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O Conde Encantado

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Blurb

Um romance em meados de 1920 mostra toda a dificuldade que a mulher tem em enfrentar um pai machista e ferido e um futuro conde que fará de tudo para ter a mulher que ama como sua esposa. Álvaro é o tipico príncipe encantado, porém seu título é de Conde.

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Capítulo 01
É tão engraçado como qualquer coisa nova que aconteça em uma pequena cidade corre mais rápido do que o próprio vento. Ver a agitação dos alunos da escola é até engraçado. —Anda menina — minha amiga Ana Flavia me arrastava na hora do intervalo —  você não quer perder a sensação do momento, ou quer? —  sua euforia era tanta que beirava o ridículo. —  Não sei para que tanto, é só mais um rapaz novo na cidade. —  revirei os olhos. —  Não é só mais um rapaz, ele é filho de um conde, você sabe o que é isso? Conde amiga! A quanto tempo não temos alguém com título em nosso meio? —  sorri com a sua empolgação.  —  Tudo bem, mas não pareça tão desesperada, por favor!  — Claro, eu não faria isso, só ande mais rápido Emma—  ela me segurou pela mão e me arrastou para o pátio.  A confusão já estava armada, tinha grupinhos de meninas por todo canto e a roda de rapazes no centro, perto da fonte. Com certeza eles já sabiam que se aliar com um rapaz com título os ajudaria a alcançar novos resultados em suas vidas. —  Estão dizendo que o pai dele quer que ele termine o ano noivo —  olhei para Ana com um ar de surpresa. —  E porque esse desespero? — Pelo boato que ouvi ele é o mais novo e foi assim com os irmãos. Eles vieram para cá por conta da expansão dos negócios da família, mas os dois filhos mais velhos do conde já estão casados  e iram se mudar para cá com as esposas. — Que história mais sem sentido.  —  Porque não se anima também? Quem sabe ele não olha para você. —  Sabe que não temos condições de pagar o dote. —  Me desculpe, eu me esqueci. —  olhei para o chão. Minha mãe era mais importante do que qualquer coisa nesse mundo. Meu pai usou tudo o que tinha e o que não tinha com o tratamento dela. Mesmo que os médicos digam que não tem mais o que fazer, nós continuamos acreditando que ela ficará curada o quanto antes. — Deixa pra lá, o importante é que gosto de ver essa animação em você e nas meninas. —  Olha sua irmã ali, Rose — ela gritou antes mesmo de eu conseguir vê-la. Minha irmã mais velha era do último ano, e assim como eu não tinha qualquer esperança de se casar, então estava se dedicando a estudar para ser professora e ajudar em casa com as despesas.  — Que loucura isso aqui —  ela falou entrelaçando seu braço ao meu. —  Nem me fale. Parece que nunca viram um homem —  minha irmã confirmou com a cabeça. —  Vocês só falam isso porque não tem qualquer vontade de ser a futura condessa. —  Na verdade, para ele ser conde, os dois irmãos mais velhos abdicarem ou morrerem. — Não! Vocês moram em que cidade? O pai dele repartiu o título com os três. Assim que ele morrer, os três receberam o título. —  Não sabia que isso era possível —  falei olhando para ela e para minha irmã. —  Nem eu sabia que isso existia. — É raro, tem que ter muitas terras para que isso aconteça e tem que pedir autorização para a família real. — deu de ombros —Eles conseguiram. —  Interessante. —  Rose disse — Bom, ele é bem bonito, não vai ser difícil conseguir uma pretendente. —  Não o vi até agora, parece um enxame de abelhas isso aqui. —  todas rimos e andamos em direção ao banheiro. Era tanto risinho e tanto falatório que eu começava a me sentir m*l, não gostaria, nunca mesmo, de estar no lugar dele. Ao sairmos do banheiro a confusão já tinha se dissipado um pouco, os alunos já começavam a voltar para suas salas e a tranquilidade voltava aos poucos a reinar sobre a escola.  Vi pela primeira vez o motivo da confusão e nossa, falar que ele era bonito não fazia jus a sua beleza. Facilmente ele tinha uns 25 cm a mais do que o meu pequeno tamanho de 1,65, sua pele era morena clara e os olhos eram negros como duas pedras onix. Agora eu entendia toda a euforia, seria impossível não se atrair por ele. Continuamos nosso caminho e ele e mais dois rapazes passaram do nosso lado. — Senhoritas —  ele falou olhando para nós e fazendo um cumprimento.  Fiz um cumprimento com a cabeça e tentei não sorrir com a reação de Ana, ela faltou se dissolver ao meu lado. Já estávamos perto da porta de nossa sala, quando ela resolveu falar alguma coisa.  — Ele nos cumprimentou —Ana falou em um sussurro abismada, minha irmã riu e sacudiu a cabeça. — Vou para minha sala, me espere aqui Emma, venho te buscar para irmos juntas para casa. — Pode deixar Rose — confirmei com ela e indiquei para que Ana entrasse. Ela suspirava que nem boba, chegava ser engraçado. — Será que ele reparou mesmo em nós? — Acredito que ele só foi educado, querida — sentei em meu lugar e arrumei minhas coisas para a aula de português que iria começar. — Você é tão pessimista Emma, e se ele olhou para você e sua irmã? — O que que tem? — não pensei em nada disso. — E se ele se interessar por uma de vocês? — Não posso dar nada em troca Ana, não cogito nem a possibilidade. Sabe que eu e a Rose somos bolsistas, sem dinheiro para um dote e com um pai de caráter duvidoso. — não gostava de falar e pensar assim, mas meu pai realmente não levava em consideração as filhas. Dulce e Bria nem mesmo tiveram a oportunidade de tentar uma bolsa nessa escola. Minha mãe até tentou conversar com ele, mas ele dizia que duas professoras era o suficiente, as outras poderiam ir para o convento. — O que acha que seu pai faria se um conde aparecesse em sua porta? —Não sei, acho que se derreteria e prometeria tudo que pode e não pode, mas depois daria sumiço nas filhas para não passar vergonha por falta de dote. — dei de ombros. — Tudo vai ficar bem amiga, você vai ver — sorri de lado acreditando nas palavras de Ana. Eu realmente queria que tudo ficasse bem, que minha mãe sarasse e que algum rapaz distinto me quisesse por amor e não precisasse de dote para ficar comigo. Eu só queria a segurança de um lar tranquilo e feliz, assim como era antes da doença de minha mãe. Respirei fundo e afastei todas as lembranças ruins que me afligiam e me concentrei em aprender o que a professora explicava. [...] A aula passou rápido e logo já era hora de voltar para casa. Ana pertencia a uma família com posses e esquecia que nem todos tinham as possibilidades que ela teria na vida. Nossa escola era famosa por formar moças distintas e aptas a educar as novas gerações. Praticamente todas que optavam por entrar para o magistério eram aceitas rapidamente pelas faculdades. — No que está pensando? — Rose analisou meu rosto enquanto caminhávamos até nossa casa. — Ah Rose.. — suspirei pesadamente. — Não pense nas bobagens que costuma pensar. — ela me conhecia melhor que ninguém — Vamos nos preocupar em terminar essa escola, entrar na faculdade e ajudar nossa mãe e nossas irmãs a entrarem numa boa escola.  — Porque as coisas tem que ser assim? Nós somos pessoas boas, não somos? — meu olhar buscava o dela. — Claro que somos Emma, não pense besteiras. Não é porque o papai se perdeu que também iremos. Nossa mãe nos mantem unidas e firmes e assim continuaremos. — Sim, você tem razão. — confirmei com a cabeça tentando apagar meus questionamentos internos. — Mas mudado de assunto, e  o conde?  — O que tem ele? — ela sorriu. — Ele parece ser inteligente. — não sei se realmente existia um interesse em falar sobre ele, era somente uma fuga do que eu não queria pensar. — Não o observei muito. — deu de ombros — Ele parece estar interessado em conhecer a todos por aqui.  — Vai ser bom para a nossa cidade. A fabrica deles trará muitos empregos novos, quem sabe assim a economia volta e papai consegue voltar a trabalhar no banco. — Não sei irmã, papai fez coisas erradas no banco, não acho que conseguirá voltar tão facilmente. — Parece que estamos mendigando irmã, é tão triste, porque sabemos o potencial que ele tem para cálculos e vendas e agora ele é só um... — calei minha boca para não pronunciar o que veio em minha mente. — Ele se justifica com a saúde de mamãe, mas nos sabemos que isso acontecia antes dela cair doente. — Sim, as pequenas não sabem, mas nós ...— quando nossa mãe descobriu sobre os desvios que papai estava fazendo no banco para manter o luxo da família, mandou todos os nossos funcionários embora e nos ensinou o que precisava, ela também achou que era por conta de sua doença, mas nosso pai não parou de se apropriar do que não era seu, até que os banqueiros descobriram e fizeram um limpa em nossas propriedades para ressarcir o que ele tinha furtado. Hoje possuímos apenas a casa que moramos e papai trabalha com b***s esporádicos. Apesar de tudo ele é excelente em cálculos. — Tomara que as meninas tenham cuidado bem da mamãe. — Elas são ótimas — minha irmã abriu o portão para eu entrar. — Dulce, chegamos — Minha terceira irmã tinha 13 anos e era excelente musicista, tocava violino perfeitamente e fazia parte do coral da cidade. Seu sonho era tocar em uma grande orquestra. Bria a mais nova tinha apenas 10 anos e não entendia nada do que estávamos passando, apenas aceitava de bom grado tudo que nós precisava para ajudar em casa. Rose tinha 17 anos e logo entraria no magistério, eu tinha 16 e queria seguir o mesmo caminho que ela. As mais novas estudavam em uma escola municipal no período da tarde, assim nossa mãe não ficava sozinha em momento algum. — Estamos aqui no quarto da mamãe — ouvimos Bria gritar. Olhei para Rose assustada e corremos no interior da casa jogando nosso material de qualquer jeito nas poltronas da casa. — O que aconteceu? —Rose falou assustada. — Mamãe esta com um pouco de febre — Dulce tirava os panos úmidos de sua testa e os molhava novamente tentando abaixar a temperatura. Minha mãe estava mais pálida que o normal. — Não é nada meninas, não se preocupem — falou em um fiapo de voz. — Não se esforce, mamãe — falei sentando ao seu lado da cama e segurando sua mão. — Já chamaram para o médico? — Dulce e Bria se olharam. —Papai não deixou, estamos devendo para o médico e não temos como pagar a consulta. — fechei os olhos tentando evitar as lágrimas. — Certo, Emma — olhei para Rose que tomava conta da situação — Vamos fazer alguns pães e roscas para vender. — confirmei com a cabeça — Bria, fique aqui com a mamãe e qualquer alteração você nos avisa imediatamente. — Bria também confirmou. — Dulce você irá nos ajudar a preparar tudo. Emma e eu iremos para rua vender e você limpa a cozinha para nós. — Dulce confirmou e nós três rumamos para a cozinha. A tarde foi cheia, não deixamos em momento algum que nossa fé nos abandonasse.  Depois de 3 horas, tínhamos 10 pães caseiros, receita de nossa avó e 5 roscas de frustas. Embalei metade dos pães e duas roscas em uma cesta e o restante na outra. Corri até o banheiro para me limpar e  Rose fez o mesmo. Logo já saímos as ruas em busca de clientes para levantar o dinheiro para pagar o médico. [...] Cheguei no último comercio da rua principal, era uma velha fábrica que estava sendo reformada, entrei pela recepção e vi uma senhora de cabelos acobreados. — Boa tarde senhora — ela me olhou sorridente. — Olá menina, em que posso te ajudar?  — Vim lhe oferecer alguns produtos que eu e minhas irmãs fizemos para ajudar a pagar os medicamentos de nossa mãe que hoje se encontra acamada. Me permite que eu te mostre? Acabamos de fazer — sorri gentilmente. — Claro — ela bateu palmas — É isso que eu adoro em cidade pequena, tudo é tão caloroso e próximo — ela olhou atentamente o que ainda tinha em minha cesta. — Quanto está cada um? — A rosca é 15 réis¹ e os pães são 10 réis — ela sorriu , ainda restavam 2 pães e uma rosca. — Vou ficar com os três — sorri satisfeita, eu não tinha mais nenhuma casa para visitar. — Qual o seu nome querida? —Emma  Vieira, senhora — embalei os pães e a rosca em uma papel pardo e entreguei a ela, que entrou dentro da fabrica e me trouxe o dinheiro. — Grata senhora, ajudará demais nossa família.  — Eu que agradeço menina, sempre que tiver, pode passar aqui, tenho certeza que iremos adorar. Sai correndo feliz sabendo que agora conseguiria pagar o médico e os medicamentos de minha mãe. ¹ 1 Real (Réis) - R$ 0,123

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