Capitulo 05

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Elizabeth Não sei o que está acontecendo comigo, eu deveria nesse momento está arrumando minha bolsa e indo pra cidade ver meu carro e de lá seguir meu destino, mas não sei porque algo me faz querer ficar, na verdade alguém está mexendo tanto comigo que estou com medo disto tudo que está acontecendo, minha cabeça está numa dúvida sem tamanho, algo me diz pra ir, mas algo me prende e me pede pra ficar. Entro e recosto na porta e fico tentando controlar as batidas de meu coração que está completamente descontrolado, quando lembro de seu olhar sobre os meus, já fico imaginando suas mãos sobre meu corpo. - que pensamentos são esses Liz, você m*l conhece ele e já está fantasiando momentos íntimos, eu acabo de sair de um casamento, não posso me envolver novamente e sofrer. Vou até o quarto e pego o celular que comprei, coloco o novo chip e ativo ele, penso em ligar pra meus pais, mas desisto, a essa altura o Bernard já deve ter entrado em contato com eles a minha procura, ele pode rastrear as ligações e querer descobri o meu paradeiro, nesse momento eu preciso me firmar, procurar um emprego e só depois ir resolver minha situação com ele, só tenho certeza de uma coisa pra ele não volto mais, prefiro perder tudo, mas não vivo mais a vida que estava vivendo com ele. Resolvo ligar na minha antiga casa sei que o telefone de lá não é rastreado ele sempre se preocupou com o rastreador do meu antigo celular, então sei que e seguro ligar, só tenho que ter sorte e a Clara atender eu preciso saber qual a situação que está lá e ela é a única daquela casa em que eu posso confiar. Disco o número e na terceira chamada ela atende. _ Residência do senhor Carter, bom dia. _ Clara? _ Sim, o que deseja senhora. _ Clara sou eu a Liz, tem alguém próximo a você. _ Bom dia, com quem deseja falar. Vejo que ela está disfarçando porque tem alguém próximo, algum dos manda chuva do Bernard. _ Tem alguém aí perto de você, só me responde sim ou não. _ Olha senhora nesse momento não estamos precisando de ninguém pra trabalhar, nosso quadro já está completo. Ela para um pouco, depois de alguns minutos, ela volta a falar. _ Desculpa dona Liz, mas o Thomas estava perto de mim, então tive que disfarçar. O seu Bernard está louco atrás da senhora, já ligou pra seus pais, já acionou a polícia, já rastreou seu carro, seu celular. Quebrou a casa quase inteira. _ Por mim que ele quebre tudo, eu só preciso saber o que ele disse aos meus pais. _ Isso eu nao sei lhe dizer dona Liz, mas eu sei que eles estão vindo pra cá, se a senhora ligar amanhã eu posso lhe informar o que ele inventou pra eles, sei que deve ter acontecido algo grave pra senhora sair assim. _ Sim ele fez e eu não pretendo voltar,  amanhã eu ligo pra ter notícias dos meus pais, eu só não quero que ninguém saiba que você falou comigo, ou que eu entrei em contato com você está bem. _ Pode deixar dona Liz eu não vou falar nada, pode confiar eu sei muito bem o que a senhora passou na mão dele. Mas a senhora está bem? _ Vou ficar. Clara quero que você fique de olho no que o Bernard vai falar com  meus pais, cuide deles pra mim, por favor. _ Pode deixar. Se cuida dona Liz, espero que a senhora agora seja feliz, o seu Bernard nunca mereceu a senhora. Ah outra coisa, seria bom a senhora ligar no meu celular, seu Bernard já mandou o capacho do Thómas mandar colocar rastreamento nas ligações daqui da casa. _ Obrigado Clara, me fala seu celular assim amanha eu te ligo e pode deixar que eu agora vou mudar a minha vida, e só volto pra ir pra assinar o divórcio e me ver livre de vez dele. _ Eu vou ter que desligar, anote ai rapidinho que está vindo alguém. Pego uma caneta e um papel na minha bolsa e anoto o numero dela, logo depois ela encerra a ligação e eu fico pensando qual a desculpa que o Bernard vai inventar pra meus pais, eu só espero que eles acreditem em mim e não nele. Jogo o celular na cama e fico pensando no que vou fazer daqui pra frente, preciso encontrar um hospital pra trabalhar, encontrar um local pra morar e recomeçar minha vida, agora da maneira certa, só não posso me iludir mais achando que o amor pode tudo. Fico no quarto um bom tempo, depois sigo até a cozinha, pego um gelo pra colocar nesse hematoma, que está deixando meu rosto com uma cor horrível, me deixando numa péssima aparência, desse jeito fica até difícil procurar um emprego, vou ter que melhorar primeiro antes de ir, acho que vou ter que aceitar a proposta do Anthony e ficar aqui esses dias, assim que estiver apresentável eu sigo minha viagem, só tenho que não me deixar envolver por aquele olhar penetrante do Anthony, ou então eu posso acabar não resistindo e deixando as minhas emoções falar mais alto que a minha razão. Estou perdida em meus pensamentos, quando sou surpreendida pela voz que atormenta todos os meus sentidos. _ Desculpe entrar assim e te assustar, mas eu chamei e você não respondeu. _ Eu estava distraída. _ Tá sentindo dor, não quer ir a farmácia comprar algo pra colocar em seu rosto. _ Estou bem, só tentado melhorar esse hematoma, não está doendo só me deixando parecendo um pequeno monstrinho. _ Pode não está bonito, mas você está longe de se parecer com um monstrinho, ja é linda assim, sem esse hematoma deve ser ainda mais linda. Ele fala e sinto meu corpo inteiro arrepiar, além do meu rosto enrrubecer e tenho certeza que estou vermelha como uma pimenta, nao sei o que acontece comigo, mas tudo nele me fascina, eu tenho que me controlar, nao posso me deixar envolver, tenho que ter foco no que eu quero nesse momento. _ Estou indo a cidade, queria saber se você não queria ir, talvez esteja precisando de alguma coisa. _ Gostaria sim, eu não trouxe quase nada, vou precisar comprar algumas coisas, se não for incomodar é claro. _ Não é incômodo algum. _ Vou só buscar minha bolsa, já volto. Saio e parece que minhas pernas viraram gelatina, não sei o que está acontecendo comigo, ele mexe com todos os meus sentidos, meu corpo que há muito tempo não sentia as sensações que estou sentindo perto dele, mas também estou há tanto tempo sem carinho e sem o contato masculino que meu corpo já está sentindo falta. Me recomponho e vou até o quarto, pego minha bolsa e o meu óculos escuros, ajeito meu cabelo e volto, ele está parado próximo a porta me esperando. _ Estou pronta, na hora que quiser ir. _ Vamos então. Ele da passagem e eu vou na frente, logo ele fica ao meu lado, nosso caminho até o carro foi em silêncio, assim que chegamos ele vem e abre a minha porta, entro e ele fecha, vai até seu lado e entra, coloca o cinto, eu coloco o meu e saímos, os primeiros minutos de viagem foi em silêncio,mas ele faz questão de quebrar e iniciar uma conversa. _ E então pensou na minha proposta? _ Sim, eu aceito passar uns dias na sua Vinícola, até porque com essa aparência vai ficar bem dificil eu me candidar a uma vaga de emprego, mas assim que estiver bem eu vou pra Seattle. _ Tudo bem, mas fique na vinícola o tempo que precisar, tenho certeza que seu marido não vai poder te encontrar. _ Ele não vai me achar, eu fiz questão de me desfazer do meu celular e do carro, deixei meus cartões e tudo que ele podia rastrear pra me encontrar. _ Seu marido parece um homem controlador e do jeito que você está falando ele não vai sossegar até te encontrar. _ Eu sei, mas ele não tem noção de onde eu estou, eu fiz uma viagem longa até aqui e procurei não deixar pistas, se bem que o meu carro ele pode encontrar e descobri o que estou hoje já que ele vai usar dos piores meios pra fazer o dono da loja falar. _ Você quer se desfazer dele, eu posso consegui essa troca pra você, assim ele não te encontra. _ Tudo bem, claro que eu preciso de um carro do valor do meu ou menor, nesse momento não posso gastar muito. _ Eu consigo isso pra você, pode ficar tranquila. _Obrigada, eu só estou te trazendo problemas. _ Não é problema algum, na verdade você está me ajudando a me sentir útil novamente, desde que minha esposa morreu que eu havia perdido a alegria de viver, agora que comecei a voltar a gerir os negócios da Vinícola, meu irmão foi que tomou conta de tudo pra mim, eu não me interessava por mais nada. _ Eu lamento por sua perda e fico feliz que esteja retomando sua vida novamente. _ A vida continua né, elas vão ficar sempre na minha lembrança, mas eu preciso seguir em frente, acho que isso faria as duas felizes, minha mãe e meus irmãos me ajudaram muito, se não fosse eles talvez hoje eu ainda estaria trancado num quarto com raiva de todo o universo por tirá-las de mim. _ Você tem quantos irmãos? _ Três, um irmão e duas irmãs. _ Eles são mais novos ou mais velhos que você. _ Eu sou o mais velho, depois vem meu irmão e as gêmeas que são as mais novas. _ Você tem irmãs gêmeas ? _ Tenho sim, são lindas, meigas e carinhosas, mas quando estão longe uma da outra, as duas são como cão e gato. _ Sério, e como fica seus pais nessa situação. _ Minha mãe sabe lidar quando as duas estão brigando, eu e o meu irmão ajudamos muito. Meu pai faleceu quando éramos pequenos ainda, tive que ajudar a minha mãe na criação deles, essa vinícola era do meu pai e eu assumi os negócios junto com a mamãe quando ele faleceu, mas ela depois de um tempo quis embora pra Seattle,  mudar os ares e ficar perto das minhas irmãs que estavam na faculdade. _ Parece ser bom ter uma família grande assim. _ É sim. Você não tem irmãos? _ Não, sou filha única. Isso é bem chato, mas minha mãe não pôde mais ter filho depois que nasci. Foi uma luta eles me deixarem casar, e eu devia ter escutado eles, talvez hoje minha vida seria diferente. _ Falando assim, parece que você se casou bem jovem. _ Sim, estava com dezessete anos. O Bernard era mais velho que eu, já estava com dezenove e fazendo faculdade. _ Você é bem jovem então. _ Sim, vou fazer vinte e três. Perdi boa parte da minha vida em um casamento fracassado, mas acho que ainda dá tempo de recuperar, exercer a profissão que sempre sonhei e viver né. _ Mas você tem uma vida inteira pela frente ainda, pode viver muitas coisas e quem sabe encontrar a pessoa certa. _ Viver muitas coisas sim, agora me entregar ao amor novamente não sei, eu já me iludi uma vez, não vai ser fácil me entregar de novo. Ainda bem que chegamos, a conversa estava tomando um rumo que eu ainda não quero explorar, não vou dizer que não vou me relacionar com nenhum homem, se isso acontecer vai ser apenas um momento, um encontro, uma noite de sexo e nada mais, amor novamente não sei se vai rolar, já me machuquei uma vez, não quero me machucar de novo. _ Bom chegamos, vou te deixar no centro da cidade, onde tem algumas lojas assim você pode fazer suas compras a vontade, enquanto isso eu vou resolver alguns assuntos, tudo bem pra você? _ Claro, só vamos marcar um local pra nos encontrar novamente já que eu não conheço muita coisa por aqui. _ Sim, eu vou te deixar bem próximo a uma lanchonete, lá será nosso ponto de reencontro tudo bem. _ Tudo. Mas me passa seu número, vai que eu me perco. _ Claro. Eu pego meu telefone e entrego a ele, que coloca seu número e logo me devolve e nesse vai e vem de celular, nossos dedos se encontram e a mesma corrente elétrica surge como da outra vez que ele me tocou. Pego o celular novamente e logo ele para onde vou ficar e segue sua viagem. Eu tenho que resolver minha vida o mais breve possível, não sei se vou sobreviver aos seus olhares, a sua voz, aos seus gestos, ele mexe com todas as minhas terminações nervosas, um toque mais profundo e um outro beijo daquele não sei se resisto e me entrego só pra sentir se ele é tão gostoso como é bonito e cavalheiro. Saio dos meus pensamentos pervertidos e vou as minhas compras, tenho que ocupar minha mente com alguma coisa antes que ele a domine inteira e eu acabe fazendo algo que possa me arrepender mais tarde.
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