Àquela casa, e os sonhos!

Capítulo 20

[...]

Parei a beira de um rio, onde me recusava a pular. Às águas eram sujas, não ia entrar ali de forma alguma, tinha medo de me sujar.

O lugar parecia uma represa ou uma barragem, não sei bem ao certo. Olhei para o lado e o estranho estava vindo em minha direção. Só conseguia ver os cabelos negros e a tatuagem. Ele queria que eu pulasse, mas eu tinha medo, medo de me sujar naquela água imunda.

- Eu não vou pular, não quero. Ele nada disse, apenas passou os braços envolta da minha cintura, se virou de costas e se jogou comigo na água. Eu estava por cima e ele por baixo.

Saí da água chateada com medo de que pudesse sair suja, mas não estava limpa.

- Thaís, Thaís. Acorde corazón. O que você tem? Acordei sobressaltada com o Alisson me chamando...- Estava tendo um pesadelo? Perguntou ele analisando meu rosto com a face endurecida...-Você gritava não, não quero. A água esta suja, estou com medo, por favor, não.

- Sim, eu estava tendo um pesadelo, tenho sonhado com um homem e uma casa. Tudo esta sempre relacionado a ele e a casa. Mas hoje por incrível que pareça foi diferente.

Franzi a testa achando estranho, mas me sentir aliviado por não ser com os pais dela.

- Você conhece esse homem? Você já foi a essa casa?

- Entrei na casa apenas uma vez, o dono dela me salvou de ser assaltada. Fiquei estático tentando processar o que ela havia dito...- Eu não o conheço, mas ele sempre esta em meus sonhos, também nunca conseguir vê-lo.

- Você tem medo dele? Perguntei temendo que ela diga sim.

- Não tenho medo dele, isso é estranho. Entretanto, a casa parece muito sombria, tenho medo, não consigo entender. O pior é que um dos meus sonhos acabou se tornando realidade, aconteceu. Não exatamente como eu sonhei, mas aconteceu.

Fiquei estático sem saber o que dizer. Fiquei me perguntando o porque desses sonhos. Depois de um tempo olhando pra ela, resolvi perguntar algo que estou temendo a resposta.

-Em algum desses sonhos, ele machucou você? Meu coração começou a bombear forte na minha caixa torácica. Não posso acreditar que fiz mau a minha Thais, ainda que seja em sonho.

- Não, no primeiro sonho, ele me salvava, como de fato aconteceu. O segundo eu não entendi muito bem, mas eu me via vestida de noiva e estava dentro da casa, também ouvi um nome e acordei chamando por ele; o terceiro sonho, foi algo digamos diferente, prefiro não contar... o quarto sonho, eu ficava me perguntando o porque a casa estava bonita por fora e cheia de rachaduras por dentro, ela tinha rupturas, era como se a casa tivesse sofrido danos irreparáveis, que mesmo bonita por fora continua rachada, ferida por dentro. E esse último de agora, o estranho queria que eu pulasse em um rio, mas eu não queria porque a água estava suja, muito suja. Não queria me sujar também, era como se eu tivesse medo de sair suja e machucada. O estranho pulou comigo, o interessante, é que para me dá segurança e confiança. Ele ficou embaixo e por cima, era como se tivesse pedindo que confiasse nele, que nada ia me acontecer. Então, ele se jogou comigo, eu por cima e ele por baixo. Já tinha sonhado caindo assim com ele, no caso essa é a segunda vez.

Eu realmente não sabia o que dizer. Estava olhando para Thaís de olhos arregalados e boca aberta.

Aquilo era coincidência ou destino? Não sei, mas a pergunta que não sai da minha mente é:

- Qual foi o nome que você ouviu no sonho e acordou chamando?

- Você se importa se eu não responder? Balancei a cabeça em negativa.

- Era só curiosidade, não precisa contar se não quiser. Vamos voltar a dormir? Mas tarde te levarei para da um passeio.

Ela balançou a cabeça em afirmativa e se deitou dentro dos meu braços, talvez ela não tenha percebido o que fez. Mas eu gostei, não posso negar.

Horas mas tarde...

- Está pronta coração? Perguntou ele batendo na porta...- A sua amiga esta esperando para tomar café.

Abri a porta... e, meu Deus. O homem é lindo demais. Ele esta vestindo uma calça jeans preta, uma blusa de frio folgada com uma gola em v... o coque alto no cabelo estava levemente bagunçado com um pequena mecha fina que teima cair acima de seus lindos seus olhos. Ôh p***a, porque, Senhor? Porquê? É muita tentação...- Vamos, corazón?

Balancei a cabeça dizendo que sim e saímos dos quanto direto para o buffet do hotel.

- Posso te pedir uma coisa?

- O que você quiser!

- A minha amiga pode ir com a gente? Bem, não posso deixa-la sozinha.

- Claro que sim, ela pode ir também.

Assim que nos sentamos a mesma, Naiara já estava a nossa espera.

- O Alisson nos convidou para um passeio, vamos?

Ela olhou para nós dois e balançou a cabeça em afirmativa.

Naiara - E para onde o senhor Nogueira irá nos levar? Graças a Deus que não esta chovendo. Porquê vou te contar, Thaís. Nunca mas me meta em outra furada dessas.

Soltei uma risada e abracei ela.

- É surpresa, senhorita. Quando chegarmos, vocês vão saber.

Depois do café, tinha um jipe preparado a nossa espera. Entramos no carro, ele é quem vai dirigir.

Naiara - Pelo amor de Deus, não vou ter que fazer trilha não, vou? Porque se for, me deixem por aqui mesmo. Já estou passando vergonha só de atrapalhar o casal.

- Engraçadinha! Não somos um casal, mas sim amigos.

Não disse nada, fiquei quieto apenas ouvindo a conversa da duas.

Naiara- Só você não se deu conta de que estão parecendo um casal, Thais. Isso não esta mais parecendo um fingimento. Então o que eu vi ontem foi alucinação? Você chegou carregada por ele, Thais. Nos braços do bonitão mais cobiçado desse hotel. Tem ideia de que as meninas estão QUERENDO MATAR VOCÊ por inveja? Fica esperta, querida, Aisha é uma delas. Estava o tempo todo tentando dar encima do gato ai. Não seja burra!

Thais arregalou os olhos e eu soltei um risada anasalada com tamanha bobagem.

Elas não disseram mas nada e seguimos em silêncio até a minha fazenda.

...

Minutos depois estávamos entrando na fazenda. E a primeira pessoa que apareceu em nosso campo de visão foi àquela garota.

Desci do carro e abrir a porta para Thaís e a sua amiga.

Naiara - Ta explicado, agora entendi o porque ela quase atacava a Thais.

Franzi a testa e perguntei:

- Ela chegou perto da Thaís? Não é possível!

- Não, Naiara não soube explicar direito. Ela apenas ficou me encarando com uma cara não muito boa.

Naiara -Espero que ela não tente boicotar minha amiga. Porque eu dou uns tapas nela.

- Não se preocupe, ela não vai se aproximar da Thaís. Vamos corazón? Peguei na mão dela e seguimos direto para o estábulo.

Passei para garoto dando um olhar de alerta, ela que não se atreva.

Assim que chegamos na baias a Thais arregalou os olhos e perguntou:

- Vamos andar a cavalo? Eu não sei montar, Alisson.

Naiara - Eu não vou, não mesmo. Fico por aqui. Assisto uma televisão, visito algumas plantações, mas montra em um cavalo, não mesmo. Vão vocês, eu ficarei bem.

Thaís começou a rir.

-Vamos passear juntos no zaino. Ele apontou para um cavalo lindo de cor preta com apenas uma pinta branca na testa. O cabelo do cavalo é tão lindo, que da até inveja.

Ele me ajudou a subir no cavalo e depois subiu ficando atrás de mim. Isso não vai dar certo. Pensei comigo mesma!...- Não estamos usando roupas adequadas para montaria. Ele riu e disse:

- Não precisa, também não gosto. Leve ela para conhecer a vinícola. Não vamos demorar, voltamos para o almoço.

O homem balançou a cabeça dizendo que sim

Naiara - Tudo bem, se divirtam.

O cavalo saiu galopando ferozmente, o vento batia em meus rosto enquanto meus cabelos voavam. É um sensação maravilhosa, libertadora.

- Esta tudo bem, corazón? Balancei a cabeça dizendo que sim.

Não sei se foi uma boa ideia montar em um cavalo junto com a Thaís. O seu cheiro, seu corpo encostado ao meu, seus cabelos que voam batendo em minha face. Estão me deixando fora de controle, louco de desejo.

Respirei fundo tentando controlar os meus instintos.

Logo chegamos em frente a gruta, desci e a ajudei descer também.

-Que lugar é esse? Franzi a testa.

- Venha, você vai gostar. Quando era um menino, esse era o meu refúgio.

Assim que entramos, fiquei boquiaberta, o lugar é lindo. Tem uma lagoa de águas transparentes. Encostei e passei a mão na água que é um morna...-Vamos entrar? Entra comigo? Perguntou ele tirando as botas, depois a calça e por fim a blusa.

Levei a mão a boca em choque pela descoberta.

Ele olhou pra mim sem entender nada, me aproximei para saber qual era o nome que estava escrito debaixo da fênix. Joseph!

Levei alguns segundos para processar, cair sentada sem acreditar no que estava vendo.

Não pode ser, eles são a mesma pessoa? Me perguntei...- Thais, o que você tem?

- Não me toque, não me toque. Ele se afastou de mim dando um passo para trás.

- O que você tem? Apenas diga o que você tem.

- Era você o tempo todo, essa tatuagem foi a mesma que eu vi quando você desceu as escadas no dia em que me salvou. Esse foi o nome que você me perguntou quando eu contei dos sonhos que eu tive com VOCÊ e àquela MALDITA CASA. Joseph!

Eu não conseguia respirar, Thais olhava pra mim com raiva e medo. Não queria que isso tivesse acontecido.

- Você disse que não tinha medo de mim, Thais. Eu suportei, passei por muita coisa e aguentei. Mas não posso suportar sua rejeição, sua indiferença.

- Por que não me disse a verdade? Preferiu mentir pra mim.

- Eu não mentir pra você, corazón. Era exatamente por essa reação que não falei que sou o dono daquela casa. Você era única pessoa que eu não queria ter visto medo nos olhos.

Ela sai da gruta correndo...-Thais, espera!

Não saia correndo assim, vai se perder. Merda! Vestir a roupa rapidamente, montei no zaino e sair atrás dela.