Turrões

1132 Words
“Relaxa, dessa vez foi uma escolha minha, uma hora eu ia ter que assumir minhas origens…” começa Peter mais para ao ver os olhos penetrantes de Marcos fixos em si, “não vou me perder, prometo, afinal tenho vocês para me puxarem de volta” Marcos encara Peter por mais uns segundos, depois assente, sabendo que depois de ditas essas palavras Peter não poderiam voltar atrás com seu pai. “Merda!”, exclama Marcos tentando esconder o tom embargado da voz “O que foi?”, diz Peter de cabeça baixa “Vou ter que contratar outro assistente”, diz Marcos fazendo com que o quarto novamente se enchesse de gargalhadas. Do lado de fora Hellen anda de um lado para o outro, Marcos já tinha visto ela passar pela porta no mínimo umas dez vezes, porém ele também não se sentia pronto para essa conversa em específico, e Ryan lhe deu a chance de adiar quando seus olhos se fixaram na mordida de Bruna. “Sério você transou ontem à noite? qual é aja como um mortal pelo amor de Deus” Os outros dois olham para o ombro de Marcos, entre surpresos e admirados, e Peter diz: “Não acredito que você tenha convencido Bruna, a fazer isso com você mais morto do que vivo, pelo amor de Deus?” “Tem noção de como você está elevando os padrões aqui”, provoca Jackson Marcos se mantém em silêncio, em sua mente diz: “Em momento algum eu disse que transei com ela, inocentes” Depois que os ânimos se acalmam e Hellen passa pela porta pela enésima vez Marcos explode: “c*****o ou você entra de uma vez ou vai embora”, nesse momento Peter se abaixa em direção a Marcos e diz de forma que só ele e os outros possam ouvir: “Gostaria de te lembrar que certa vez, para obter uma vingança mesquinha, você levou sua própria irmã ao D.S clube”, as palavras de Peter atingem Marcos como um raio, porém ele mantém a face inexpressiva, mas por dentro se amaldiçoa, amaldiçoa Peter por ter transado com sua ima, e mais ainda amaldiçoa Hellen por tornar as coisas tão difíceis. Outra onda de gargalhadas toma conta do quarto e Peter se retira com ar vitorioso, embora soubesse que esse pequeno ato de rebeldia com certeza lhe custaria caro mais tarde. Ao passar por Hellen ele a ignora, pois tiveram uma conversa muito dura na noite anterior, e Peter está decidido a dar o breve e inexistente caso dos dois por encerrado. Jackson e Ryan também saem do quarto logo após se despedirem de Marcos prometendo voltar com algum contrabando de comida decente. Ao passar por Hellen Ryan pisca para ela e murmura: “Coragem” Respirando fundo ela finalmente entra no quarto, dessa vez mantendo uma distância respeitosa de Marcos e o chamando pelo nome: “Marcos, fico feliz que você esteja bem”, Marcos não sabe o que é pior a postura de agora ou a anterior quando ela o chamou de porquinho. Mas o olhar esperançoso dela o toca de uma forma inesperada e incomoda, Marcos não está acostumado a demonstrações de sentimentos a não ser com Bruna, mas decide ser o mais agradável possível com Hellen: “Não precisa agir assim também, eu não vou te morder ou expulsar do quarto, só preciso de tempo para processar as coisas certo?”, diz ele Ao ouvir essas palavras Hellen sorri para o irmão e se aproxima da cama dizendo: “Certo”, mas como não conseguia controlar a língua diz, “eu senti sua falta todos os dias, só queria dizer isso” Marcos a olha com seus profundos olhos azuis, e diz com sinceridade: “Embora eu não soubesse, eu também senti” Da porta Bruna observa a cena orgulhosa de Marcos pois sabe o quanto deve estar custando para ele dizer aquelas palavras. Como que atraído por um imã Marcos olha para ela e suspira aliviado: “Meu anjo”, o clima do quarto muda drasticamente, pois Marcos foca sua atenção em Bruna e tudo nele parece suavizar, e seu sorriso aumenta ao ver que ela carrega um monte de revistas com artigos para noivas. “Sentiu minha falta, garotão?” provoca Bruna se aproximando e dando um beijo rápido em Marcos que diz: “Sempre sinto sua falta quando não está por perto, já se decidiu sobre o vestido?”, pergunta ele rezando para que Hellen parasse de olhá-lo daquele jeito, Bruna percebendo o desconforto de Marcos diz: “Explica para ele que vai ser um milagre se eu conseguir um vestido pronto para daqui um mês, que tentar ter um exclusivo é loucura” Isso tira a atenção de Hellen de Marcos que agora encara Bruna assustada: “Vocês vão mesmo se casar daqui um mês?” “Nem um dia a mais”, responde Marcos taxativo, “E eu que sonhava me casar no Central Park”, brinca Bruna no exato momento em que a porta se abre e uma voz muito parecida com a de Marcos diz: “Se é seu sonho, considere feito”, Bruna encara Cross Didion com olhos arregalados, Marcos estreita os olhos para o homem e Hellen diz: “Pai, você prometeu” Sem se abalar Cross diz: “Prometi que ele teria direito de escolha, em momento algum prometi que não ia querer conhecer meu filho”, ele diz a palavra filho olhando nos olhos de Marcos que não desvia o olhar. Bruna pensa: “Francamente os dois são iguaizinhos, dois turrões” Se aproveitando do duelo de olhar de pai e filho, Bruna examina Cross Didion, e realmente é possível ver os traços do homem em Marcos embora ele se pareça muito mais fisicamente com Helena, os trejeitos e maneirismos são totalmente do pai. Se dando por vencido e sentindo uma certa pontinha de orgulho do filho Cross finalmente desvia o olhar e foca em Bruna dizendo: “É só dizer a data queria e o casamento acontecerá no Central Park”, Bruna sente uma onda de pânico, imaginando se o homem pretende matar alguém só porque ela brincou dizendo que queria se casar no Central Park. Marcos conhecendo muito bem a coala que tinha vai logo ao ponto: “Ela quer saber por quais meios você pretende conseguir a data, Cross”, não passou despercebido a ninguém como Marcos enfatizou o nome do pai, traçando claramente uma linha entre eles, linha que Cross obviamente quer cruzar “Dinheiro, claro, uma ou dois dedos como persuasão”, diz ele soltando uma gargalhada ao ver os olhos de Bruna saltarem da órbita.
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