Capitulo 01
Elizabeth
Hoje seria um dia de tristeza na minha vida, seria um dia de angústia e dor por acabar com o casamento com a pessoa que amei muito nessa vida, mas na verdade hoje é o dia da minha libertação. Cinco anos casada, dois anos de namoro, e um sonho da vida perfeita, de está ao lado do amor de minha vida se foi no dia que subi ao altar e disse sim, eu e o Bernard nos conhecemos na escola, ele vindo de outra cidade e eu já morando aqui, foi um sentimento mutuo, ele por mim e eu por ele, pelo menos era isso que eu imaginava.
Nos apaixonamos no primeiro encontro, eu tinha quinze anos e ele dezessete, foi um amor à primeira vista, pelo menos era isso que eu imaginava no começo tudo era flores ele um verdadeiro dom Ruan, me tratava como uma verdadeira princesa, e assim foi durante os dois anos de namoro, quando completei dezessete anos resolvemos nos casar mesmo contra a vontade de meus pais, mas eles por fim aceitaram e nos casamos.
O primeiro ano de casamento foi só flores, ele já iniciando sua carreira na empresa de seu pai e eu só estudava, essa foi uma das condições do meu pai em deixar a gente se casar, que eu não deixasse de fazer a minha faculdade e isso eu não abri mão também passei na faculdade de Medicina e comecei a estudar logo que casamos, ele já estava fazendo administração e ajudava seu pai na empresa da família.
Minha mãe me aconselhou a não ter filho até eu me formar, assim eu poderia me dedicar aos estudos. Já que medicina era um curso que exigia muito, então eu decidi que assim que terminasse a faculdade eu pararia com o remédio e começaria a planejar nosso primeiro filho.
Os anos se passaram e quando completamos três anos de casamento, as coisas em casa começaram a mudar, o Bernard só chegava tarde a casa e já me procurava muito pouco, não tínhamos mais aquele fogo do início do nosso relacionamento, tudo estava esfriando da parte dele, meus pais se mudaram da cidade, o pai dele que era sócio do meu pai acabou comprando a parte dele e meu pai resolveu iniciar sua nova vida em São Francisco e eu fiquei só com meu marido, que mais parecia meu ditador.
Mas eu ainda acreditava que tudo era apenas uma fase r**m, que tudo passaria e o Bernard voltaria a ser o homem apaixonado que eu conheci no colégio, que me fazia suspirar pelos cantos, que foi o primeiro homem da minha vida.
Ilusão da minha parte que tudo voltaria a ser como era no começo, que o nosso amor venceria todos os problemas, o Bernard só vivia pra o trabalho e sempre queria mais, no dia que seu pai passou a presidência da empresa a ele só aumentou a sua fama de empresário de sucesso e aquele rapaz simples passou a ficar esnobe e a mudar totalmente seu jeito com as pessoas e até comigo.
Os últimos meses tem sido os piores da minha vida, tudo se tornou um verdadeiro inferno, sozinha na cidade, sem meus pais pra me aconselhar e apoiar, fiquei a mercê do Bernard que estava me tratando cada vez com mais frieza, discutíamos cada vez que eu ia falar com ele, passou até me agredir em algumas de nossas discussões, mas eu ainda tinha esperança que tudo mudaria que aquela fase ia passar.
Mas não passou e nossa convivência passou a ficar cada dia mais difícil, até o dia de hoje, quando toda a verdade veio à tona. Estava saindo do banho quando a Clara bate na porta do meu quarto.
_ Entra.
_ Desculpa dona Liz, mas um entregador trouxe esse envelope endereçado à senhora.
_ Quem enviou Clara?
_ Não tem remetente apenas o destinatário.
_ Tudo bem Clara, pode deixar ai em cima da minha cama daqui a pouco eu olho.
Ela coloca o envelope em cima da cama e sai.
_ Licença.
Sigo até o closet e me troco, volto e me sento na cama curiosa para saber o que tem nesse envelope, assim que abro me deparo com várias fotos, todas do meu marido transando com duas mulheres diferentes, as fotos tem vários ângulos da safadeza dele, coloco a mão em minha boca não acreditando no que estou vendo, tudo isso explica o porquê dele me tratar da maneira que ele está me tratando, esta com caso com essas duas piranhas.
Porque fui tão burra que não percebi isso antes, estava na cara que ele me traia de todas as formas e eu i****a ainda acreditando que nosso casamento teria uma chance, mas agora acabou, tudo isso acabou e eu não vou mais me submeter a essa situação, esse casamento acaba hoje, chega de sofrer, chega de me iludir, de chorar por um homem que não vale a pena.
Pego uma bolsa e coloco algumas peças de roupa, meus documentos e meus cartões, tudo o que eu preciso para sumir de vez dessa casa, dessa vida de infelicidade e ir para um lugar bem longe onde ele não possa me achar, onde eu possa recomeçar minha vida e enfim me dedicar à profissão que escolhi.
Arrumo tudo e saio do quarto e encontro a Clara na sala.
_ A senhora precisa que eu chame o Thomas dona Liz.
_ Não Clara, na verdade não quero que o avise que estou saindo, vou a empresa fazer uma surpresa ao meu marido.
_ Tudo bem. E o almoço?
_ Faça o que achar melhor.
Termino de falar e saio, não quero que a Clara desconfie de nada, apesar dela ser a pessoa que me entendia nessa casa não quero envolve-la em meu plano, os outros eram apenas p*u mandado do meu marido.
Chego à garagem e pego meu carro que foi presente do meu pai, verifico minha bolsa e vejo que tudo o que preciso está nela, confiro se o cartão da minha conta de quando eu ainda era solteira está na minha bolsa, vejo se minha maleta está no banco de trás, tudo certo então saio não quero o Bernard me rastreado, depois de hoje sei que vou ter que me esconder pra ele não me encontrar.
Dirijo com a mente a mil, não sei o que vou enfrentar em confrontar o Bernard de frente, mas eu preciso ser forte e não me deixar iludir pelas coisas que ele me fala, muito menos pelas suas ameaças.
Antes de ir à empresa passo no banco e retiro uma quantidade de dinheiro que vai servir pra eu poder viver alguns dias sem ele consegui me rastrear, depois de sacar o valor da minha conta passo numa loja e compro um celular novo, esse vou me desfazer, não quero nada que me ligue a ele.
Sigo meu caminho e chego à empresa, deixo tudo dentro do meu carro que meu pai me deu de presente, espero que o Bernard não tenha colocado nenhum rastreador nele.
Subo o elevador com o envelope com as fotos na mão e meu celular. Chego ao andar do Bernard e não vejo sua secretária na sua mesa, então resolvo entrar, abro a porta e me deparo com meu marido no sofá de sua sala chupando os s***s da sua secretária que está completamente nua e ele apenas de boxer, assim que ele me vê, levanta rápido.
_ Que p***a você está fazendo aqui Elizabeth?
_ Não sabia que era proibido vir visitar meu marido. Mas eu já entendi você estava bem ocupado.
_ Rachel nos deixa sozinhos.
A sem vergonha nem se abalou, pegou a roupa se vestiu e saiu, como se o que ela estivesse fazendo era à coisa mais natural do mundo.
_ O que você estava pensando em vir aqui sem avisar, porque o Thomas não me falou nada.
_ Ele tinha que te avisar né, assim eu não via a cena degradante que vi quando cheguei.
_ Você não tem permissão pra sair de casa e muito menos pra vir à empresa sem avisar.
_ Claro, assim eu não descobria isso não é Bernard. - pego o envelope e jogo em sua mesa. __ é por isso né, por que você me traía não só com a i****a de sua secretaria, mas com mais essas duas vagabundas, além das outras que eu não sei. Porque Bernard, porque me fazer de i****a todo esse tempo? Se já tem outras mulheres pra te satisfazer, por que não pediu o divórcio.
_ Porque você é meu troféu Elizabeth, a mulher pra apresentar em meus eventos e não pra eu ter um sexo louco como com minhas amantes, você é a minha esposa, elas são as minhas amantes, as mulheres que satisfaz as minhas necessidades, me enjoei do sexo que me oferecia aquele sexo morno, sem graça.
_ Toda vez que queria algo novo você nunca aceitava e agora eu é que tinha a culpa? Tínhamos um sexo morno mesmo, porque você nunca foi um homem fogoso, que buscava novas aventuras, mas claro que não queria, vivia ocupado demais com suas amantes. Você nunca foi um homem de verdade em nosso casamento.
Assim que termino de falar já recebo o golpe no rosto, ele me ataca e acerta um soco em meu rosto me fazendo cair sentada na cadeira.
_ Nunca mais diga que não sou um homem. Você é uma mulher frígida, sem graça e só serve pra ser o meu troféu nos eventos, na cama eu tenho amantes bem melhores.
Seguro meu choro, ele nunca mais vai tocar um dedo em mim.
_ Pois então a partir de hoje, pegue uma das suas amantes e faça dela seu troféu, pra mim acabou, chega eu não vou mais viver uma vida de infelicidade com você, fique com suas amantes, transe com elas já que é melhor, a mulher frigida aqui está caindo fora.
Ele vem ao meu encontro e segura meu pescoço e me prensa na parede, me olha com um olhar furioso.
_ Você não vai me largar Elizabeth, você vai voltar pra casa e ficar lá como uma boa dona de casa e vai fazer como das outras vezes, chorar e depois esquecer tudo o que aconteceu.
Estou quase sem fôlego, mas ainda tenho forças pra alcançar e lhe golpear bem no meio das pernas e o fazer cair, pego um vaso em cima da sua mesa e o golpeio na cabeça e ele desmaia, aproveito pra sair e fugir antes que ele coloque seu exército pra me impedir.
Jogo o celular no chão e saio correndo, graças a Deus a oferecida da secretaria não está em seu posto. Aperto o botão do elevador e desço, rezando a todos os deuses que o Bernard não acorde até eu chegar à garagem.
Quando o elevador chega ao térreo eu olho e não vejo seus brutamontes a minha espera, então corro até meu carro, ligo e saio cantando pneus, sem rumo saio pelas ruas de Los Angeles, pensando que rumo tomar, não posso ir pra São Francisco, pra casa de meus pais, será o primeiro lugar aonde ele vai me procurar, sigo até a estrada e olho a placa com a direção de Seattle e a distância, não importa quanto tempo demore, é pra lá que eu vou.
Sigo em direção a Seattle, meu rosto ardendo do soco que ele me deu, mas a sensação de liberdade supera todo o sentimento r**m que assola meu coração, dirijo sem parar, não quero correr nenhum risco do Bernard me encontrar.
No meio da tarde, já um pouco cansada de dirigir e com fome paro numa cidade, pra abastecer o carro e comer alguma coisa, e resolvo fazer algo pra não levantar mais nenhuma suspeita e o Bernard não me encontrar.
Ando pela cidade e vejo uma loja de veículos, vou até lá e procuro o vendedor e falo do meu interesse em vender meu carro, pra comprar um mais simples, tento convence-lo que ele gasta demais, uso todos os argumentos pra que ele aceite o negócio mostro os documentos e como tudo está em meu nome ele aceita e me oferece um valor um pouco abaixo de mercado, mas aceito, melhor perder um pouco no valor do que correr o risco de ser encontrada.
Negócio fechado, pego outro carro bem mais simples e ainda o dinheiro de volta o que vai me ajudar a me manter ate consegui um emprego.
Saio da loja e vou até o posto abasteço passo na loja de conveniência e compro algumas coisas e saio, pego a estrada novamente, ainda tenho muitas horas antes de chegar a Seattle, mas não vou parar, até porque não posso parar pra correr o risco do Bernard me encontrar.
Sigo dirigindo com um filme passando em minha mente, como fui ingênua, tola em acreditar que o amor venceria tudo, como fui cega em não perceber que ele me traía descaradamente, lágrimas caem dos meus olhos ao mesmo tempo em que uma tempestade se inicia, mas eu não posso parar, tenho que lutar contra os meus sentimentos, a dor não só física, mas a dor da alma, além dessa chuva que cai tão forte que me impede de ver o que tem a minha frente, o temporal chegou junto com a noite.
Tento dirigir o mais devagar possível, mas a chuva esta muito forte e me impede de ver o que tem a minha frente, mas não paro, vou seguindo ate que sinto o baque e vejo meu carro perder o controle e cai numa vala na beira da estrada.
_ Droga... droga... porque essas coisas sempre acontece comigo já não basta ter um dia merda, tinha que acabar assim.
A chuva cai forte e eu saio do carro pra ver se consigo fazer algo pra seguir em frente, abro a porta do carro e mesmo com a chuva me molhando eu tento de alguma forma vê uma maneira de tirar o carro dali, dou várias voltas e entro novamente, dou ré e nada, vou pra frente e também não consigo, saio novamente na intensão de vê mais uma vez se consigo sair desse maldito buraco, no instante que estou tentando empurrar o carro na vã tentativa de tira-lo dali, vejo dois faróis em minha direção, meu coração acelera, estou aqui há algum tempo e não passou ninguém, a estrada estava completamente vazia, o carro se aproxima e para, um homem desce e vem ao encontro do carro e meu medo só aumenta, sou uma vítima fácil nesse lugar e não tenho nem como reagir, a única coisa que faço nesse momento é rezar e pedir a Deus que não seja nenhum maníaco ou algum capanga do Bernard.