Às vezes eu me sinto a pessoa mais ingrata do mundo.
A vida foi muito dura comigo, mas ao mesmo tempo me deu a melhor oportunidade que eu podia ter.
Eu fui salvo!
Quem olha minha vida de fora acha que eu tenho tudo ou principalmente, que eu sou feliz. Se você me olhar e pensar isso, eu irei lhe dar um sorriso. Um sorriso que diz: "Ok, consegui enganar mais um. Bom trabalho, Justin".
Esse sou eu, Justin. Justin Lewis.
Eu tenho outro sobrenome, mas não gosto de mencioná-lo. Desenterra antigos fantasmas do passado. Me lembra quem eu sou. Na verdade, quem eu era pra ser se eu não tivesse sido resgatado do inferno. Na verdade, esses fantasmas nunca estiveram enterrados porque sempre que eles podem estão a minha frente, me lembrando de onde eu vim e a sorte que eu tive de encontrar meus pais.
Pais adotivos.
Eu odeio me referir a eles assim, já que eles me salvaram e me deram o amor que eu nunca tive nos dez primeiros anos da minha vida.
Juntos com meus pais de amor, como eu gosto de chamá-los, eu recebi carinho, atenção e uma família, coisas que eu nunca tive até encontrá-los, ou melhor, até eles me encontrarem.
Ganhei dois irmãos. Dois amigos inseparáveis.
Ganhei oportunidade que me gerou uma carreira sólida e respeitada. Todos no grande Presbiterian queriam ser ou trabalhar com o Justin Lewis. Grande médico ginecologista/obstetra e filho do diretor do hospital. No início foi duro. As pessoas diziam que eu estava ali por causa do meu pai, mas aos poucos eu conquistei meu espaço e ganhei confiança e admiração de todos os meus colegas de trabalho.
Sei que você está se perguntando... Se ele tem tudo, por que ele finge ser feliz?
O que lhe falta?
Sinceramente, eu não sei.
Mas todos os dias eu tento descobrir o que pode ser colocado no meu peito e tapar o buraco que está ali.
As pessoas que me geraram, estão mortas. Eu não tenho pena, dó ou compaixão, afinal, elas procuraram a morte já que viviam no inferno. Talvez seja meu passado. Talvez seja a voz do Richard dizendo dentro da minha cabeça que eu sou como ele e vou terminar como ele... merda!
Eu realmente não sei.
E isso me assusta pra c*****o!
Já que a vida me deu esses fantasmas eu deixo que ela lide com eles.
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