PROLOGO

1052 Palavras
"O erro de meu pai será o fim de todos nós." Em um mundo devastado pela guerra e pela fome, a humanidade se viu à beira do colapso. As nações, uma a uma, ruíram sob o peso da destruição, e os governos se uniram em um último esforço para salvar o que restava da civilização. Foi nesse cenário de caos absoluto que Zayn Romanov foi escolhido para liderar. Um homem de ferro, com uma visão implacável de como reconstruir a ordem, ele separou o joio do trigo de uma forma c***l e definitiva. A sociedade foi dividida entre aqueles que, aos olhos de Zayn, mereciam viver e os que estavam condenados a desaparecer. As classes mais altas, com suas riquezas e status, foram agrupadas de um lado, enquanto as pessoas que não se encaixavam nos moldes da nova ordem foram exiladas. Os pobres, os criminosos, aqueles com o sangue manchado — esses foram enviados para longe, para cidades distantes e esquecidas, onde a esperança era apenas uma palavra sem significado. Paradise, a cidade central, o coração do novo império de Zayn, ficou sob seu controle direto, enquanto os exilados foram jogados à própria sorte, em regiões áridas e devastadas, onde a escassez de recursos era uma sentença de morte. Zayn não governava sozinho. Ao seu lado, estava um quarteto de generais que, juntos, formavam a força imbatível do novo regime. Lucifer Cain, Leviatã, Baal e Dehemont eram seus olhos e mãos, garantindo que a ordem fosse mantida. Eles percorreram o país, limpando as terras e expulsando os "inimigos" para o abismo. Crianças, mulheres, e homens foram mortos, e as famílias inteiras exiladas para as cidades do inferno, longe de Paradise, sem nenhuma chance de sobrevivência. Lucifer, o filho mais velho de Zayn e Lilith, era o favorito do pai. Ele era o que mais se assemelhava a Zayn, tanto em força quanto em lealdade. Lucifer era o guerreiro incansável, o líder impiedoso, o mais amado de todos os filhos. Ele tinha a confiança plena de seu pai, sendo o braço direito e a pessoa de maior destaque em todo o império. Lucifer era designado para patrulhar as fronteiras da cidade de Paradise, vigiando as cidades do exílio e observando os horrores que se passavam lá. Ele via de perto a miséria daquelas pessoas, a fome insuportável, as crianças morrendo nas ruas, mulheres sendo forçadas a mendigar para sobreviver. O que deveria ser um trabalho de controle e imposição da ordem se tornou um peso para Lucifer. Ele via a destruição e a dor ao seu redor, e isso lhe cortava o coração. Durante suas patrulhas, ele viu famílias inteiras morrendo sem ajuda, crianças abandonadas, mulheres violentadas pela necessidade de sobreviver. A visão desses horrores lhe atormentava. Ao retornar a Paradise, Lucifer não pôde mais guardar o que sentia. Enfrentou seu pai, Zayn, com uma acusação que era mais uma súplica do que uma ordem: — Expulsar essas pessoas foi um erro — disse ele, a voz cheia de dor. — Eles não têm como sobreviver lá fora. O que está acontecendo nas cidades do inferno é um m******e. Zayn o olhou com desdém. Para ele, Lucifer era o filho perfeito, mas suas palavras o incomodaram. — Essas pessoas são fracas — respondeu Zayn com frieza. — Não podem sobreviver à nossa nova ordem. Não são dignas de compaixão. Mas Lucifer, cheio de raiva e compaixão, insistiu: — Eles estão morrendo, pai. Crianças inocentes. Mulheres e homens que não têm culpa do que aconteceu. Eles não merecem isso. Foi então que Elga, a amante de Zayn, entrou em cena. Elga sempre teve o poder de influenciar as decisões de Zayn, especialmente quando se tratava de seus filhos. Ela sabia que o relacionamento de Lucifer com o pai estava se deteriorando, e usou isso a seu favor. Com um sorriso astuto, ela começou a semear discórdia no coração de Zayn, plantando mentiras sobre Lucifer. Ela o acusou de estar conspirando para tomar o império de Zayn para si. — Lucifer está tentando virar seu próprio líder, Zayn — disse Elga com um sorriso frio. — Ele está manipulando os outros generais, planejando uma revolução. Você não pode permitir que ele tenha tanto poder. Gabriel, o filho de Elga, também entrou na trama, acrescentando mais combustível ao fogo. Juntos, eles convenceram Zayn de que Lucifer estava realmente traindo-o, conspirando contra ele. O coração de Zayn, que antes era cheio de amor e orgulho por seu filho mais velho, agora estava corrompido pelas mentiras. Ele acreditava na lealdade de Lucifer, mas as acusações eram fortes demais para ignorar. Zayn, tomado pela raiva e pela desconfiança, decidiu que era hora de agir. Com um golpe devastador, ele condenou seus próprios filhos: Lucifer, Leviatã, Baal e Dehemont. — Vocês são traidores — Zayn gritou, a dor evidente em sua voz. — Não tenho mais filhos. Não sou mais seu pai. Lilith, a mãe de Lucifer e esposa de Zayn, estava devastada. Ela não acreditava nas mentiras que Elga e Gabriel haviam espalhado, mas sabia que seu marido não a ouviria. Em desespero, ela se ajoelhou diante de Zayn, implorando para que os filhos fossem poupados. — Por favor, Zayn — disse ela, lágrimas nos olhos. — Não faça isso. Eles são seus filhos. Não importa o que Elga diga, eles são leais a você. Não os mande embora. Mas Zayn, obcecado pelo seu próprio orgulho e pela traição que acreditava ser real, não cedeu. Ele, então, fez uma última proposta. — Eu vou enviar vocês para as cidades infernais, para que gerenciem os exilados. Nunca mais voltem para Paradise. Nunca mais mostrem seus rostos aqui. E assim, Lucifer e seus irmãos foram enviados para as cidades distantes, onde o caos reinava. Eles foram afastados de tudo o que amavam, enviados ao exílio para governar os destituídos e os esquecidos. Zayn Romanov, agora sem seus filhos e sem a companhia da mulher que amava, continuou governando Paradise, implacável e distante. Ele acreditava que estava fazendo o certo, que sua ordem era justa, mas a perda de seus filhos e a destruição de sua própria família seria a falha que o consumiria. Enquanto Lucifer e seus irmãos se afastavam de Paradise, uma única frase ecoava em sua mente: — O erro de meu pai será o fim de todos nós.
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