O cérebro sofre, o orgulho, o belo orgulho da raça, êsse ninguêm lh’o pôde amortecer! Há poucos dias atirou para o lugar mais recôndito e mais secreto do paço com a sua chave de camarista, julgando-se m*l recebido pela rainha. Não é vulgar tamanho desprendimento nesse tempo de vil subserviência ao capricho do monarca. O conde de Vila Nova, futuro marquês de Abrantes, tem como S. Lourenço uma mania, mas muito menos interessante. O seu gôsto mais violento consiste em vestir opa vermelha e andar atrás do Santíssimo, de campaínha na mão. Não há namorado tão cioso da sua bela como Vila Nova da sua campaínha.[90] Não admite que outro lhe toque, que mão profana a faça vibrar. As paróquias que cercam o seu palácio nunca deixam que o sagrado viático seja conduzido a qualquer enfêrmo sem prévio av