Capítulo 2

1607 Words
Brianna Me lembro como se fosse hoje o dia em que ainda era feliz e me sentia viva... Estava em casa com meu marido e filho curtindo o fim de semana, estávamos felizes e meus homens estavam fazendo planos para assistir à partida de futebol no domingo à tarde, segundo meu pequeno príncipe Richard iriam fazer um programa de meninos e mesmo vendo a felicidade do meu menino, eu não sei porque me sentia angustiada... Acredito que é porque meu príncipe vai passar um dia longe de mim... Eu sei que meu querido marido falou que eu tenho que parar de protegê-lo tanto e deixá-lo se divertir, ainda mais que ele não estará sozinho, pois meu marido e amiguinhos dele estarão juntos. — Amor você tem que parar com isso e deixar nosso filho fazer as coisas sozinho. — Amor eu sei... Ele é meu bebê, só tem nove anos e eu sou uma mãe coruja, o que você quer que eu faça? — ele não me deixou falar mais nada. — Venha aqui, eu estou doido para que você pare de falar, de arrumar essas coisas e vir para a cama. Quero namorar um pouco a minha mulher, pois você sabe que eu tenho uma viagem de negócios em breve e ficaremos longe, né minha vida? — Você só viaja na segunda-feira. Tenho que arrumar as coisas de Richard e ainda estou fazendo a sua mala, coisa que era para você estar fazendo, seu folgado! — dei risada e ele me jogou na cama. — Chega! Preciso da minha bela mulher... Agora! Naquela noite fizemos amor à noite toda... Como eu amo meu marido, o amo tanto que fico até sem ar... Ele e meu Richard são tudo para mim! Não conseguiria viver sem meus dois amores, a minha razão de viver! No dia seguinte meus meninos sairiam cedo me deixando sozinha, meu irmão iria vir em casa mais tarde, ele é delegado e quase não nos vemos, mas ele conseguiu uma folga e viria ficar um pouco comigo, o que adorei porque ele sabe que odeio ficar sozinha. Somos somente ele e eu contra o mundo... Nossos pais morreram quando éramos crianças em uma explosão, foi triste demais e ficamos aos cuidados da nossa tia Jane que era um amor. Nossa vida financeira também sempre foi boa, meus pais tinham muito dinheiro e haviam deixando tudo para nós dois, minha tia como tutora poderia ter usado o dinheiro com as nossas necessidades, mas ela nunca mexeu em um centavo sequer do nosso dinheiro, dizendo que era para o nosso futuro. Ela era dona de uma fábrica de chocolate e por isso também tinha muito dinheiro e como ela não teve filhos era para nós termos assumido o controle da fábrica, mas não era o que queríamos, meu sonho era ser advogada e lutar pela justiça e meu irmão sempre sonhou em ser delegado. No fim ela aceitou e entrei na faculdade de advocacia, porém não consegui terminar por ter engravidado. Escolhi cuidar do meu tesouro e do meu marido, deixando para o futuro o sonho de me formar e me tornar uma grande advogada. Minha tia colocou tudo no meu nome e no de Rodrigo mesmo não sendo a nossa área e sabedora disso ela colocou uma pessoa qualificada e de confiança para tomar conta de tudo, a pessoa escolhida era um grande amigo de Rodrigo a quem confiava a sua vida e que foi o braço direito da minha tia. Amanheceu o dia e estava tudo pronto para os meus dois amores partirem, ainda bem que a minha querida Claire, minha secretária que me ajuda aqui em casa, passaria o dia comigo. O café da manhã já estava na mesa, Richard desce do quarto muito animado mesmo com o tempo de chuva que se formava lá fora, por mim eles não iriam mais até porque eu não gosto que meu marido dirija com chuva. Com o pretexto de ter um dia de pai e filho, ele havia dispensado o motorista no dia anterior. — Bom dia, mamãe! Hoje estou muito feliz, vou ao campo assistir um jogo ao vivo com o papai pela primeira vez, nem acredito que você até que enfim me deixou ir. — Muito engraçado esse meu filho! Eu não deixava você ir porque você era muito pequeno! — Mamãe você não me deixava ir porque não queria ficar sem seu filho por perto, eu sei muito bem disso. — Esse meu filho é muito esperto, viu? — Esperto eu sempre fui! Não é papai!? — Esse meu garotão já está se tornando um homem e a mãe ainda o chama de bebê! — os dois estavam zoando da minha cara. — Vocês dois querem parar de me zoar e tomar logo esse café! —tomamos nosso café da manhã todos rindo e conversando como sempre fazíamos, parecíamos até aquela família de comercial de margarina... Amo demais minha família! Terminamos o café da manhã e eles já estavam se preparando para sair quando de repente senti uma angústia horrível dentro do meu peito... Na hora pensei que não fosse nada demais, só neura da minha cabeça.... Só que eu deveria ter escutado meu sexto sentido... Eu deveria tê-los impedido de sair.... Ah se eu soubesse o que aconteceria a seguir... Meu amor desceu com as mochilas e meu pequeno raio de sol não parava de pular. — Mamãe estou pronto para ir, você bem que poderia ir junto com a gente, iria ser muito divertindo nós três juntos na torcida. — Você quer mesmo que eu vá junto com os seus amigos e fique te chamando de bebê? E outra não é um passeio de meninos? — falei dando risada, ele detestava quando eu o chamava de bebê. — Mamãe eu não sou bebê, vou fazer dez anos já, não sei por que você faz isso, acho que é para me matar de vergonha. Papai, sabia que meus amigos acham a mamãe gostosa? Eles vivem falando isso e eu brigo com eles para que respeitem a mamãe, mas eles dizem que eu tenho muita sorte por ter a mãe mais bonita do mundo! — dei risada da cara do meu filho. — Ah meu querido não se preocupe com o que esses garotos falam de mim. — Eu não ligo não mamãe, agora vamos logo papai antes que a gente perca o jogo. — Antes de sair me dê aqui um super abraço! — abracei meu lindo e ele correu para o carro. — Daqui a pouco estaremos de volta meu amor, te amo! — Também te amo! — eles partiram e foi a última vez que os vi... Juro que se soubesse o que iria acontecer eu os teria abraçado mais, beijado mais ou até mesmo ido com eles... Ah se arrependimento matasse! A partir do momento que eles saíram me lembro de tudo o que aconteceu em câmera lenta, Claire estava tirando a mesa e fui ajudá-la, mesmo ela reclamando e afirmando que isso era seu trabalho, mas fazer o que eu gosto de ajudar nas coisas de casa, desde que larguei a faculdade para me casar e cuidar do meu príncipe que estava para nascer não faço outra coisa a não ser ficar em casa. Depois de tentar ajudar Claire vou para o meu quarto ler e esperar pelo meu irmão, estava distraída lendo e tentando ignorar o aperto no coração que aumentava. Foi então que meu mundo caiu quando me irmão entrou no meu quarto com uma cara horrível e olhos vermelhos e me deu a pior notícia que uma mãe e esposa poderia receber... Meu filho e marido morreram em um trágico acidente de carro... Ali eu perdi meu chão e o ar que respiro, naquele momento tudo escureceu e acabei desmaiando. Os momentos que seguiram eu apenas senti dor e um enorme vazio, minha vida acabou no instante que meus tesouros morreram, eu me enterrei junto com eles e nunca mais fui a mesma, passei a ser vazia e entrei em uma depressão profunda, inclusive tentei me matar algumas vezes.... Mas como morrer se já estava morta por dentro? Me entreguei as bebidas, virei alcoólatra e aí foi um passo para descobrir as drogas, vivia na escuridão, apreciando o vazio e pedindo para que a morte me levasse para junto dos meus amores. Se eu não saia de casa, como a droga vinha até mim? Acredito que essa é a pergunta que se fazem. E meus amigos a resposta é simples... A droga vinha até mim, eu nem precisava sair de casa para comprar, era só ligar para uma mulher que fornecia e ela trazia até mim... A minha tristeza nunca terá fim e eu não consigo morrer! Só pode ser uma praga, ou sou tão r**m que nem a morte me quer. Não quero mais essa vida e olha que já facilitei e muito a minha partida, já tive overdose de remédios e drogas, sofri acidente de carro, entre outras coisas e mesmo assim eu ainda continuo neste mundo sem meus amores. Em uma dessas tentativas m*l sucedidas fui socorrida, antes de ter alta meu irmão me internou em um centro de reabilitação e não adiantou nada, porque assim que eu saí a primeira coisa que fiz foi ligar para a minha fornecedora, mas para minha surpresa na hora de pagar... Cadê meu dinheiro? Meu irmão confiscou tudo e agora preciso pedir para ele o que preciso, mas eu garanto isso não vai me impedir de tentar ir ao encontro dos meus amores, porque somente quando estiver com eles voltarei a ser feliz.
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