«E agora vou falar com o mano Tancredo. Pode v. ex.ᵃ segurar-lhe que a sua linda noiva gostou sumamente das novas que êle dá do que sabe. Estimou muito que soubesse as duas línguas italiana e francesa. Riu com a medicina, desejando mais que êle antes fôsse físico do que médico.» O perfume avelhantado de tôdas as cartas de Leonor é que é o seu encanto supremo para o crítico. Como elas pertencem pelo estilo ao tempo de que são datadas!... E como a par disso elas teem o cunho individual da mulher que as escrevia, tão diversa das mulheres portuguesas da sua classe, tão namorada de erudição a ponto de parecer muitas vezes um poucochinho pedante. Mas essa leve tintura de pedantismo deve ser-lhe perdoada se a considerarmos a natural reacção de um espírito inteligente e culto contra a boçalidade