. Sinto um puxão no meu braço e percebi que um deles me soltou da pilastra, mas minhas mãos continuam amarradas. ..._ Levanta, vamos logo! O homem grita comigo, me assustando e, mesmo com as pernas bambas e me sentindo fraca, eu faço o que ele pede. A Karen vem e apoia o meu corpo no dela, me ajudando a caminhar. Eu fico grata, pois estou me sentindo tão fraca que temia desmaiar após dar alguns passos. Continuo olhando entre as outras meninas, mas não acho a garota. Karen_ Ela está morta, vi quando eles levaram seu corpo, acho que jogaram no mar. Olho para ela com os olhos arregalados. Karen_ Não me olhe assim, depois de ser estuprada diversas vezes e ainda torturada, tenho certeza de que a morte foi um descanso, eu te disse isso. Não falo mais nada, pois um dos homens se aproxima caminhando ao nosso lado, provavelmente nos vigiando para garantir que nenhuma de nós vá fugir. Como se tivéssemos alguma energia para isso depois de passar dias sem água ou comida, sendo dopadas para não dar trabalho para eles. O rosto desapertado daquela garota ficará marcado para sempre em minha memória. Não só o dela, mas de todas as meninas que estão aqui, a maioria delas caminha chorando silenciosamente, e eu não estou diferente. É difícil não chorar quando lembro da minha mãe, do convento e das outras freiras. Ou quando penso que esse ano estaria me formando no colégio. Que iria para uma faculdade realizar o meu sonho de estudar literatura inglesa e me tornar uma grande escritora. Nada disso será mais possível, tudo foi tirado de mim. Começo a pensar que a Mirna e a Karen estão certas, a morte com certeza é melhor do que um destino desses. Nunca pensei em namorados, ou em qualquer coisa que envolva sexo. Esse tipo de i********e me foi ensinado desde cedo que só pode ocorrer entre um homem e uma mulher após o casamento e agora querem me tornar uma escrava s****l. Karen_ Não chore, criança, não demonstre fraqueza para eles, esse tipo de pessoa se alimenta do seu medo e quanto mais submissa parecer para eles, mais o interesse deles em você aumenta. Ouvindo a voz sussurrada dela, eu tento me acalmar e parar de chorar. Eles nos colocam em um furgão preto, todas sentadas lado a lado, não sei por quanto tempo, dirigem. Já perdi a noção das horas e dos dias, minha mente está confusa após tanto tempo sendo drogada naquele navio. Quando as portas do furgão se abrem, vejo que estamos em um galpão todo iluminado. Os nossos olhos se enchem de água com tanta luz, após passarmos tanto tempo na escuridão. ..._ Fiquem de pé e em fila! O homem moreno diz e não resta outra escolha a não ser fazer o que ele manda. ..._ Vejam só, vocês têm aí um grupo e tanto em, são garotas bonitas. Um homem jovem surge não sei de onde nos avaliando. Ele tem um sorriso brincalhão no rosto e uma postura relaxada, mas a tensão dos homens que nos trouxeram aqui me diz que ele é mais perigoso que todos os outros. ..._ É, Enrico, você não faz ideia de quantas mulheres da América desejam vir para a Itália ganhar a vida. Enrico_ Acham mesmo que sou i****a, querem que eu acredite que essas mulheres vieram por vontade própria? Elas estão amarradas! ..._ Dias de viagem em um navio as deixaram meio agitadas e tivemos que amarrá-las. Enrico_ Nem uma desculpa mais convincente vocês têm, quero só ver o que o dom vai dizer. ..._ Eu não nos culpe, somos apenas os transportadores, não fazemos perguntas aos recrutadores. Enrico_ Sei, claro, vocês não sabem de nada... ..._ Qual a diferença se essas garotas vem por vontade própria ou não? Enrico_ A diferença é que elas têm famílias que vão à polícia dar queixa do seu desaparecimento, o que pode colocar os federais na nossa cola, seu i*****l! O banguela abaixa a cabeça sem graça, não que eu possa ver muito, já que evito contato visual com eles a todo custo. ..._ Bom, então resolva isso com os recrutadores. Enrico_ Sem dúvida isso será resolvido e todos os envolvidos serão punidos. O homem moreno que está mais próximo de mim engole em seco, mas tenta disfarçar abrindo um sorriso falso. ..._ Bem nesse momento não há nada que possamos fazer a não ser seguir em frente com a entrega, venha dar uma olhada nas garotas mais de perto. Ouço passos que logo param próximos de mim. Enrico_ Olhe para mim, garota. A sua voz rouca ecoa pelos meus ouvidos, não sei se ele está falando comigo ou com a menina do meu lado, por isso continuo com a cabeça abaixada. Enrico_ Ei, estou falando com você! Ele diz diretamente para mim e eu olho para cima. Ele faz uma cara estranha, é difícil ler as suas expressões faciais. Enrico_ Essa aqui, apesar de estar vestida como uma senhora de oitenta anos, é a mais bonita de todas, se for virgem, renderá milhões no leilão. Vejam só esses olhos. Ele diz, virando o meu rosto de um lado para o outro. ..._ Porque não pega ela para você? Enrico_ Sabe que sou muito bem-casado. Ele responde com aborrecimento ao homem moreno e continua a andar, passando a avaliar as outras garotas, me deixando aliviada por não ter mais sua atenção sobre mim. Enrico_ É, está tudo ok. ..._ Podemos levá-las então? Enrico_ Ainda não, o Dom Matteo quer escolher uma garota. ..._ O quê? Mas ele nunca se interessou pelas novatas, sempre preferiu as prostitutas mais experiências para passar o seu tempo. Por que a mudança agora? O moreno pergunta desconfiado. Enrico_ Se o seu chefe, o capo dos capos, o nosso dom, quer alguma coisa, você o questiona? ..._ Não, senhor. Enrico_ Exatamente, ele quer escolher uma garota e ele terá, os motivos dele não nos interessam...
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