capitulo 10

866 Words
Heitor Lins Vocês sabem quando você sente o seu peito doendo e com o coração bem pequeno ? Então eu estava me sentido assim, entro no carro e olho para a janela e não vejo mais a Cecília ali, solto um suspiro e vejo eles darem partida e sairem do morro. O tal Thiago me olha pelo retrovisor sorrindo e aquilo fez eu revirar os olhos e escuto ele dar risada, e pelo o que eu tinha entendido eles estavam morando em um hotel no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, era uma parte de gente rica, e eles não pareciam morar lá. — Você está bem Heitor ? — Erica pergunta virando o corpo para trás me olhando — Tô ótimo — Falo na pura ironia e ela dá risada e se vira novamente para a frente, os dois se olham novamente e logo o Thiago começa a falar — Bom nós mentimos sobre uma coisa — Ele fala e eu desvio o olhar da janela para ele sem entender Olho para a porta de trás e vejo o pino levantado, era um sinal que se alguma coisa acontecesse eu iria abrir a porta do carro e pular sem pensar duas vezes. — Nós não moramos na zona sul e nem somos empresários, nós moramos lá no complexo do maré, lá é um lugar bem legal e você irá gostar, não é igual ao morro do vidigal, lá as pessoas são felizes, todo mundo se trata bem, lá ninguém faz m*l pra ninguém e quem comanda lá é o escorpião — É o seu pai Heitor — Thiago fala e o meu coração já estava acelerado, como assim meu pai ? Eu não tinha pai — Eu não tenho pai — falo colocando a mão na porta do carro — Você tem sim, e ele é o melhor dono de morro que você irá conhecer, ele é bom, ele ajuda as pessoas, doa cestas básicas, ele teve que deixar você com a sua avó por conta do José, mas ele irá te explicar tudo, então você não precisa ter medo — Erica fala se virando para mim e olha para a minha mão na porta do carro — Nós estávamos te procurando a muito tempo Heitor, o seu pai estava doido atrás de você — ela fala baixo e eu olho para a minha mão na porta Se ele for tão bom assim ele pode me ajudar a tirar a Cecília daquele lugar, e eu posso dar uma vida muito melhor para ela fora daquele lugar, tiro a minha mão da porta e suspiro. — E nós estamos indo para onde agora ? — pergunto — Para o morro da maré, você irá gostar de lá — Thiago fala sorrindo e me olhando pelo retrovisor [...] Demorou algumas horas para nós chegarmos na maré, e eu já havia ouvido falar de lá, eles falam com um cara alto que estava na passagem e logo eles deixam o carro subir, eu olhava para tudo, e não era nada igual ao morro do vidigal, lá era animado tocava várias músicas diferentes, tinha várias pessoas sentadas na porta de suas casas. Tinha crianças brincando na rua com seus amigos, era bem animado, passamos por uma rua e eu vejo alguns meninos da minha idade jogando futebol na rua, logo o Thiago buzina duas vezes e faz um joinha para os meninos que dão um sorriso e cumprimentam ele. Demora mais alguns minutos até eles pararem em uma casa enorme, e era bem bonita. — Essa daqui é sua casa — escuto Thiago falar enquanto desciamos do carro — Minha casa ? — pergunto — Sua casa...sua e do seu pai, ele está te esperando — ela fala me olhando E a ideia de ter um pai era bem estranha pra mim, até por que eu sempre fui sozinho e agora saber que eu tinha um pai era bem estranho. Entramos na casa e eu vejo duas pessoas ali, tinha um cara alto e bem musculoso e cheio de tatuagens sentado no sofá e no outro lado tinha uma senhora que estava com as mãos juntas com um terço na mão. Vejo os dois me olharem, e eu olho a sala toda ainda emburrado, o lugar era enorme, a sala da casa era branca e tinha uma TV enorme e uma das paredes. Já no meio da sala tinha uma mesinha de vidro, vejo uma porta no canto e eu nem tinha prestado muita atenção, vejo o homem grande se levantar e eu olho pra ele cruzando os braços sério e ergo a minha sobrancelha. — Ai escorpião, o moleque tem a mesma marra que você — Thiago fala e todos na sala dão risada e o homem anda até mim e me abraça e eu faço careta vendo ele se distanciar e dar um sorriso — Eu sei que você quer respostas, e eu irei responder todas as suas perguntas — o homem fala — É o mínimo né — falo e vejo ele dar um sorriso de lado me olhando e eu me senti bem ao lado dele Mas ele era o meu pai ?
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