Concluía o advogado que os grandes de Portugal não podiam ser sujeitos à pena de infâmia pelos delitos de seus maiores.[78] O tom da doutrina, a segurança das asserções, a soberana e imperativa altivez de tal súplica, respiravam, segundo assevera o historiador já citado, por um lado a aristocrática altivez dessa nobreza da côrte que Pombal esmagara por algum tempo, e cujo orgulho agora renascia mais ulcerado e mais violento, por outro lado a revolucionária doutrina da soberania nacional, que principiava a insinuar-se nos espíritos mais adiantados. O caso é que, no testemunho de muitos contemporâneos bem informados, tais como o príncipe de Raffadali, que era ao tempo ministro plenipotenciário de Nápoles em Lisboa, do cavalheiro de Pollon, ministro plenipotenciário da Sardenha na mesma côr