O Nascer de Um Desertor

O Nascer de Um Desertor

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intro-logo
Blurb

Miriam sempre viveu uma vida simples, sem saber que carrega em seu sangue um poder ancestral. Seu destino muda quando é prometida em casamento a Estevan, um caçador de elfos frio e calculista, conhecido por sua implacabilidade. O que Miriam não sabe é que Estevan tem planos sombrios: ele quer usar o sangue de seu futuro filho para trazer de volta seu irmão, morto em um golpe de estado que quase o levou à morte também. Acusado de matar o próprio irmão, Estevan se tornou um desertor, forçado a viver nas sombras.

Agora, escondidos na vastidão da floresta, Miriam e Estevan tentam sobreviver à caçada que os persegue. Ela, uma jovem inexperiente, e ele, um militar endurecido pela vida, começam a descobrir sentimentos que nunca esperaram um pelo outro. À medida que a verdade sobre o poder de Miriam é revelada, eles se veem diante de uma escolha difícil: ceder ao plano sombrio que os une ou lutar por um futuro onde o amor prevaleça sobre a vingança.

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Cap. 1 Jardim Real
Estava em minha sala de banho, me cobrindo para ir até o meu quarto, que ficava a uma porta de distância, coloquei as devidas toalhas e sai da sala de banho, chegando no quarto, me chamou atenção a caixa que estava em cima da cama, deviam ter colocado ela ali enquanto tomava banho, pois antes a cama estava livre, a caixa era pintada na cor pérola, com um laço branco preso na tampa, era a típica caixa em que os vestidos novos chegavam, com sapatinhos ao lado da mesma, sapatos daqueles que apertavam bem os meus dedinhos por serem novos e não laceados, mesmo se eu usasse com meias finas o resultado ainda não era bom, odiava quando minha mãe me obrigava a usá-los, eu observava o sapato fazendo expressões de poucos amigos para ele, definitivamente não queria usá-los, era o que pensava quando minha mãe entrou no quarto e minha aia, que a essa altura já havia aberto a caixa e retirado um vestido de dentro, arrumando-o na cama, m*l tive tempo de o olhar pois minha mãe me chamou a atenção como sempre: — Mirian, como pode ainda não estar pronta? Garotinha irritante, me faça o favor de hoje se comportar! — Para onde vamos mamãe? — Clarisse termine de arrumar ela agora! Ela não me respondeu, apenas saiu do quarto, me deixando com Clarisse, minha aia começou a me vestir, quando estava pronta, parece que minha mãe cronometrou o tempo de eu ficar pronta para poder voltar para o quarto, pois em seguida ela abriu a porta com um laço que combinava com o vestido, que por falar nele, era lindo, branco com muitas camadas, algumas brancas e outras rosas, com fitas e laços de cetim, acima do joelho, como o costume pedia para crianças da minha idade. Minha mãe me sentou em frente da penteadeira e começou a fazer meu penteado, isso doía mesmo, pois ela puxava e prendia muito firme meu cabelo, por fim fez um coque de tranças e passou a fita rosa de cetim, no mesmo tom do vestido, parou e ficou me olhando, da cabeça aos pés e quando chegou nos pés me encarou e depois olhou para minha aia. — Os pés Clarisse! — Senhora, ela não quis calça-los, disse que lhe aperta os pés – respondeu Clarisse baixando a cabeça. — Como pode saber que machuca os pés, sem nem ao menos tê-los caçado? — Mamãe, são novos, machucam sim... — Como quer ficar apresentável diante do Rei, se nem ao menos quer vestir os sapatos? Clarisse ficou boquiaberta, então era isso, iríamos ver o Rei, mais que depressa ela pegou meus sapatinhos brancos e pegando um de meus pés colocou o sapato, depois fez o mesmo com o outro, minha mãe sorriu satisfeita com o resultado, eu sorri de volta e o sorriso dela sumiu. — Não de sorrisos tão abertos, até porque, perdeu um dos dentes recentemente, e isso não será agradável de se ver, nem pense em abrir essa boca perto do filho Rei, que é em quem você tem que se concentrar, nele está o seu futuro, príncipe Thomas, tem 12 anos e se porta muito bem – eu não compreendi o que ela quis dizer, muito me pareceu que queria que nós dois fizéssemos amizade. Após ficar pronta, saímos pela porta do quarto, que dava em um corredor, por onde caminhamos até as escadas, as descemos e seguimos para o hall de entrada, meus dois irmãos mais velhos estavam em suas melhores roupas de gala, Rudi com 16 anos e Ector com 10, Willian meu irmão mais novo de 4 anos iria ficar em casa com a aia dele, em frente a casa estava a carruagem de tamanho maior, que nos levaria até o palácio, na época, meu pai era um homem muito influente no governo, por isso íamos a um jantar exclusivo com o Rei Phillip Grahan III. No caminho meu pai estava com o semblante irritado, minha mãe não parava de dar ordens para mim e Ector, sobre como nos comportar, eu aos meus 8 anos já sabia muito bem o que deveria ou não fazer, graças a tantas aulas de etiquetas que minha mãe exigirá que fizesse. Ao chegarmos, tudo era magnífico, era como se os palácios das histórias que minha avó me contava, estivessem saindo das memórias dela e se materializando em nossa frente, fomos recebidos pelos guardas reais, que nos conduziram até o salão onde os adultos conversavam em uma mesa grande e os mais novos, ficariam ao seu lado sem ter muito o que fazer, era espessamento chato. Quando entramos, vimos pinturas e muito ouro, éramos de um país muito rico, tudo era reluzente, mas enquanto olhava admirada, vi minha família fazer reverência e minha mãe me cutucando com o cotovelo para eu me curvar também. O Rei falava com meu pai, e eu não estava interessada na conversa, fomos para a tal mesa, que minha mãe falou o caminho todo, a única coisa que reparei no Rei é que faltava uma Rainha ao seu lado, acho que ela já havia morrido nessa época, nos sentamos e o Rei mandou chamar seus filhos para se juntaram a nós, príncipe Estevan Vicenzo Ruvick com seus 18 anos e Príncipe Thomas Phillip Granhan com seus 12 anos. O Príncipe mais velho tinha um olhar frio e distante, já o mais novo era mais alegre, a noite foi bastante entediante, no jantar a comida estava muito boa, mas o melhor era que agora poderíamos brincar em uma área vigiada por guardas no jardim real, eu e Hector começamos a brincar de correr um atrás do outro, claro que só pude brincar livremente pois minha mãe não estava me vigiando, Thomas se aproximou e ficou nos olhando, por fim Ector com seu semblante contagiante o convidou para se juntar a nós, por fim brincamos bastante, nos divertindo muito, até que sem querer, Thomas esbarrou em mim e me derrubou, eu acabei caindo, mas levei minha mãos para frente a tempo, mas sujei os joelhos, manchando assim a minha meia, com toda certeza minha mãe brigaria muito comigo, comecei a ter medo do que aconteceria, mas o que me assustou mesmo foi quando chamaram Thomas. — Thomas! Como pode ter tal comportamento?! Será que suas aulas não lhe ensinaram a se portar bem em frente a uma... – o rapaz me olhou com cara de nojo, estava na cara que não gostava de crianças — ... dama? Senhorita, está bem? – esse era o irmão mais velho do príncipe, pelo visto ele era bastante exigente com seu irmão como minha mãe.

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