Umas três semanas depois, estava eu em casa, em plena sexta-feira, jogada na cama, com uma calça de moletom velha com um furo enorme no meio das pernas e uma camiseta escrita "f**k you boys" toda manchada, cheia de creme de pepino na cara, com luvas de silicone nas mãos e nos pés, os cabelos cheios de condicionador, envoltos em um saco de supermercado. Eu e João Thomas havíamos decidido que não íamos fazer nada naquele dia, porque ele tinha operado o dia inteiro e estava muito cansado. De repente, tocou a campainha lá de casa. Fiquei desesperada, achando que era João Thomas, porque ele já tinha feito isso comigo antes: combinava que a gente não ia se ver, e aparecia de surpresa. Ao mesmo tempo que eu achava bonitinho, tinha a sensação de que ele estava querendo me vigiar. Voltando à min