Frederico não conseguia esquecer a humilhação que Maria Guadalupe o fez passar ao ser expulso da empresa.
Ele não estava disposto a deixar as coisas assim e jurou vingança.
Faria ela se arrepender de o ter tratado daquele jeito.
Tinha em mente um plano perverso, mas precisaria de uma aliada.
Pegou no celular e fez uma ligação.
Meia - hora depois, recebeu o retorno da ligação e não estranhou ao ouvir uma voz feminina que conhecia muito bem do outro lado da linha.
- Olá! Luísa. Eu soube que você está de volta a cidade.
- Frederico!? Sim. Eu estou de volta.
Mas como você soube?
- Não importa. Eu tenho uma excelente proposta para te fazer.
- Proposta?
- Sim. E também tenho muita coisa para contar e não vais gostar de nenhuma delas.
- A sério!?
- Sim. Posso te esperar na minha casa?
- Claro que sim. Agora estou curiosa para saber do que se trata.
- Eu imaginei. Te espero em uma hora.
Na hora combinada, Luísa chegou a casa de Frederico que esbanjava luxo.
Ele abriu a porta pessoalmente e sorriu quando a viu na sua frente.
- Nossa! Você continua linda.
- Olá Fred. Também não estás nada m*l. Vais me dizer porque me chamaste com tanta urgência?
- Sim. Mas antes me responde a uma pergunta. Você ainda quer se vingar do José Luckas de Brito?
- Como?
- Me ouviste muito bem. Sim ou não?
- Sim. Eu ainda quero que ele pague por ter me usado e jogado fora como um trapo velho.
- Óptimo. Então senta! Pois eu estou disposto a te ajudar. Eu também quero me vingar, mas não é dele.
- Não!?E de quem você vai se vingar?
- Da nova sócia da empresa... Maria Guadalupe Sánchez.
- O Quê?
- Ela mesma. Está de volta e tornou-se uma mulher linda e ainda mais rica do que antes.
- Você a conheceu?
- Sim. E a c****a me humilhou.
Ela me expulsou da empresa e me deixou sem nada.
- A sério!? Que garota atrevida? Achas que ela tem alguma coisa com o Luckas?
- Não sei. Na última vez que os vi eles m*l se falavam.
- Sabes o motivo?
- Não. Mas vou descobrir. Então!? Vais me ajudar?
- Claro querido. Conta comigo. E se essa garota estiver com o Luckas, eu mesma vou separar os dois.
- Excelente. Que tal um brinde a isso sócia?
- Eu tenho uma forma melhor de comemorar a nossa parceria.
Sócio.
Maria Luísa pousou a taça e beijou Fred. O seu interesse por José Luckas nunca foi ligado à nenhum sentimento. E agora tendo o apoio de Frederico, ela estava mais do que disposta a chegar ao patamar de esposa de José Luckas.
E se para conseguir fosse necessário magoar Guadalupe, ela o faria sem hesitar.
O final de semana foi inesquecível para Lupe. Ela sabia que Clara estava morta de curiosidade, mas ainda não tinham estado juntas.
Ela chegou cedo na segunda-feira e Antónia já a esperava.
- Bom dia senhorita Lupe. Hoje o seu dia será bem cheio.
- Bom dia Antónia. O José Luckas já chegou?
- Não Senhorita. Mas a senhorita Clara a espera na sua sala.
- A Clara? A esta hora?
- Sim Senhora.
- Obrigada Antónia.Por favor leve um café para ela e para mim um suco de ananás e uma sandes de queijo.
- Claro. Levo em alguns minutos.
- Obrigada Antónia.
Lupe pegou o elevador e respirou fundo, sabendo que teria um interrogatório por parte da amiga.
Entrou na sala e a viu de pé olhando pela janela.
- Bom dia Clara. Caiu da cama?
- Lupe... Nossa eu não estou mais aguentando. Aonde você se meteu?
- Ora! Estava na minha casa.
- Não. Você estava fugindo de mim.
Agora vais me contar o que houve depois que deixamos vocês.
- Certo. Eu sabia que você não ia aguentar. Então vou resumir.
- Tudo bem. Mas me conta. Por favor.
- Eu e o Luckas estamos juntos amiga.
Ele hoje vai assumir o nosso namoro.
- O quê!? A sério?
- Sim. Foi maravilhoso amiga.
Ele disse que me ama e foi até falar com a minha mãe.
- E o que ela disse?
- Ela já sabia Clara. Ficou muito feliz e o fez prometer que não vai me magoar.
- Oh amiga... Estou tão feliz por você.
Antónia bateu na porta e entrou com o café e o suco que Lupe pediu a ela.
Discreta como sempre, saiu sem interromper a conversa.
- Então amiga. Estás pronta para o que vem aí?
- Como assim?
- Ora! Você sabe que o meu primo tem muitas galinhas de olho nele.
E quando se tornar público.... Elas vão querer arranhar a tua cara.
- Pois que tentem.... O Luckas é meu e eu vou deixar isso bem claro para todas as piranhas, galinhas e seja lá quem aparecer.
- Assim é que se fala. Mas, eu confesso que apenas uma me preocupa.
A pior de todas.
- Falas da Maria Luísa?... - Lupe sentou para comer.
- Ela mesma. Àquela mulher é obcecada pelo José Luckas. Esteve fora por anos e agora retornou e com certeza não o vai deixar em paz.
- Sim eu pensei nisso. Mas, eu também não vou ceder. Se ela quiser me enfrentar então que o faça. Eu não vou recuar nem desistir da minha felicidade.
- E podes contar con o meu apoio amiga. Não vou permitir que enfrentes sozinha aquela cobra.
- Obrigada. Contar com a tua ajuda me dá ainda mais forca e determinação.
As duas amigas tiveram uma conversa bem animada.
Enquanto uma tempestade estava à caminho.
Após concordar em ajudar Frederico, Luísa decidiu que queria ver de perto a nova sócia de José Luckas.
Estava uma linda manhã de segunda-feira e ela estava a caminho da empresa. Não queria encontrar José Luckas, por isso chegou mais cedo.
Quando viu o carro de Lupe, ela esperou uns minutos e depois desceu também.
Frederico estava certo... Lupe exalava luxo e riqueza. Tinha motorista, segurança e a sua roupa era de grife.
Lupe pegou o elevador privado e foi até ao andar da presidência, quando entrou na sua sala, foi pega de surpresa pois havia um enorme buquê de rosas vermelhas na mesa.
- Uau! São lindas.
- Bom dia senhorita Lupe. Foi o Senhor José Luckas quem mandou....- Antónia disse na sua discrição habitual.
- Ele já chegou?
- Não Senhora. Foi a florista quem trouxe. Mas disse que ele chega em meia - hora.
- Obrigada Antónia. Me traz um suco por favor? E também uma sandes de queijo.
- Sim senhora. Trarei em seguida.
- Obrigada.
Antónia saiu e cruzou com Luísa no corredor. Esta foi directo para a sala de Guadalupe e trancou a porta por dentro.
- Mas o... Quem é você?.... - Lupe perguntou olhando para a mulher parada na sua frente. Ela era linda e os seus olhos eram azuis, mas brilhavam de ódio. E então a recoheceu.
- Olá! Você é a Maria De Guadalupe Sanchez.
- Eu mesma. E quem é você?
- Uma velha amiga dos Brito. Especialmente do José Luckas.
Mas, já nos vimos antes. Não te lembras de mim?
- A sério!? Não. Eu não lembro.
- A sério!? Não importa.
Você é o quê dele?
- Não é da tua conta. Agora por favor sai daqui. Eu tenho que trabalhar.
- Calma querida. Estás com medo de mim?
Lupe deu uma gargalhada....
- Medo!? De você? Desculpa querida.
Não és assim tão importante.
- Você é muito atrevida garota.
- E você é o quê? Ah! Você é louca.
Se pensaste mesmo que conseguirias me intimidar... Já percebeste que te enganaste.
- Sim. Eu percebi. Mas eu vou dizer só mais uma coisa. No amor e na guerra vale tudo.
- Sim. É verdade. Então podes pegar na tua vassoura e voar daqui para fora. Porque esta batalha eu ganhei.
Luísa saiu da sala de Lupe e voltou a cruzar com Antónia que já tinha chamado a segurança.
- Lupe! Estás bem?
- Sim Antónia.. Eu estou bem.
Por favor me avise assim que o Luckas chegar.
- Pode deixar. Licença.
Antónia deixou tudo na mesa e saiu.
Lupe não podia acreditar no atrevimento daquela mulher.
Sabia que Luckas esteve com outras antes dela, mas essa estava muito segura e deixou claro que teve algo sério com José Luckas.
Decidida a não se deixar abater, Lupe comeu e decidiu esperar por ele.
Confiava nele e não deixaria que nada nem ninguém interferisse nesse amor.
Clara tinha razão. Maria Luísa estava obviamente obcecada. E ainda acreditava que era a dona da vida de José Luckas.
Alguma coisa tinha que ser feita. Ela foi até lá de propósito para enfraquecer Lupita. Mas, esta iria mostrar a sua força.