Eu viro-me assustada e fecho os olhos.
─ Vista-se, Evan!
─ Desculpe, não lembrei...
─ Como você não se lembra? Evan, você está quase nu!
─ Pelo amor de Deus, Natália, fique quieta ou os vizinhos vão pensar que estou fazendo algo com você.
Concordo com a cabeça entendendo que ele está certo e então a dúvida me invade novamente.
─ Com quem você estava falando? Eu sussurro nervosamente.
─ Com ninguém, vai descansar.
Dito isso, a porta do quarto dele é fechada com força, então com o meu coração batendo rápido entrei no meu quarto e me deitei. Não acredito que ele me chamou pelo nome, ele nunca fa isso. O que está acontecendo de errado? Eu realmente estou me sentindo m*al com isso. Ele está estranho e eu não sei por quê.
Amanhã falarei com ele.
· · ·
O projeto escolar estava normal, exceto pela dúvida constante na minha cabeça: Evan não me ama mais? Porém, quando entrei na sala de aula não tive mais tempo para pensar no assunto, pois o professor Miller apresentou um tema muito interessante e depois Davi estragou tudo com comentários estúp*idos, como sempre.
Davi é o garoto mais arrogante de toda a escola e, claro, aquele que tem mais dinheiro. Ele se acha melhor que todo mundo, mas tem uma das melhores médias da escola, embora, claro, não seja melhor que a minha. Demorei muito para chegar onde estou e agora sou a número um, sou a nerd da sala e aquela com maiores chances de entrar em Harvard.
Quando a campainha toca, todos ao meu redor começam a se levantar, causando comoção enquanto eu permaneço em silêncio, guardando as minhas coisas.
─ Senhorita Jones, você poderia vir até aqui?
Faço que sim com a cabeça e levanto-me, passando por todos com dificuldade, mas quando chego sorrio para a professora que, por sua vez, mantém uma atitude nervosa, até triste.
─ Sinto muito, Natália...
─ O que está acontecendo? Questiono preocupada.
─ Tentei falar com o Davi, mas...
─ Davi?
─ Ele acusou você de ter plagiado no último exame, se isso ficar no seu histórico você nunca poderá entrar em Harvard...
─ Mas, eu não fiz tal coisa! Eu contradigo furiosamente.
─ Eu acredito em você, mas...
─ O que você quer dizer?
─ Eu não sei...
Pego a minha mochila e saio da sala de aula com apenas um pensamento em mente: quero dar um soco na cara do Davi.
Ao passar pelo corredor da escola não paro para passar entre os jovens, mas empurro um após o outro até atingir o meu objetivo.
─ O que há de errado com você?! Grito na cara dele.
─ O que você quer dizer sua idio*ta?
Ele olha para mim entre divertido e confuso.
─ Quem você pensa que é? Você acha que indo com o professor espalhar mentiras sobre mim você será um aluno melhor?
─ Eu não...
— Bem, deixe-me dizer uma coisa. Eu me aproximo furiosamente. — Você sempre foi o segundo e sempre será o segundo, não importa as bobagens que invente sobre os outros.
Eu me viro, mas antes que eu possa sair, ele pega o meu braço e me vira na sua direção, garantindo que o meu rosto esteja voltado para seu peito. Olho para cima e os seus olhos frios me recebem furiosamente.
— Eu não falei nada que não fosse verdade, você foi o número 413 na última prova e estava copiando do 409.
— Não tinha o 409 anos, seu idi*ota!
Eu solto o seu aperto e saio rapidamente, pego o meu celular e ligo para o celular do Evan, mas o correio de voz me recebe, então vou para casa, não quero ficar aqui, só quero deitar no sofá com Evan enquanto eu conto tudo a ele. Chamo um táxi e ele chega rápido então entro com uma pequena lágrima escorrendo pelo rosto, se Davi já tiver feito uma reclamação com o diretor estarei arruinada e Harvard nunca mais será uma possibilidade.
Não acredito, nunca cometi um erro, fui perfeita em cada passo dado para evitar coisas assim e ainda assim está acontecendo.
Mer*da!
Depois de pagar, saio do carro e entro na minha casa, porém, alguns sons estranhos vêm da escada conforme subo, eles intensificam-se, então fico completamente em silêncio, medindo cada passo para que não me ouçam.
A porta do Evan está aberta novamente e agora não é mais querer fechá-la que me move em direção a ela, mas sim saber o que está acontecendo. Olho cuidadosamente para dentro e o que vejo faz os meus olhos se arregalarem e as minhas mãos começarem a suar, as minhas pernas tremerem e o meu coração disparar novamente.
Uma mulher apoiada nas mãos e nas pernas na cama de Evan enquanto ele a pen*etra por trás.
Ele joga a cabeça para trás e geme de puro prazer fazendo com que partes do meu corpo fiquem molhadas, mas o que me chama a atenção é quando ele sai dela e começa a se masturbar nas nádegas dela até que um líquido branco derrama sobre elas e ele geme novamente. Ela estremece e por um segundo lembro-me onde estou e o que estou vendo então saio de lá com cuidado, desço as escadas e fecho a porta com cuidado ao sair.
Ando pelas ruas até chegar ao parque onde Evan me levou quando a minha mamãe morreu, sei que ele se casou com mamãe antes dela morrer, mas as lembranças dos dois juntos são quase nulas enquanto todas as lembranças de nós dois estão latentes na minha mente. Lágrimas rolam pelo meu rosto e não tenho ideia do porquê estou chorando, talvez seja por causa do Davi e da coisa estú*pida que ele fez, mas a ideia de que ter visto Evan transando com alguém deixou-me triste me confunde.
Não, nunca poderia ser isso.
Farei o que Evan me pediu ontem à noite e vou esquecer o que vi, vou esperar algumas horas e depois entro e finjo que nada aconteceu. Como se eu não tivesse visto o homem com quem convivo há quase dez anos tran*sando com uma mulher. E agir como se eu não tivesse me molhado vendo ele go*zar...