Capítulo 52

1710 Words
... O caminho de volta para casa foi um completo silêncio. Estava com tanta raiva que acabei esquecendo de perguntar a Naiara se a nossa filha tem bebê conforto. Mas agora já é tarde, falta apenas algumas horas para chegarmos em Cantville. Não consigo parar de pensar, não consigo entender. Como chegamos a esse ponto? A primeira vez em que Naiara foi a minha casa ela tinha sete anos. Ainda lembro dela parada na porta do meu quarto em observando enquanto eu fazia um trabalho de escola. Pensamentos: Yago- Esta perdida? Não devia invadir o quarto das pessoas, ainda mas de um homem.Se esta procurando o quarto da minha irmã é o último. Ela continuou me olhando, seus olhos castanhos brilhavam. Tão fofinha! -MÃE, tira essa catarrenta daqui, tou com medo dela. Naiara - Você palece um príncipe.Vai casar comigo? Bufei irritado... Yago - Não é palece e, sim, parece. Não sou um príncipe, não vou me casar com você. Não acha que é muito tampinha para está pensando nessas coisas? MÃEEEEEEEEÊ, a garota esta me pedindo em casamento, essas crianças de hoje em dia. Ela bateu o pezinho no chão, fez um bico, colocou às mãos cintura e disse: Naiara - Papai disse que princesas se casam com príncipes.Você é meu príncipe, vai casar comigo. Ela apontou o dedo para si próprio, o que me fez rir. Yago - Maeeeeê, a garota esta tentando me coagir para casar com ela, deste tamanho. Eu não vou me casar com você, pequena criatura. Dê o fora do meu quarto, agora. Ela empinou o nariz, cruzou os braços e disse: Naiara - Sim, você vai. E se continuar desobediente, te transformarei em um sapo. E saiu do meu quarto pisando duro, enquanto eu ainda estava perplexo. Não tive como não rir, balancei a cabeça sem acreditar. Os anos foram se passando e sempre era lembrado de que se não casasse com ela, eu seria transformado em sapo. Quando fez dez anos, parou de tentar me força a casar-me com ela.Talvez por quê estivesse ficando mocinha. Mas aos doze, ela entrou em meu quarto sorrateiramente e deu um selinho na minha boca. Fingi está dormindo para não constrange-la. Nessa época tinha vinte um anos, não podia deixar que aquilo se repetisse. Então, toda vez que estava em casa, trancava a porta do meu quarto. Aos quatorze, ela tentou me beijar novamente, só que eu fui mais rápido e peguei a pequena ratinha. Mas acabei soltando por quê notei a vergonha estampada em seu rosto. E nessa mesma época, ela me pegou transando, fiquei muito puto. Desse dia em diante ela parou de falar comigo. Aos dezessete, não consegui resistir a ela, não quando a garota fazia de tudo para tirar a minha paz.Tinha acabado de chegar de viagem, fazia residência de medicina em outro país. Não sei se de propósito ou inocência, mas quando entrei na cozinha da minha casa aquele dia, Naiara estava de pé próximo a pia tentando enxugar a água que havia derramado em sua camisola de seda, que por acaso era branca e curtíssima. Respirei fundo e passei por ela sem dá atenção, mas ela não se conteve e fingiu escorrer me levando a ampara-la em meus braços. Quando me dei conta, estávamos nos beijando freneticamente e naquele dia eu já não tinha forças para resistir a ela. E acabei fazendo dela minha, eu não conseguia me sentir culpado ou arrependido. O tempo ia passando, e, me via cada vez mais, completamente apaixonado por ela. Naiara não queria que eu contasse a Thaís sobre nosso relacionamento, tinha medo. Mas pretendíamos contar tudo depois do baile de formatura delas. Infelizmente, acabaram acontecendo coisas que adiaram a nossa conversa. Estava voltando para Cantville quando soube da suposta morte de meus pais. Thaís entrou em estado de choque, não tivemos como contar pra ela. Retornei para Cantville, precisava cuidar da minha irmã e ficar perto de Naiara, não aguentava mas a distância entre nós dois. Com o tempo, ela começou a fazer o curso de enfermagem, passou até amor pela profissão depois do acidente de seu pai. Quando ela fez dezenove anos, conseguir uma vaga para ela no hospital, não fazia nada demais, apenas auxiliava os outros enfermeiros, mas ela estava feliz. Faltavam dois anos para ela terminar o curso, já que são três anos. Um dia, o diretor do hospital anunciou que iria sortear duas bolsas para fazer o curso de enfermagem nos Estados Unidos. Era uma ótima oportunidade, Naiara ficou interessada. Mas ficou relutante em se escrever. Eu ouvir ela conversando com uma colega que seria uma ótima oportunidade de aprender mais e se aprofundar nos estudos. O problema era que ela não queria me deixar. Então resolvi inscreve-la, se caso ela fosse sorteada, terminaria o nosso relacionamento. Mas o diretor deu a bolsa a ela sem precisar de sorteios, por ser uma profissional dedicada, pelos pacientes sempre falarem bem dela e ser a queridinha deles, também por suas excelentes notas. Um belo presente de aniversário, já que ela estava prestes a fazer vinte anos. Por uma lado estava feliz e outro triste. Mas não ia ser um empecilho na vida dela. Comentei isso com um colega de trabalho. Depois que ela completou os seus vinte anos, terminei nosso relacionamento. Queria o melhor para ela, mas estava disposto a espera-la o tempo que fosse necessário. Ela não aceitou muito bem o nosso término, achou que estava com outra. Deixou o diário dela de propósito na minha salinha de descanso.Tinha toda a nossa história escrita, mas aquilo não ia me fazer mudar o que já havia decidido. Um dia antes da viagem, ela foi se despedir de Thaís. O problema, é que ela não me contou que estava grávida. Escondeu de mim, não me disse nada. Tentei entrar em contato com ela várias vezes, saber como estava. Mas ela não me respondia, até que vi uma foto sua com um homem em suas redes sociais, fiquei louco. Então resolvi que iria deixa-la em paz. Passou-se alguns meses de sua ida, ela retornou para visitar os pais e Thaís. E, acabamos na cama novamente. Na manhã seguinte, ela tinha ido embora não só da minha casa, mas também de Cantville. Eu fiquei arrasado. Ela mais uma vez tinha ido sem se despedir. Depois de um tempo, ela retornou para ficar de uma vez, não perguntei sobre o curso, mas o diretor havia comentado que teve uma desistência. Supus que tinha sido Naiara, já que ela não ficou fora tempo suficiente para concluir o curso. Ela voltou a trabalhar no hospital, a vaga dela permanecia. Depois soube que retornou a fazer seu curso, que já estava quase concluindo. Estava tudo indo muito bem, até o dia em que ela me viu conversando com a doutora Valéria. A médica que ela afirma que tive um caso. No dia seguinte, ela foi me entregar um prontuário e deixou o diário cair de propósito. Quando fui devolver, não a encontrei. Como estava em minha hora de descanso, abrir o diário e me arrependi no mesmo instante quando comecei a ler a parte em que ela fala sobre o nosso bebê. Eu não queria acreditar naquilo, era um absurdo. A minha Naiara não teria coragem de matar o nosso bebê por uma vingança de algo que nunca existiu, por eu querer apenas o bem dela. Não, não e não. Me recusei a acreditar. Coloquei o diário de lado, já tinha lido o suficiente, não podia acreditar naquilo. Era mentira, tinha que ser mentira. Não podia ser verdade. Não perguntei, não questionei, apenas me calei. Não queria olhar para àquela mulher, estava odiando Naiara naquele instante e seria capaz de cometer uma loucura caso fosse questiona-la. Passei a evita-la, mas eu ainda a amava e não gostava da ideia de ter outro homem tocando-a. Esperei até ela vir a mim esclarecer aquela merda toda. Mas eu vi que não estava disposta a falar sobre. Eu queria perguntar, gritar com ela, questionar os motivos de ter feito uma barbaridade daquelas. Mas meu coração não aguentaria ouvir, acabaria brigando e provavelmente odiando-a ainda mais. Até que não aguentei fingir e explodir, jogando para fora toda dor e ódio.Talvez o ciúmes que sinto dela tenha feito eu chegar ao meu limite. Acabei estragando o almoço em família da minha irmã. Naiara - Você não vai tira-la de mim, vai? Saí dos meus pensamentos com ela me fazendo a mesma pergunta. Yago - Você acha que eu faria isso? Ela balançou a cabeça que não.- Então por quê esta com tanto medo? Naiara - Você gritou na minha cara algumas horas atrás que tiraria ela de mim. Yago - Se você ousasse afasta-la de mim novamente, sim, faria isso. Já parou para pensar no que fez, Naiara? Escondeu ela até de seus pais. Mantinha a menina longe de todos em outra cidade. A sua melhor amiga é apaixonada por crianças, privou ela de ter contado com a própria sobrinha.Tem ideia do quanto isso teria sido maravilhoso para Thaís? Tudo isso por quê você colocou na cabeça que te trair e terminei para ficar com outra, quando na verdade só queria seu bem, que crescesse profissionalmente.-Vou te da um tempo para contar sobre a existência dela. E acho bom começar por sua mãe, por quê não vou mentir pra ela. Naiara - Quando chegar em casa eu vou contar. Balancei a cabeça e voltamos a ficar em silêncio. Alguns minutos depois... Estacionei o carro na garagem e desci para abrir a porta de casa. A minha filha esta dormindo, a viagem foi cansativa. Abri a porta e dei passagem para Naiara entrar. Yago - Coloca ela na minha cama. Infelizmente não vou poder levá-la em casa, não posso deixar nossa filha sozinha. Enquanto você coloca ela na cama, vou chamar um táxi. Naiara - Não tem problema. Fiquei olhando ela subir até sumir do meu campo de visão. Peguei o celular e liguei para o táxi, dez minutos depois ela voltou e me entregou uma caixa de tamanho médio, maior que a de um sapato. A caixa esta toda enfeitada e tem um laço cor de rosa. - Quando tiver tempo, quero veja. Desculpa! Foi tudo que ela disse antes de sair.
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