Capítulo 42

1115 Words
P. V. Príncipe Lien Quando Kiara voltou, já era tarde. Vi quando ela entrou como um furacão pela porta e se jogou ao meu lado. — Me perdoa a demora — diz, ofegante. — Só fui ver uns remédios com o curandeiro, mas aconteceu um acidente na selaria e não pude deixá-lo cuidar de tudo sozinho. — Não se preocupe — digo, abraçando-a. — Não estou chateado. — Mas eu estou. Devia ter aproveitado este último dia com você — vejo nos seus olhos a tristeza por pensar que me decepcionou. — Teremos tempo, Kiara. Daqui a alguns dias, você já terá enjoado de mim — digo, rindo. — Acho isso uma tarefa impossível. — Fico feliz com isso. — Vocês dois são tão fofos juntos — diz a minha mãe. Já havia me esquecido de que ela estava na sala comigo. Kiara se senta ereta, saindo dos meus braços. Acho engraçada a sua reação. — Me perdoe, majestade. Não me atentei à sua presença. — Não se preocupe comigo, querida. Só estava fazendo companhia ao meu filho. Agora que você está aqui, vou dar uma volta — diz ela, levantando-se. A minha mãe era uma romântica incorrigível. Tinha certeza de que iria até o meu pai. — Não queria atrapalhar — diz Kiara. — E não atrapalhou. Ela foi atrás do meu pai. Assim como nós, ela valoriza muito o tempo com ele. Kiara parece pensar e, então, concorda. Vejo-a tirar as botas e deitar no banco com a cabeça no meu colo. Ela sempre agia de forma tão espontânea que me surpreendia. — Meu dia foi uma loucura hoje — diz ela. — Então me conte — digo, enquanto acaricio os seus cabelos. — O acidente prejudicou muito as pessoas feridas. Tivemos muito trabalho para parar o sangramento de um deles, mas, felizmente, conseguimos salvar todos. Depois fui ao campo buscar ervas. Foi um dia longo. — Vejo os seus olhos se fecharem enquanto fala. Apenas continuo a acariciar os seus cabelos e, quando olho novamente, ela está dormindo no meu colo. O seu rosto sereno transparecia tranquilidade. — Ela dormiu? — pergunta o rei, entrando na sala. — Sim, majestade. Ela teve um dia cheio. — Quando olho para ela desse jeito, é difícil admitir que cresceu — diz ele, com carinho. — Cuidarei bem dela, majestade. — Eu sei, Lien. E, para um pai, não há recompensa maior do que saber que os seus filhos estão bem e felizes. Poderia levá-la para o quarto? — Claro, majestade. — Esse banco não é muito confortável. Pego Kiara nos braços e subo as escadas. Entro no quarto e a coloco na cama. O seu rosto sereno me dava paz. Só queria protegê-la por toda a minha vida, dar-lhe o meu amor, cuidar de cada passo seu, poder ver o seu rosto todas as noites e dizer que a amo. Acaricio o seu rosto e, com muito cuidado, inclino-me e lhe dou um beijo rápido nos lábios. Deito-me ao seu lado e não percebo quando pego no sono. Acordo com uma mão me tocando. Abro os olhos e vejo a minha mãe ao lado da cama. Ela me chama e faz sinal para que eu fique quieto. Levanto-me e a acompanho. — Já está tudo pronto para irmos, querido. — Está bem. Vou me despedir dela e já desço. — Leve o seu tempo — diz, já saindo. Volto para o quarto, e Kiara ainda dormia. Puxo-a para os meus braços, aproveitando esse momento. — Não precisa me apertar tanto. Não vou fugir — diz ela, com os olhos fechados. — É melhor prevenir. — Bobo. — Preciso ir, querida — digo, tirando uma mecha de cabelo do seu rosto. — Vou sentir a sua falta — diz, abrindo os olhos. — Eu também, mas, daqui a dois meses, nunca mais terei que me afastar de você. — Não vejo a hora — diz ela, sorrindo. Viro-me e a prendo com meu corpo. A sua respiração está descompassada pela forma como o seu peito sobe e desce. Os seus lábios entreabertos eram um convite irresistível ao prazer. Aproximo-me e beijo o seu pescoço lentamente. Sinto a sua pele se arrepiar com o meu toque. Dou pequenas mordidas, ganhando um pequeno gemido de recompensa, mas, com um movimento rápido, ela nos vira, ficando por cima de mim. — Eu também sei jogar, sabia? — Não estava jogando — digo, rindo. Ela agarra a minha camisa, se inclina e pega uma adaga. Sinto um arrepio na espinha quando ela passa a ponta da adaga no meu peito. Era uma visão muito quente. Ela corta a frente da minha camisa, deixando o meu peito exposto. — Parece que você não tem medo — diz, sorrindo. — Nunca teria medo de você. — Vamos ver — diz ela, pressionando a ponta da adaga no meu peito, fazendo um pequeno arranhão. Sinto o lugar arder, mas não demonstro nenhuma reação. — Agora, querido, deixe-me aliviar isso — diz, inclinando-se sobre mim. Espero curioso para ver o que fará. Sinto os seus lábios tocarem o lugar, e então a sua língua passa sobre o arranhão. A sensação é maravilhosa, aliviando a ardência e causando prazer. Ela continua beijando o meu peito até chegar ao meu umbigo. A minha respiração está ofegante. Quando ela circula o meu umbigo com a língua, não aguento e a puxo para mim. — Você está muito travessa. — Só estava tentando recompensar pela camisa. — Acho que está fazendo bem mais que isso — digo, beijando-a com paixão. — Kiara, você... — Ela se separa de mim rapidamente. — Mãe! — Desculpa, mas agora não é hora para isso. Solta ele. — Kiara me olha, incrédula. — Você acha que eu... — Não acho, estou vendo. Anda, solta ele. — Não consigo conter o riso. — Obrigado por salvar a minha virtude, majestade — digo à rainha. — Que situação constrangedora. Está vendo o que você fez, filha? — A rainha olhava para Kiara com um olhar chateado. Kiara me olhava incrédula. — Você é muito fingido. — Como ele está fingindo? Você é que está em cima dele. — Mãe, já vamos descer, está bem! — Não demorem — diz, fechando a porta. — Eu realmente devia chutar o seu traseiro — diz, brava. Sento-me e puxo-a para meu colo. — Não me importo se você roubar a minha virtude — digo, rindo. — Lien! — Não se preocupe. Depois esclareço isso com ela. — É melhor deixar quieto. Se não pode piorar. — Tudo bem — digo, soltando-a. — Vou me arrumar. Te vejo lá embaixo — digo, dando-lhe um beijo e saindo.
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