José Fernandez
Meu nome é José Fernandez, vulgo JF. Já faz uns três anos que fui preso nessa bagaça, no começo achava que tinha sido um gesto altruísta para não manchar a reputação do meu líder/irmão, mas tudo não passava de uma trama diabólica para aquele arromba.do de merda tomar tudo o que me pertencia, inclusive Cátia, minha antiga fiel. Aquela maldita galinha de encruzilhada, foi logo me traindo, nem se deu o respeito, caiu de boca no pa.u nojento daquele que uma dia declarei lealdade até a morte. Trepa.r com o dono do morro deve ter sido a maior conquista dela, já que sempre foi extremamente gananciosa, vaidosa, sem limites. Embora fosse essas características que mais me atraíram naquela piranh.a, pois ela sim sabia dar um excelente chupada, hoje em dia tenho ranço de tudo o que vivemos juntos. Mas o dia do acerto de contas vai chegar, e o que tenho reservado especialmente para ela é algo que estou mais que ansioso para realizar.
Tenho olhos naquela favela, sempre tive, vigiando tudo e todos, minha liderança como subchefe não podia passar despercebido, no entanto confiei demais no meu próprio sangue. Mesmo tendo abaixado a guarda, depois da prisão, mantive contato com os moleques encarregados de fazer aviãozinho nos becos, ainda mais quando sofri o primeiro atentado aqui nessa jaula.
Mas tudo o que passei dentro dessa prisão, serviu de crescimento. Sabe como é; o que não te mata, te faz mais forte!
Olhei para cima, admirando o céu limpo do dia. O clima estava ótimo para um banho de sol no pátio da prisão. Tentei a todo custo fazer a minha mente se desligar por alguns segundos para não escutar o barulho ao meu redor, os outros presidiários estavam jogando futebol, e eles gostavam de se mostrar para os agentes penitenciários. Havia uma disputa entre eles pra quem jogava melhor.
Sentado no meu banco de ferro preferido, mantive minha cabeça erguida enquanto contava as nuvens, sem me importar com o ansioso colega de cela, sentado ao meu lado, contando sobre uma possível visita íntima na próxima semana.
— Chefe, a merenda vai chegar. Você vai ver, encomendei especialmente para o senhor. Gosta de loira? Ou ruiva? Cara, esqueci de perguntar. Perdão chefinho!
— Você realmente sempre interrompe minha concentração — ditei meio rude ao vê-lo se levantando apressadamente. Como era alto tampou a nuvem que estava tentando decifrar a imagem nela. — Já disse que não quero visita íntima, posso pegar quantas eu quiser quando sair daqui.
— Uiui!!! Olha ele o garanhão da parada. — riu um detento ao se aproximar com a sua corja.
Diante dessa interrupção fui obrigado a fechar os olhos por um breve momento enquanto respirava profundamente para não sair socando tudo o que encontrasse pela frente. Em seguida abri os olhos, endireitando meu pescoço para olhar-lhos melhor.
— Nossa, a mocinha me impressiona com esses olhos verdes.
— Também acho, chefe. Negã.o bonito da porr.a.
— Pena que não conseguimos comer o…
O chefe deles deu uma cotovelada no estômago do bocudo comedor de bunda.s dessa prisão.
— Chefe, quer que eu chame nosso pessoal? Eles vão adorar isso.
— Não, posso me virar sozinho com eles. Pode ir.
— Mas… chefe..
Levantei tranquilamente, olhando diretamente para o homem branco e careca na minha frente, ele tinha o dobro do meu tamanho, além de ter o corpo mais largo que o meu. Mas com certeza não tinha as táticas de luta que adquiri ao longo da minha jornada. Cria da favela do Formigueiro.
— Gosta de bancar de boazudo aqui no pátio, mas o playground é nosso meu chapa! — Gesticulou cheio de autoridade.
— Não sou seu chapa. — Peguei um cigarro do bolso do uniforme horroroso do qual era regra vestir, e coloquei na boca, como se fosse acender. Semicerrei os olhos na direção de cada um desses idiotas, vendo o quanto a minha simples audácia podia ferir os egos superficiais deles.
— Aqui ninguém fica tirando onda com o branquelo! — Apontou ao derredor. — Esses guardas não farão nada se eu só te furar um pouquinho na barriga.
Sorriu zombeteiro enquanto tirava a faca de pão do bolso do seu macacão. Traje típico da prisão.
— O que vai fazer com essa arminha de brinquedo, seu zé bocet.a. Desiste, não vou dá meu r**o pra um branquelo azedo feito você. Não tô afim! Você fede! – falei com a voz meio travada por causa do cigarro na boca.
Ele ficou meio sem graça ao olhar seus seguidores, que mantiveram contato visual com o negã.o aqui, mas logo se recompôs. Ele me olhou com uma raiva acolhedora que despertou meu lado mais insano. Mais sombrio.
— Está zombando de mim seu pret.o de merda!?
Me posicionei para a luta, e logo os três vieram com tudo. Deixei que os dois fraquinhos me pegassem, me segurando pelos braços, enquanto meu companheiro de cela saia desesperadamente em busca de nossos homens. Mas antes deles chegarem já terei terminado aqui.
O branquelo sorriu vitoriosamente ao se aproximar. Ele estava bem confiante que iria me ferir. Para manter o ritmo tenso demonstrei incapacidade de fuga enquanto puxava meus dois braços. Sorri internamente para a cena à minha frente, sempre fui um ótimo ator na minha antiga escola de artes. Na época da minha infância, antes de ir morar no morro. Antes de virar o que sou hoje.
— Como pode ver, o mundo pertence aos mais fortes. Vou adorar… — Olhou diretamente para baixo, na minha barriga. — … perfurar seu estômago, fazer um furo minúsculo e arrombar ele com o meu pa.u. Vai sentir mais dor aí do que se tivesse me dado seu c.ú cabeludo quando chegou nessa cadeia, olhinhos de moça.
Fez um chiado, como se estivesse excitad.o ao imaginar a cena da sua perversidade, mas quando seus passos chegaram aonde eu queria, me desvencilhei facilmente das garras desses dois mongoloide.s, me apoiei com bastante força em seus ombros, que acabei jogando aqueles dois pra baixo, no ato de impulsionar meus pés na acrobacia. Resultando em um chute certeiro na cara do meu agressor.
Nós três caímos no chão, eu deitado me apoiei pelos cotovelos, mas o chefe deles desabou lentamente caindo primeiro de joelhos ao notar seu nariz sangrando, e depois desmaiou soltando a arma branca da mão.
Os sujeitos com uma p**a raiva tentaram me pegar, mas fui mais rápido, pegando suas cabeças vazias, choquei um com o outro. Eles também desmaiam, só que em cima de mim.
— Droga!
Me lancei no chão, cansando dessa merd.a. Cuspi o cigarro para longe.
Escutei passos apressados, eram os guardas e os outros prisioneiros se achegando.
— Chefe!
Meu companheiro de cela tentou se aproximar para me ajudar, mas não foi preciso pois os demais já tiravam aqueles peso morto de cima de mim.
— Eu disse, que ele daria conta, agora passa a grana.
— Vocês combinaram isso?
Dois agentes discutiam entre si pelo bolão, enquanto os outros apenas riam com as mãos na cintura.
De pé olhei-os seriamente.
— Tiveram sorte, o branquelo ali pegou a faca de pão.
Eles pararam de rir e começaram a remover aqueles três para longe, dispersando a multidão no decorrer.
Limpei a minha roupa, notando meu subordinado desviar de outros detentos, junto de mais de dez homens com ele.
— Poxa, chefe, podia ter esperado. Três contra um foi muita covardia. — Respirou com certa dificuldade.
— Às vezes não podemos nos dar o luxo de esperar. Agir foi a melhor saída.
Ele sorriu, em seguida o pessoal perguntou se ainda iria precisar deles, mas disse que não.
— Então… sobre a merenda da semana que vem.
Andamos lado a lado, com ele olhando minha cara enfezada enquanto olhava na direção dos demais agentes que pagavam o homem que havia apostado que eu sairia daquilo com vida.
— Prefiro uma loira.
— Então acertei em cheio no pedido — falou alegremente. — afinal todo pret.o gosta de uma loira, não é chefe?!
Riu consigo mesmo, mas eu permaneci sério e pensativo.
Cátia é totalmente diferente; é morena de longos cabelos escuros, além de ser uma depravada na cama. Agora quero provar outro sabor de mulher, de preferência uma que seja mais… recatada. Uma quase virgem.