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?Carla?
Acordo com o barulho do meu despertador, são sete horas, acho que posso dormir mais um pouco, aproveitar meu último final de semana antes do inicio das aulas.
Acordo por volta das oito horas e resolvo sair dessa cama e aproveitar meu dia, levanto e faço minha higiene, visto uma roupa confortável para passar meu dia com a pessoa mais importante da minha vida, minha vozinha Ruth, minha rainha. Desço as escadas e encontro meus pais e minha irmã tomando café.
-Bom dia família.
-Bom dia.
-Você vai ao restaurante hoje Carla?
-Não mãe, vou passar o dia com minha vô.
-Você sabe que tem que começar a se inteirar dos negócios da família Carla.
- Eu já falei que os negócios da família não são minha praia mãe.
-Sua mãe tem razão, você tem que fazer igual sua irmã, nos ajudar a alavancar os lucros do restaurante.
-Quantas vezes eu vou ter que dizer a vocês que não me interessa essas coisas de culinária, trabalhar em restaurante não é a minha opção de vida.
-Você não tem que querer Carla, é sua obrigação fazer parte dos negócios da família, porque pra você é tão difícil para aceitar nossas regras.
-E porque é difícil para vocês entenderem que não é isto que quero para minha vida, será que não posso decidir o que eu quero ser, o que eu quero pra meu futuro.
-Porque você não faz igual a sua irmã? Segue nossos conselhos sem questionamentos.
-Porque eu não sou a Rachel pai, eu tenho meus próprios sonhos e vou realizá-los, custe o que custar, com a ajuda de vocês ou não.
- Porque você tem que ser assim tão difícil, tão diferente de sua irmã, nunca faz nada que lhe pedimos.
- Talvez seja porque não sou ela mãe, não pretendo fazer algo que não goste pelo resto da minha vida, só porque é vontade de vocês. E que saber de uma coisa, essa conversa já deu, tô indo pra casa de minha vô.
-Volte aqui Carla, não terminamos ainda.
Saí sem dar ouvidos aos resmungos deles, queria saber porque eles não entendem que tenho sonhos diferentes dos planos que eles querem, não quero ser igual a Rachel que anulou sua vida completamente para realizar as vontades dos meus pais, fazendo tudo para agradá-los, sem se importar com seus sonhos e ideais.
Eu não vou seguir essas ordens, quero estudar, trabalhar e namorar com o que eu gosto e não para fazer os gostos deles, por isso que quando começa essas discussões eu me refugio na casa de minha vó, pra onde estou indo agora, pois lá me sinto em paz, tenho o conforto e o carinho dela além de me entender perfeitamente, vou meu caminho inteiro pensando que um dia eu vou poder viver a minha vida do jeito que eu gosto, não demoro muito chego a casa da vovó.
- Vovó cheguei!
-Minha querida, que bom te ver. Mas que carinha triste é essa?
-O de sempre vó, discussão com meus pais, como sempre planejando a minha vida sem nem sequer me perguntar o que eu quero ou gosto.
- Ah minha menina, seus pais não entendem que você é especial, tem um coração enorme e não se importa com a vida de luxo que eles querem te dar, pra eles o importante é ser reconhecido.
-É uma pena vó que eles pensem assim, a felicidade é muito mais importante, mas vamos deixar isso pra lá e aproveitar nosso sábado no clube se divertindo. O que acha?
- Claro minha menina, vou me arrumar e já vamos.
E assim foi meu sábado, passeando e curtindo com minha vó, cheguei em casa por volta das dezoito horas e encontro um total silêncio, graças a Deus não tem ninguém, vou poder descansar em paz adentro meu quarto, vou procurar uma roupa e depois ir tomar banho, comer alguma coisa e apagar, estou mega cansada, mas meu sossego acaba antes mesmo de começar, alguém entra no meu quarto sem bater me dando um baita susto.
- Você quer me matar de susto, não sabe bater na porta primeiro.
-Acho que não preciso, você é minha irmã e acredito que não tem nada a esconder.
_Rachel isso não te dá o direito de invadir minha privacidade. O que você quer?
- Conversar.
-E desde quando você se interessa em conversar comigo, garanto que vem me dá lição de moral. Acertei?
-Só não acho certo o que você faz com nossos pais, eles buscam o melhor pra gente.
-Eu sei, e agradeço a eles por isso, eu só não concordo em ter que fazer tudo do jeito que eles querem, prefiro lutar minhas próprias batalhas.
-Você ainda vai quebrar a cara com essas atitudes, o papai não vai ficar te sustentando o resto da vida, você agindo com essa rebeldia.
-Olha Rachel, eu não pretendo ficar o resto da minha vida morando com meus pais, vou estudar e fazer a faculdade que quero, trabalhar no que eu gosto e casar com o cara que amar e vou fazer tudo isso por mim e não para satisfazer as vontades deles e se eles não aceitarem, paciência, vou a luta sozinha.
-Porque você é assim? Tantas pessoas queriam estar no seu lugar.
-Assim como? Independente? Eu não sou diferente Rachel, eu só não aceito que me obriguem a fazer coisas que eu é que tenho que decidir.
-Você precisa deles Carla, acha que vai conseguir viver de sonhos, como vai se sustentar, sem a ajuda deles.
-Trabalhando, como todo mundo faz. Pode não ser fácil, mas vou lutar e isso é o que importa. Agora me diz uma coisa, você ama o Bruce?
-Que pergunta mais i****a, é claro que sim, ele é o homem ideal pra mim, nós vamos nos casar.
-O que você sente quando está com ele?
-Me sinto bem.
-Sente aquele friozinho na barriga sente aquele fogo quando ele te toca?
- Que pergunta mais indiscreta, nós não temos estes tipos de i********e, nosso namoro é reservado.
-E o que vocês fazem quando estão juntos? Não dão nenhum amasso mais quente, ele nunca avançou o sinal com você?
-Claro que não. Ele me respeita e sabe que só podemos fazer isso depois que nos casarmos, eu não vou decepcionar nossos pais, ultrapassando os limites e correndo riscos.
-Ultrapassar limites? Isso é sério? Você namora o cara há dois anos e só vivem de beijos, nenhum a mão boba.
-Claro que não. Sexo só depois do casamento.
-Em que mundo você vive? E se você não gostar dele na cama, se ele não for carinhoso com você, não te satisfazer como mulher, como vai ser Rachel? Descobrir tudo isso depois de casada que não tem mais volta.
- Vivo no mundo em que a moça se preserva e não se entrega com facilidade.
-O cara é seu namorado, você não vai se entregar a qualquer um, vai fazer com o cara que você ama. Ou você não ama ele.
-Claro que amo, mas isso não significa que tenho que t*****r com ele para provar esse amor.
-O sexo faz parte de um relacionamento Rachel, é necessário este contato mais íntimo para sabermos como é o nosso parceiro.
- Não preciso dessa conversa com você Carla, você não entende dessas coisas, ou você já perdeu sua virgindade com 17 anos.
-Ainda não, mas se eu encontrar o cara certo pode ter certeza que vou perder sim.
-Que horror! Deixa nossos pais saberem dessas suas ideias, e se você engravidar, o que vai fazer?
-Vou criar meu filho, sou responsável o suficiente para assumir meus atos.
-Já vi que não vou conseguir mudar sua cabeça mesmo, então vou te deixar em paz, mas quando quebrar a cara não vem choramingar perto de mim não, pois eu te dei os meus conselhos e você não aceitou.
- Obrigado, mas não contaria com você mesmo. Agora se não se importa vou tomar meu banho.
-Então tá. Quem avisa amigo é. Boa noite.
_ Tchau Rachel.
Que conversa mais chata, meu dia não podia terminar melhor, perdi até a fome, tomar banho e cama, antes que chegue mais alguém para me importunar.