Capítulo 14

1433 Words
... Enquanto o carro estava em movimento, sentia o olhar curioso da Thais sob mim. Olhei para os dedos dela, que apertavam com força a ponta do seu sobretudo mostrando o quanto está nervosa. - Esta nervosa, corazón? Não vou machucar você. - Por que fez aquilo? Como você sabia o que elas estavam conversando? Não dava para uma pessoa que tava apenas de passagem ouvir, apesar de que a Jessie estava quase gritando. Indagou-me sem olhar. *Porque odeio quando tentam magoa-la.* Gritou a minha mente. - Odeio gente que se acham melhores que os outros, que menosprezam as pessoas e que se sentem superiores por ter dinheiro. E quanto a sua segunda pergunta, estava esperando um pessoa, por isso acabei ouvindo a conversa. Por que? - Queria entender os motivos que o levaram a uma ação tão descabida. Mas obrigada, meu nome é Thais. - Não precisa agradecer, e o meu é Alisson. Onde você mora? Irei leva-la para casa, já esta tarde. - Não precisa, basta me deixar na próxima esquina. - Isso não esta em discussão, irei levá-la. Apenas diga ao meu motorista o seu endereço. Ela balançou a cabeça que sim e informou o seu endereço, claro que ele já sabe. Mas não quero que ela tenha medo de mim. Seguimos em silêncio, e minutos depois estacionamos na porta de sua casa. E a espera dela, estava a sua amiga. Antes de descer para fazer meu ator de cavalheirismo abrindo a porta do carro pra ela, a garota saltou sem me dar a chance de impedir. Não queria dá a noite por encerrada, mas também não queria assusta-la. Fiquei imerso olhando para Thaís que nem mesmo me dei conta de que havia descido do carro e estava parado olhando pra ela até a sua amiga dizer: Naiara - Quem é esse gato, Thais? Provavelmente não é de Cantville, um homem desse não passa despercebido. - É uma longa história, depois eu te conto. O que veio fazer aqui a essa hora? Dayane - É assim que me recebe? Seu irmão me mandou uma mensagem pedindo para que eu viesse passar esse final de semana com você, pra que não fique sozinha. Ingrata! Thaís revirou os olhos e abraçou ela. - Obrigada, amiga. Diz ela rindo...- Amanhã vamos para o acampamento da faculdade. Dayane- Nesse frio? Quem foi o professor maluco que teve essa ideia? Nem pensar querida. Resolvi me meter na conversa... - Vocês aceitam tomar um chocolate quente? Naiara, Thaís - Sim/ Não! - Desculpa se estou sendo inconveniente. Já vou indo. Naiara - Não esta sendo, gato. Minha amiga aqui, é que não sabe aproveitar às oportunidades da vida. Thais pelo amor de Deus, não é todo dia que um homem desses te convida para alguma coisa. Disse ela entre dentes...- Espera só um minutinho, vamos apenas guardar às minhas coisas e já, já voltamos. Thais abriu a porta, elas entraram e voltaram minutos depois. Abri a porta do carro, entramos e seguimos viagem. Elas sentaram de um lado e eu de outro, estão sentadas de frente para mim. Quebrei o silêncio dizendo: - Voltando ao assunto do acampamento, você ficará no meu hotel fazenda. Depois a Thais explicará para você. Naiara - Você não é daqui, é? Balancei a cabeça dizendo que sim...- Como é o seu nome? Um homem lindo desse a gente não esquece nunca. - Alisson Nogueira. Ela arregalou os olhos. Naiara - PARE ESSE CARRO! Ela gritou me fazendo franzir a testa. Mas o meu motorista não fará nada sem uma ordem minha. - Estamos em uma via de mão dupla. Ficou maluca, Naiara? Perguntou Thais de olhos arregalados. Naiara - Não, não fiquei maluca. Só não vou alugar algum com um Nogueira. Franzi a testa, não acho que ela seja uma das daquelas meninas que o Leôncio levou para àquele maldito lugar. - O que Leôncio fez para você? Resolvi perguntar de uma vez. Naiara - O que você é dele? É parente daquele infeliz não é? Sabia, estava bom demais para ser verdade. Ela não respondeu a minha pergunta, parece ser algo doloroso, os olhos dela tem lágrimas. - Infelizmente, eu sou neto dele, não morava aqui. Cheguei da Rússia faz pouco tempo, e antes que você faça um julgamento precipitado sobre mim sem ao menos me conhecer direito. Preciso dizer que nunca concordei com às atrocidades cometidas pelo Leôncio. Ter o mesmo sangue correndo nas veias, não significa que somos iguais. Agora responda a minha pergunta. Ela respirou fundo e disse: Naiara - Me desculpa, é que eu tomei raiva daquele homem. O meu pai trabalhava para vocês nas usinas. E acabou se acidentando, negaram a ele todos os direitos de trabalhador, a empresa tinha que custear todos os seus tratamentos e medicamentos, mas não fizeram nada, não deram um centavo sequer ao meu pai. E isso acabou prejudicando em sua recuperação, ele acabou perdendo os movimentos das pernas. A única coisa que deram a meu pai, foi uma miséria de pensão que mau da para suas despesas. Meu pai não quis entrar na justiça, achamos que ele sofreu algum tipo de ameaça, assim como desconfiamos que não foi uma acidente. Fiquei me perguntando porque isso não chegou ao meu conhecimento. - Não fiquei sabendo disso, não vou pedir desculpas porque isso não vai amenizar a sua dor e nem o sofrimento do seu pai. Mas garanto que tudo será resolvido. Peguei meu celular para mandar uma mensagem para Alef, porque ele não me comunicou sobre isso?...- Qual é o nome do seu pai? Perguntei e olhei para Thaís que não consegue disfarçar seu olhar de surpresa. Naiara - James Contreras! Balancei a cabeça e envie a mensagem para Aléf, preciso saber porque não fui informado sobre isso. Logos em seguida recebi a resposta. Mensagem : Também não sei nada sobre isso, Leôncio deve ter dado um jeito de abafar as especulações. No mínimo ele sabe de algum podre daquele maldito. Li a mensagem e guardei o celular e olhei para janela, não tive coragem de olhar para Thais. Ficamos em silêncio até chegarmos a confeitaria. Naiara - Achei que fôssemos em um lugar mais barato que pudéssemos rachar a conta. Levantei um sobrancelha e disse: - Eu às convidei, não precisam pagar. Seria muito indelicado de minha parte se permitisse isso. - Você é do tipo de machista que não aceitam dividir um conta? Olhei para o homem a minha frente em desafio esperando a reposta. Desde que saíamos da faculdade tenho a impressão de que o conheço. E esse cheiro delicioso amadeirado que vem dele, tenho certeza que já sentir antes. - Não, mas o homem pagar a conta é cavalheirismo. Não se sinta ofendida por isso, corazón. Naiara - É de um homem assim que eu preciso em minha vida. Homens com postura, educados e cavalheiro. - Vamos entrar? Elas balançaram a cabeça dizendo que sim. Entramos e nos acomodamos em uma mesa próximo a janela. Pegamos o carpio e fizemos os nossos pedidos. Enquanto esperamos, a amiga da Thaís pergunta: Naiara - Agora conta o que aconteceu na faculdade, e porque esta com essa deli. Ela balança a cabeça...- Quero dizer com Alisson. Ela começa contar tudo o que aconteceu, uma hora ou outra a amiga dela alterna o olhar entre nós dois. Depois que a Thaís terminou de contar, ela disse...- Mas quem aquela cabelo de palhaça de vassoura pensa que é? Não queria ir, mas comecei me animar com a ideia de repente. Enquanto comemos observo as duas conversar e fazer seus planos para manhã. Eu só queria ficar apenas perto da Thaís, sentir seu perfume de lavanda. É uma pena, daqui à pouco terei que leva-la para casa. Terminamos nossos lanches, paguei a bendita conta e seguimos de volta para casa. Depois de deixá-las em casa, fui para minha pensando em tudo que aconteceu hoje. ********* Naiara - Thai, tem certeza que não conhece aquele homem? - Hoje foi a primeira vez que o vi. Por que? Naiara - Àquele homem esta apaixonando por você, Thai. Franzi a testa e abrir a boca tentando dizer alguma coisa, mas não conseguir...-Você jura que não percebeu os olhares dele, amiga? - Eu o conheci hoje, Naiara. Como ele pode estar apaixonado? Naiara - Não sei, pode ser coisas da minha cabeça. Agora vamos dormir, temos que levantar cedo amanhã, estou doida para ver aquela vassoura de duas pernas. Ela esta morrendo de raiva da Jessie, acabei rindo e me deitei. Fiquei pensando... um homem daquele apaixonado por mim. Acho que nem em meus sonhos.
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