Capítulo 36

1062 Words
P. V. Princesa Kiara Luna era linda e encantadora. A sua presença era leve e agradável. — Espero não ter causado problemas para vocês nos dias em que fiquei lá. — Imagina, princesa, não houve nenhum problema. — Mesmo assim, preciso pedir desculpas. Dylan não me deixou ficar em outro lugar, então me perdoe se dei a entender outra coisa. — Ela ficou com ciúmes — diz Dylan, sorrindo. — Dylan! — Não se preocupe, eu também fiquei — diz Lien, sorrindo. — Quase que ele perdeu uns dentes. Caímos na risada. — Quem ia perder os dentes? — pergunta Solomon, aproximando-se com Sofia. — Segundo o Lien, eu. O que duvido — responde Dylan. — Essa eu gostaria de ver, mas o cara é como um pitbull raivoso. Aí você chega e fala que dormiu com a Kiara todas as noites. Estava pedindo — comenta Solomon. — Eu tinha que saber se as intenções dele eram boas. — Era só perguntar — diz Lien. — Eu odiaria que esse rosto lindo fosse arruinado — diz Sofia, balançando a cabeça. — Sofia! Quer que eu te tranque pelo resto da vida? — retruca Solomon, bravo. Ela se aproxima dele, passa a mão no seu peito, provocando-o. — Quero ver você tentar — sussurra ela em seu ouvido. — Mas é claro, comigo junto — responde ele. Não conseguimos conter a risada diante da resposta de Solomon. — O que aconteceu com o meu temível general? — pergunta Dylan, rindo. — Foi domado — responde Lien. — Vocês estão acabando com a minha reputação — reclama Solomon. — Acho que é o contrário — digo a ele. — Vocês são sempre assim? — pergunta Luna, curiosa. — Você não viu nada — diz Sofia. — Quando marcarmos o próximo encontro dos amigos, avisamos vocês. Aí você vai ver o que é aprontar. — Ainda lembro-me do Solomon bêbado — digo, rindo. — Ele implorando para Sofia casar com ele. Rimos novamente, enquanto Solomon nos observava, bicudo. — Isso foi golpe baixo, e você sabe — diz ele, apontando o dedo para mim. — Aqui se faz, aqui se paga, Sol. — Essa criatura é vingativa. Não confiem nela. O sentimento de amizade entre nós era tão forte. Saber que no futuro não seríamos apenas governantes, mas também amigos de verdade, era reconfortante. Éramos a próxima geração de líderes e, juntos, faríamos um bom trabalho. A nossa conversa se estendeu ao longo da noite, até que restamos apenas Lien e eu. O jardim do palácio era um velho conhecido nosso. Agora, o banco que ficava lá era "nosso" banco. Caminhamos em silêncio até ele, sentamo-nos e observamos a lua. — Hoje foi perfeito — digo, admirando o luar. — Sim, realmente foi. Viro-me para Lien e noto um sorriso discreto nos seus lábios. A luz da lua iluminava a sua pele, conferindo-lhe um brilho especial. Comecei a notar detalhes que antes não percebia, como uma pequena pinta acima da sua sobrancelha e uma cicatriz na orelha direita. O seu cabelo geralmente tampava esses detalhes, e agora estava mais longo, algo que eu adorava. Passo a minha mão por seus cabelos, maravilhada com a sua textura sedosa. — Quer que eu corte? — pergunta ele. — Não, gosto dele assim. — Fico feliz com isso. — Claro! Se você cortar, não terei onde puxar — digo, piscando para ele. — Então minha futura esposa está mostrando as garras. Aproximo-me e dou um beijo na ponta do seu nariz. — Eu nunca as escondi. Ele me puxa para seus braços e me abraça com carinho. — Eu te amo tanto, Kiara. O tempo que fiquei fora foi horrível. Por mais que estivesse cercado de pessoas, eu me sentia sozinho, porque a única pessoa com quem me importo não estava lá. Até mesmo as coisas que eu comia me lembravam você: como os seus lábios se fecham ao morder uma maçã ou como o seu sorriso ilumina as manhãs. Você transformou a minha vida monótona num mundo feliz, e espero poder retribuir toda a felicidade que você me dá. Quando ele termina de falar, os meus olhos já estão marejados. Nunca pensei que ele me observava com tanto cuidado. — Será que ainda posso te amar mais do que já amo? — digo, olhando nos seus olhos. — Amor não tem limite, Kiara. E pretendo cativar você a cada dia mais — diz ele, dando-me um selinho. *** Das Sombras Alguém nos observava das sombras, com ódio nos olhos. Sentia que estava sendo roubado. Os seus pensamentos nebulosos ganhavam forma, e não era algo bom. Aquela pessoa só tinha olhos para a vingança. — Por que você tinha que aceitá-lo? Mas não se preocupe, querida. Vou fazer você perceber que o único homem na sua vida sou eu. Os seus punhos estavam cerrados a ponto dos nós dos dedos ficarem brancos. Um sorriso assassino surgiu no seu rosto, e seus olhos, injetados de ódio, estavam vermelhos. — Precisamos ir, mestre — diz alguém ao seu lado. Lentamente, eles desapareceram nas sombras do jardim, deixando para trás a promessa de uma terrível vingança. P. V. Princesa Kiara Retornamos ao castelo felizes. O nosso noivado havia sido lindo, e ter os nossos amigos presentes tornara tudo ainda mais especial. Acordei no dia seguinte, renovada e pronta para mais um dia. Estava me arrumando para ir ao campo de treino quando ouvi uma batida na porta do meu quarto. — Entre! — Bom dia, Kiara — diz a rainha Esmeralda, mãe de Lien, ao entrar. — Bom dia, majestade — digo, fazendo uma reverência. — Não há necessidade disso, querida — diz ela, sorrindo. — Seremos família. Podemos esquecer essas formalidades. — Tudo bem. Como posso ajudá-la? — Não é nada demais. Apenas vim conversar um pouco com você. Ainda não tivemos tempo para isso — diz ela, sentando-se na minha cama. — Verdade. Desculpe-me por isso. — Está tudo bem. O dia de ontem foi corrido. Vim vê-la porque amanhã já estaremos voltando. Temos apenas hoje para conversar um pouco. O reino do Sul ficava longe, e como os governantes estavam ausentes, aquilo representava perigo para o povo. Eu entendia a urgência em retornar. — Pode perguntar o que quiser, Esmeralda. Responderei com a maior sinceridade possível. Ela sorri para mim. — Não esperava outra coisa de você, querida.
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