“O chão é cama para o amor urgente, amor que não espera ir para a cama. Sobre o tapete ou o duro piso, a gente se compõe de corpo e corpo a úmida trama.” Carlos Drummond de Andrade As palavras dele escoam na minha cabeça e desvio minha atenção totalmente para ele arqueando a sobrancelha em dúvida o que parece diverti-lo por que o vejo sorrir. Ele havia imaginado algo sobre mim? Agora sou eu quem parece verdadeiramente curiosa. — E o que imaginou a meu respeito? — indago sem parar para pensar muito ou acabaria desistindo. Ele desvia o olhar e se ajeita apoiando melhor as costas antes de afrouxar o nó da gravata parecendo um tanto sufocado, mas não posso julgá-lo o lugar está começando a ficar abafado. Eu já podia sentir pequenas gotículas de suor se formando no meu pesco