Prólogo da História

5000 Words
Prólogo da História (Alerta de gatilho para o prólogo em questão: Sentimentos de luto e perda sobre um ente querido que partiu) Ponto de Vista do Personagem Principal — Adam Brown A Perda nos Destrói... Eu reconheceria a sua voz em qualquer lugar. Os seus gritos em um desespero explícito ecoam pelos corredores e cômodos presentes nas diversas e amplas instalações que compõem este hospital, o que acabam por vir a ocasionar com que no rosto dos demais pacientes, acompanhantes e equipes médicas aqui presentes, apareçam as diversas expressões em um susto considerado temível e até mesmo de um caráter curioso devido a confusão que se é instalada no ambiente em seu total com os gritos que ecoam. Com isto, eu percebo que há pessoas que se perguntam com uma certa curiosidade o que está acontecendo, enquanto outras pessoas imaginam ser algum paciente em estado grave e apenas procuram se afastar para não ver a cena tão desesperadora. Porém, em um imediato breve eu sou atingido por uma exatidão do que possa estar se tratando e ocorrendo para gerar os gritos em desespero provavelmente de minha esposa, mas diferente dos curiosos, esta seria uma cena na qual eu não gostaria de estar presenciando novamente. De imediato, consumido com sensações que atormentam a minha mente, eu não consigo evitar com que as minhas pálpebras passem a adotar um peso intenso ao fazer com que estas se fechem diante de uma força incontrolável. O surgimento repentino sobre a presença de uma enorme desesperança que me atinge, faz com que a minha fé seja desmatada com um poderoso e afiado machado do sofrimento, causando uma dor ainda maior em meu peito esquerdo. Sobre o que está a acorrer, eu tenho em minha mente a enorme possibilidade sobre o motivo para o que possa ter ocorrido e ocasionado os gritos em um nítido desespero pertencentes a minha esposa. No exato momento, estas mesmas sensações complicadas atingem o meu organismo de uma forma direta, causando um retardamento sob a minha coordenação motora, e fazendo com que esta e alguns demais sentidos em meu coro, não me obedeçam. De prontidão, isto me causa uma certa paralisia sobre os meus movimentos diante dos sentimentos tão aterrorizantes que estão a dominar o meu organismo e a minha mente de uma forma completamente pavorosa e temível, a um ponto quase irreversível. Apesar do meu estado atordoado, eu procuro trazer alguma sequer existência de calma para o meu corpo diante desta situação que se faz presente novamente em nossas vidas, ao imaginar que o pânico somente piorará a minha situação. Mesmo que o seu alcance seja extremamente difícil a um ponto quase impossível para o meu momento atual, eu me concentro em minhas tentativas ao saber bem que a calma sempre será a melhor forma em que eu posso conduzir o recebimento de uma noticia tão r**m como esta. Mas a dificuldade extrema em poder realizar esta tarefa é nítida, ao passe que os meus pensamentos estão muito confusos e distantes, em uma gritaria dominada pelo pavor constante e uma dor ainda mais avassaladora. Estes se reúnem sob a notícia que eu que eu estou a receber de uma forma implícita mas real, através do comportamento desesperador que a minha esposa está a ter. Com os seus gritos em um desespero evidente a ecoar por todo o local, enquanto um choro compulsivo toma conta de sua voz embolada, eu tenho a certeza de que: Nós perdemos mais um filho. No mesmo instante, o meu coração se parte em inúmeros pedaços como se este estivesse a ser atingido por inúmeras batidas fortes e violentas em um ritmo constante, em um acompanho de um intenso pavor que está a causar diversos esfaqueamentos profundos sob o meu peito. Isto, acaba por me gerar o início de uma dificuldade intensa em minha respiração, o que causa um certo sufocamento em meu organismo. Diante dos fatos presentes em minha realidade, os meus pensamentos se focam com uma extrema bagunça sobre o fato de que apesar de ser a terceira vez que eu venho a ter a notícia de mesmo assunto traumatizante, o meu emocional não pode se acostumar com a dor presente, a mesma que a cada vez está de uma forma ainda mais avassaladora. O fato assustador é que perder um filho, mesmo que este seja tão jovem, é como se estas situações complicadas da vida pudessem me atingir de uma forma tão agressivamente em causar uma enorme ferida de tamanha profundidade e dolorosa, esta mesma que apesar de tanto tempo parece nunca obter uma cicatrização. Haverá sempre um vazio em meu peito com a partida de cada um que tanto fazem parte de mim. Eu confesso que em uma fuga para longe da minha realidade, por breves momentos, a minha mente simula diante do desespero presente em meus sentimentos a me faz querer acreditar de que nada destas cenas e acontecimentos repetidos passem de um mero pesadelo. Um pesadelo constante, no qual eu preciso com uma extrema urgência acordar. Com isto, eu quero poder acreditar que assim que eu voltar a abrir os meus olhos, então eu não estarei vivenciando esta cena tão horrorosa novamente. Eu apenas quero poder acreditar que se é possível ainda ter algumas esperanças em meu interior, e talvez, assim ser possível encontrar alguma pitada de fé que ainda possa ser existente em meu organismo. Mas, infelizmente, a minha realidade presente pode ser muito mais dura e c***l do que eu gostaria que realmente fosse, jogando um balde com uma água extremamente fria em que eu tenho que, com coragem, enfrentar. Apesar de toda a confusão e dor causada, ainda há uma parte de mim que se esforça para procurar manter a minha própria lucidez ao cogitar o quanto eu preciso ser forte neste momento para conseguir assim prosseguir em minha vivência. Eu não penso somente em mim, mas eu penso principalmente por a minha esposa, uma vez que eu sei o quanto esta muito necessitará de meu verdadeiro apoio e ajuda para realmente poder conseguir superar mais esta dor que se junta as demais presentes em nossos corações. Mas eu não minto, sobre o quanto esta situação tem sido extremamente difícil e assustadora, temível e dolorosa. Se torna quase impossível eu realmente vir a conseguir manter qualquer calma que seja para conseguir prosseguir, diante da existência de sensações tão sufocantes em meu organismo que estão a apertar tão violentamente o meu peito, vindo assim a me causar uma forte palpitação. Em outros momentos, a minha preocupação pela minha saúde imaginaria que eu estaria diante de um infarto, uma vez que os sintomas que me atingem são de extrema semelhança. Mas, por eu já ter presenciado anteriores situações semelhantes a estas, eu sei bem que no meu momento atual nenhum destes sintomas passam a ser caracterizados a uma preocupação além do meu emocional. As minhas crises de pânico e ansiedade batem à porta de uma forma extremamente violenta, quase a me deixar a beira de um delírio. Em decorrência disto, o oxigênio que se faz presente de uma forma tão abundante ao meu arredor, de repente, tem se torna tão escasso ao não conseguir alcançar com uma maior firmeza o acesso completo aos meus pulmões. Em acompanho a isto, o meu corpo ameaça perder o equilíbrio necessário para que eu consiga continuar me mantendo em pé, diante dei surgimento de uma fraqueza tão forte que está a me causar uma tremedeira compulsiva e incontrolável em corpo. Por mais que eu tente incessantemente, eu não consigo encontrar a minha própria lucidez, a qual se perdeu em meio de um agitado mar composto por uma água turva repleta de um intenso desequilíbrio emocional. É um fato inegável que a dor da perda que corrói o meu coração está a me consumir por completo em um tormento de desnorteamento e enfraquecimento. Tão fortemente, em mesmo acompanho, eu também passo a ser atingido por uma sensação de caráter pesado e sombrio, com relações fortes a uma sensação de impotência que está a dominar os meus pensamentos. Como um provável protetor da minha família, eu realizei todas as ações que poderiam estar ao meu alcance para poder tornar possível com que eu deixe esta terrível realidade longe de nossa família, não permitindo que tal fato acometa aos nossos filhos novamente. Mas como algo quase impossível de reverter, pela terceira vez, aqui estou eu diante de um grande fracasso em minha missão de proteger a nossa família. Infelizmente, eu não consegui mudar esta realidade que está a nos atormentar, como uma grande maldição repetitiva. Xxxxxxxxx De imediato, os gritos que estão focados em um intenso desespero de uma forma preocupante os quais estão a ecoar por todo o ambiente hospitalar, fazem com que eu tenha um despertamento sobre os meus pensamentos em tons altos, e assim faz com que eu consiga voltar para a minha realidade presente ao meu redor. Enquanto, eu cogito que eu ainda preciso enfrentar esta situação em que novamente está a se fazer de uma forma tão pavorosamente real em minha vida, eu procuro manter a minha lucidez focada sob a minha realidade atual, mesmo que esta seja causadora de uma extrema dor. Apesar de eu não estar conseguindo obter forças para com que seja possível que eu prossiga por mim mesmo, ao menos eu procuro me esforçar para que eu encontre qualquer força que seja o suficiente para pelo menos poder ajudar a minha esposa, a quem eu acredito estar agora passando por uma dor ainda pior do que a minha. Apesar que todos os meus pensamentos e os meus sentimentos estão focados em um pavor pela minha realidade presente, eu ainda procuro juntar todas as minhas forças para ao menos voltar a abrir os meus olhos, e assim posteriormente conseguir algum controle sobre os sentidos de meu organismo. Desta forma, com uma certa dificuldade, eu enfim consigo obter resultados favoráveis para fazer com que as minhas pálpebras se movam na intenção de abri-las. Porém, diante de tanto peso, eu não consigo evitar com que a desesperança fatal que corrói em meu organismo surja em quase como uma súplica para que eu permaneça com os olhos fechados, e assim para que assim eu não tenha que me deparar com a notícia que está agora a chegar ao meu entendimento de uma forma implícita. Diante disto, eu não n**o que o meu corpo e a minha mente insistem de uma forma consistente para que eu apenas adormeça definitivamente e de nada desta situação apavorada eu tenha que assimilar. Porém, é um fato inegável que nesta jornada da vida em que necessitamos caminhar, mesmo diante do aparecimento de tantas situações com um caráter difícil e complicado, os segundos não param de correr em um alarme apressado e atento sobre o tempo que não nos esperará para com que nós estejamos preparados e superados. Este tempo, realiza uma corrida em linhas tortas e complexas, em que poderá se findar em qualquer momento, sem qualquer previsão. Por um demorado e longo minuto, eu inspiro profundamente todo o oxigênio que eu consigo capturar, e o expiro de uma forma lenta e cautelar, enquanto a minha mente se foca com um foco reto sob a recuperação ao menos de meus sentidos corporais. Apesar da dificuldade extremamente grande presente em eu conseguir controlar todas estas sensações atormentadas em meu organismo, eu enfim consigo ao menos o mínimo e suficiente de força para o devido controle de meus movimentos. Eu não n**o que a lucidez que deveria estar presente em minha mente para me ajudar a superar toda esta situação, está bem longe de se instalar com firmeza e coerência. Mas, ao menos, eu enfim consigo me concentrar na volta sob a realização dos meus passos seguindo pelos longos corredores presentes no ambiente hospitalar em que eu me encontro. Diante dos conhecidos gritos em extremo desespero que ecoam pelo ambiente, a minha mente passa a lutar bravamente contra uma euforia forte, o que me leva a querer apressar os meus passos para alcançar com uma maior rapidez a mulher detentora de todo o meu carinho, a quem no momento deve se encontrar evidentemente com o seu emocional de uma forma muito abalado. Apesar disto, eu não consigo manter uma consistência grande o suficiente sobre a firmeza que eu deveria estar a carregar em meus próprios passos, o que por sua vez dificulta com que uma pressa seja realmente disponibilizada sobre a minha rapidez. Com isto, eu opto por realizar um ritmo de caráter lento para fazer com que seja evitada a possibilidade de que eu possa acabar obtendo uma queda diante da presença constante do desequilíbrio e da fraqueza insistentes presentes em meu corpo. Dentre tantos pensamentos bagunçados em minha mente, eu confesso que eu não quero ter que encarar a notícia iminente, mas eu sei bem o quanto há a necessidade de minha ajuda para com que a calma consiga ao menos se aproximar de minha esposa. Eu acredito firmemente que este é o verdadeiro significado de uma união tão forte como um casamento, em que ambos estão ali para poder apoiar e ajudar principalmente nos momentos mais difíceis, desta forma, passando juntos or todas as situações que se colocarem em nossos caminhos, independente do grau de dificuldades que estas podem originar. Mas, ao mencionar o meu casamento, eu também trago a confissão de que eu não me sinto confortável o suficiente para adentrar ao mérito deste assunto que nestes dias está contendo um caráter tão delicado. Apesar disto, em um breve resumo, eu não n**o de que o nosso casamento não anda trilhando um caminho muito agradável ou planejável. Mas contudo, é um fato inegável de que mais do que nunca, agora neste momento, a minha ainda denominada esposa está a precisar do meu apoio. E em minha mente e meu coração, independente de qualquer situação ou de afastamento, ao menos eu quero poder preservar o companheirismo e a amizade que ainda se restam em nossa união, características que por muito tempo me geraram uma enorme satisfação. Novamente, me despertando de toda a confusão presente em minha mente, os gritos em desespero de minha esposa que ecoam por todo o hospital, oriundos dela, são acompanhados por um nítido choro compulsivo e melancólico. De prontidão, eu não consigo evitar com que isto me cause sensações em um caráter ainda mais doloroso em meu organismo pela situação vivida, mas também faz com que eu apresse ainda mais os meus passos pelos corredores para que eu possa a alcançar com uma maior rapidez. Eu não n**o e nunca esconderei que mesmo apesar de eu estar diante de um casamento fracassado, eu ainda carrego uma grande preocupação com ela. Não somente por eu ainda carregar o título de ser o seu esposo, mas em nome de toda a nossa trajetória que nós temos passado, enfrentando juntos. Apesar de eu saber que os seus sentimentos perante a mim, tomaram uma mudança brusca nos últimos meses, e que os momentos de leveza e de divertimento que nos ligavam anteriormente não existem mais, eu ainda posso afirmar com uma firmeza concreta em minhas palavras de que eu continuo um bobo apaixonado. Porém, eu temo da quase nítida e concreta certeza de que o meu sentimento por ela não é o suficiente para manter a nossa união intacta, uma vez que uma relação, independente de seu caráter, é uma via de mão dupla, precisando assim haver uma reciprocidade. Senão, de nada adianta. De imediato, os meus olhos passam a procurar pelo imenso corredor que contém inúmeras portas, os números que me foram informados anteriormente sobre o suposto quarto em que a minha esposa deve estar. Infelizmente, quando a situação pavorosa de seu aborto espontâneo chegou a ocorrer, eu não estava no mesmo local e na sua presença, uma vez que eu precisei estar no meu trabalho em uma tentativa de manter o foco em conseguir o nosso sustento financeiro para o mês. Eu não pude a acompanhar, mas assim que eu soube da notícia, eu larguei o meu serviço e corri às pressas para tentar ajudar, e então, aqui eu estou. Ao me recordar sobre o processo de sua gravidez, assim como as anteriores, estava composta por um caráter de riscos perigosos tanto para ela quanto para o bebê. A minha esposa precisava de um repouso contínuo, o que acabou a deixando em um estado depressivo em uma cama, devido as recomendações médicas de que ela quase não poderia realizar qualquer esforço. Com isto, eu tripliquei todo o meu trabalho para conseguir nos manter, bem como eu poder oferecer todo o conforto necessário e os diversos tratamentos médicos de um caráter de urgência e consistência para a sobrevivência do bebê e dela mesma. E, graças a um milagre e eu devo ressaltar também aos diversos medicamentos que a minha esposa precisou tomar para segurar o bebê em seu ventre, um menininho muito bonitinho nasceu vivo. Porém, infelizmente, assim como os seus demais irmãos, ele não era detentor de uma saúde muito boa, sendo levado para a UTI infantil desde o primeiro suspiro de sua curta vida. Nós nem ao menos conseguimos o segurar em nossos braços, uma vez que ele já necessitou fazer uso de diversos equipamentos necessários para a sua sobrevivência. Assim como o ocorrido das últimas duas vezes, uma tristeza inexplicável e inconsolável assola os nossos corações de pais, diante de um diagnóstico considerado complexo e de um extremo risco para a sua vida, o mesmo diagnóstico tão temível que acomete a todos os nossos filhos. Porém, apesar da realização constante e firme de todos os inúmeros exames e tratamentos existentes para tentar reverter a situação, por uma equipe médica muito competente, infelizmente, mesmo assim ninguém detinha de um resultado considerado certo e preciso, além de que deveria ser algo passado através da genética de um dos pais. A doença que atormentou a todos os nossos filhos e os tirou de nós com apenas poucas semanas de vida, é declarada mundialmente desconhecida, e por consequência disto, incurável. Isto fez com que a minha esposa precisasse manter todas as suas atenções exclusivamente para o nosso filho, enquanto eu tento redobrar as minhas metas salariais para bancar os diversos tratamentos médicos detentores de um extensivo valor financeiro, mas de super importância para a sobrevivência do menino e de minha esposa durante a gravidez. Com toda esta correria e responsabilidades presentes em meus dias, eu confesso que os dias de nosso casamento não estavam sendo fáceis, carregados de inúmeras preocupações e problemas, os quais nos sufocavam conforme mais se intensificavam com os segundos que se passavam. Mas, apesar da dificuldade extrema presente sobre esta situação, nós continuávamos a nos manter fortes e persistentes na luta pela sobrevivência do nosso filho. Porém, infelizmente, mesmo diante de tanta luta e braveza, nós não conseguimos obter resultados diferentes do que eram temíveis e prováveis. Diante de toda esta situação, a minha mente insiste em querer que eu me recuse a acreditar na possibilidade de uma notícia r**m sobre a vida de nosso filho. Eu quero realmente poder esquecer tudo isto por um momento, e me recusar a acreditar de que ele também possa ter nos deixado, assim como os seus dois irmãos, para ser pequenos anjos no céu. Em meio de minhas diversas tentativas sobre algum controle emocional, os meus olhos se focam na iminência de uma forte precisão na porta que contém os números informados na recepção sobre o quarto em que eu estava a procurar. Além de que, é impossível não notar de que se trata da mesma que detém da origem dos diversos gritos em desespero que ecoam insistentemente pelo local. Por um breve momento, eu procuro me certificar de que a minha lucidez realmente conseguirá se manter firme, ao juntar todas as minhas forças em um preparo emocional e físico para a possível cena da qual eu terei que presenciar assim que eu passar a adentrar o cômodo a minha frente. De uma forma lenta e precisa, eu inspiro profundamente e prendo o oxigênio adquirido sob os meus pulmões por alguns breves segundos, diante do fato de eu estar a sentir que este se tornará escasso em um primeiro momento com o pânico a beira de me fazer delirar. Em seguida, eu solto todo o ar, e ao eu conseguir manter a minha respiração em um ritmo considerado lento, eu enfim consigo obter a coerência necessária para os meus pensamentos e para as minhas seguintes ações. Com os meus movimentos em caráter trêmulos, finalmente eu consigo direcionar a minha mão para a pousar sob a maçaneta de metal da porta a minha frente. Sem mais demoras, eu a giro e em uma ação imediata, eu abro a porta que me mantinha afastado. Porém, assim que os meus olhos se deparam com o imediato sobre a cena tão horrorosa no pequeno cômodo, eu não consigo evitar com que a sensação de desespero tão pavorosa volte consumir a mim mesmo de uma forma extremamente violenta. No mesmo instante, o meu emocional passa a trazer ameaças nítidas de uma possibilidade em eu poder vir a sofrer com um apagão em meu organismo, isto ocorre diante de minha visão se enturvar assim que o meu olhar se foca sob a minha esposa debruçada sobre o pequeno bebê de quase um mês estirado sobre um acolchoado alto, corpo este que agora evidentemente se encontra sem vida. Eu não preciso perguntar para obter uma confirmação concreta de que o nosso filho agora se encontra morto, é uma notícia completamente nítida a qualquer par de olhos. A doença incurável e incerta que correu pelas veias de cada um destes, conseguiu arrancar mais uma vida de nossa família. Infelizmente, está é uma cena que eu considero tão pavorosa, mas que tem se repetido em nossas vidas de uma forma insistente como uma maldição irreversível, nos causando uma impotência por não conseguir reverter esta condição r**m que está a acometer os nossos filhos. Quase como de imediato, diante de um grande descontrole emocional evidente que passa a dominar o meu corpo e organismo, os meus movimentos novamente se paralisam diante de uma intensidade ainda maior em um conjunto de todas as sensações ruins anteriores a estarem a me atacar agressivamente. No mesmo instante, as minhas pálpebras pesam de uma forma a me causar uma sensação de um possível desmaio oriundo dos fortes sentimentos apavorantes causados pela perda de alguém tão importante para mim, o que me faz questionar se eu realmente conseguirei prosseguir em diante em minha vida e conseguir superar esta situação tão difícil novamente. Apesar de eu já ter visto a mesma cena por duas vezes anteriores, eu posso dizer que é inegável afirmar que a dor não cessará, e o vazio não se preencherá. A ferida não se cicatrizará e o medo ainda me intimidará. A nossa família parece estar diante de uma terrível maldição sem fim, que acomete a vida de nossos filhos, e nos leva a um buraco n***o de dor e sofrimento. Isto me faz pensar que eu ao menos poderia pedir com todas as minhas forças que o espírito de morte caísse sobre mim, e não sobre os meus filhos. Eu não me importaria se eu tivesse que partir no lugar deles. De repente, ao me despertar de meus próprios pensamentos bagunçados e chamar a atenção de volta para o ambiente a minha volta, eu noto que a equipe médica presente no cômodo também está a se comover com o ocorrido. Mas ao mesmo tempo, se entre olham com olhares que definem algumas preocupações nítidas oriundas principalmente pelo estado desolado em que a minha esposa está a se encontrar no momento. É nítido que ela precisa de ajuda, e precisa de um apoio, apesar de saber que nenhuma palavra ou ação será capaz de fazer a dor cessar. Novamente, com bases nisto, eu procuro reestabelecer qualquer força existente que ainda possa ter restado em meu organismo, para com que eu consiga ao menos me aproximar. Porém, a restauração de meu emocional, mesmo que em poucas partes, é uma tarefa extremamente difícil e em caráter quase impossível. As sensações ruins que atacam o meu sistema neurológico me causam sintomas pelo o meu corpo como se eu estivesse na posse de uma doença considerada completamente incurável. Mas apesar disto, eu tento não deixar com que os pensamentos frustrantes e lamentosos me entreguem a uma desistência de meu ser. Por mais difícil que possa estar sendo ter que lidar novamente com esta situação apavorante, eu sei muito bem que eu preciso continuar em pé, prosseguindo com a vida. Em meus passos trêmulos e meus movimentos extremamente fracos, ameaçam sobre uma possível queda diante de um desequilíbrio iminente e insistente presente em meu corpo. Prevendo isto, ao mesmo tempo em que eu procuro manter a minha lucidez, eu realizo uma aproximação para a minha esposa de uma forma lenta, com a intenção de realizar os meus movimentos com uma cautela presente para que eu não acabe ocasionando uma perda de todos os sentidos em meu organismo de uma única vez. Cautela esta que não existe em um organismo desolado com uma dor tão forte pela perda de um filho amado. Mas, eu procuro fingir a mim mesmo de que espigam calma existente possa estar ao meu alcance, mesmo que por um mínimo espaço de tempo. Eu somente não posso me render aos péssimos sentimentos e pesadas sensações que insistem em querer me derrubar de uma forma permanente. Quando eu me aproximo, não demora muito para que a minha esposa note a minha presença, e em uma rápida e repentina reação, ela se debruça fortemente sob o meu peitoral em um abraço apertado e denunciador do medo que ela está a sentir, enquanto os seus sentimentos se entregam ainda mais para o choro compulsivo e o pânico desesperador que tanto nos atormentam. Ao mesmo tempo, eu confesso que a sua reação ao me ver me surpreende, o que me faz buscar em minha memória qual foi a última vez em que ela teria me abraçado de uma forma tão verdadeira e intensa. Porém, em minhas buscas, a minha resposta não é tão agradável diante da cogitação que a ocorrência do descrito acima ocorreu a um longo tempo atrás, o que me reafirma o quanto a nossa relação realmente não vinha trilhando alguns caminhos muito desejados. Em mediante as situações presentes, eu compreendo e compactuo do pensamento de que ambos, no nosso momento atual, nós só precisamos de um apoio emocional um do outro. Afinal, ambos acabamos de perder o nosso terceiro filho dela mesma forma que nós perdemos os anteriores, o que nos coloca em um momento extremamente delicado. De uma imediata prontidão, em uma rápida retribuição para o seu abraço, eu a envolvo em meus braços com uma intensa firmeza com a intenção de a passar algum conforto existente, mesmo sabendo que em um momento tão delicado como este seria quase impossível fazer com que o nosso coração consiga adotar um conforto necessário e o suficiente para com que ambos nos acalmemos e encontremos alguma luz no fim do túnel, quase impossível. Esta terrível situação nos traz uma extrema dificuldade em conseguir se obter qualquer aceitação. Em meio a tantos pensamentos e sentimentos de um caráter completamente desnorteante, eu procuro manter o meu olhar longe do pequeno corpo sem vida estirado sobre a cama hospitalar próximo a nós, na intenção de não piorar ainda mais o pânico que está a querer dominar o meu organismo. Mas é impossível eu não querer ter uma última despedida com o meu filho, o que me faz fracamente guiar o meu olhar melancólico em sua direção. A cena é ainda mais traumatizante para o meu emocional, e a impotência presente em não poder ter conseguido reverter esta situação é ainda mais sufocadora e acusadora. Alguém tão cheio de vida que era o motivo de nossas persistências e esperanças, agora, está apagado em seu descanso permanente. Esta é uma dor inconsolável. Não diferentemente dos evidentes sintomas que também estão presentes no organismo de minha esposa, o meu corpo adota uma tremedeira ainda mais forte e incontrolável do que a anterior, em meio ao desespero compartilhado que ambos estamos a sentir, o que torna muito mais difícil com que eu mantenha a aparência de uma boa postura para poder a acalmar. A única coisa que eu mais desejo é com que esta situação se reverta, e o meu filho volte a vida. Mas ao não conseguir obter estes resultados desejados, o meu emocional se foca em querer que eu também me entregue em uma crise de pânico infinita, e desta forma me debruçar sobre o pequeno corpo falecido de meu filho, e deixar com que as minhas lágrimas rolem por o meu rosto de uma forma infinita e desesperadora. Mas, apesar da dificuldade, eu procuro manter as rédeas firmes sobre o meu emocional ao máximo que esteja ao meu alcance, e em uma forma de tentar amenizar as ruins sensações insistentes, eu me permito apoiar sob o corpo de minha esposa junto ao meu. Esta demonstração de carinho e apoio entre ambos não é o suficiente para fazer com que a dor suma ou diminua, mas ao menos nós ainda temos um ao outro. Apesar de eu saber, por situações semelhantes a estas já vivenciadas, que estes temores apenas serão o foco para nos afastar ainda mais em um futuro próximo. Esta, de longe, não é uma situação fácil, mas apesar de toda complicação presente, eu tenho firme em minha mente o quanto eu preciso manter o pilar firme de nossa família erguido neste momento delicado. Caso contrário, ambos nos renderemos para esta dor infinita, e isto poderá nos ocasionar em uma depressão de caráter vegetativo e fatal. Lutar contra todas estas sensações e sentimentos apavorantes está sendo uma tarefa extremamente difícil, mas eu sei que assim como as despedidas anteriores, haverá a necessidade de que nós prosseguimos. Em meu coração, os meus filhos viverão. Continua...

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