Angel A Destinada do supremo escolhido

Nove anos depois Angel Mais uma vez acordo no meio da noite com a sensação de estar sendo observada, é sempre assim desde que eu tinha nove anos. É como se tivesse alguém sempre à espreita, mas não sinto medo, pelo contrário, é reconfortante. No começo eu achei que fosse a minha imaginação, mas aí sempre que chegava o meu aniversário aparecia um presente para mim na minha janela, eu sabia que não eram presentes da mamãe ou da vovó, porque levamos uma vida humilde no subúrbio de Nova York e não temos dinheiro para comprar nada tão caro como os presentes misteriosos que aparecem no meu quarto. Eu realmente me acostumei com a presença do meu protetor, é assim que eu o chamo, porque sinto de verdade que ele está cuidando de mim, como eu sei que ele é ele? Bom, há alguns meses um garoto da escola me convidou para sair e eu aceitei, nos fomos ao cinema foi até legal, mas quando voltamos para casa ele tentou me beijar o que neguei, não só porque eu nunca beijei antes, mas porque de alguma forma me parecia errado, eu apenas murmurei um pedido de desculpas e disse que não ia rolar porque só o vejo como amigo. Naquela noite, ao entrar em meu quarto, havia um bilhete em cima da minha cama. " Fique longe dele, você é minha assim como sou seu." Era o que estava escrito no papel. Depois disso, eu fiquei dias sem sentir a presença do meu protetor, o que me deixou muito triste e me fez até mesmo derramar algumas lágrimas, pois senti muito a falta dele. Tenho certeza de que, se fosse outra pessoa em meu lugar, ela estaria apavorada, mas eu não, eu gosto de senti-lo por perto, me sinto completa com a presença dele. Acho que esses dias em que ele se manteve distante foram meio que para me punir e funcionou porque eu sofri demais com a sua ausência. Depois disso, nunca mais sai com nenhum garoto, as minhas amigas não entendem o porquê de eu não sair com ninguém, a Chloé minha melhor amiga, sempre diz que, se tivesse uma aparência como a minha, seria a rainha da escola e pegaria todos os garotos bonitos. Eu apenas dou risada, primeiro porque não vejo nada de mais na minha aparência, pelo contrário, me acho muito sem graça, e segundo porque, mesmo que o meu protetor não existisse em minha vida, eu não seria esse tipo de garota. Nunca contei a ninguém sobre ele, não queria preocupar a minha mãe e a vovó, assim como também não queria que as outras pessoas achassem quem sou louca por não acreditarem em mim, ou se acreditassem me acharem maluca por eu gostar de uma presença oculta que me segue há tantos anos e que não quer que eu me relacione com ninguém. Melhor manter segredo, até porque ninguém entenderia essa relação. Às vezes eu fico imaginando como ele é, como ele consegue ficar invisível, eu nunca consegui ver nem ao menos a sombra dele, mesmo assim sei quando ele está por perto. Eu queria poder ver o seu rosto, tocar nele, sentir que ele é real e isso é frustrante porque, de alguma forma, eu sei que meu desejo não vai se realizar tão cedo. Sentada aqui na minha cama, eu posso ouvir a respiração dele, posso sentir o perfume delicioso dele e posso sentir a presença dele por todo o quarto. Já são três horas da manhã, o que significa que eu oficialmente tenho dezoito anos agora. É por isso que ele está aqui, veio trazer o meu presente. O meu coração está disparado e olho para todos os lados até que encontro na minha mesinha de cabeceira uma caixa de veludo com um laço vermelho ao redor. Com um sorriso no rosto, eu pego o presente com cuidado e abro a caixa, me deparando com um lindo colar contendo um pingente em forma de lobo e a letra G formada de pequenas pedrinhas brilhantes ligadas ao pingente. Eu levanto a cabeça olhando para nenhum ponto em particular. Angel _ Essa é a letra do seu nome? Eu jogo a pergunta para o universo e sinto uma leve brisa soprar o meu cabelo, como uma confirmação da minha pergunta. Toda feliz, coloco o colar no meu pescoço e me levanto para olhar no espelho, ouvindo um rosnado soar por todo o espaço. Mas não me assusto, já me acostumei com isso, principalmente quando estou vestida desse jeito, usando apenas uma calcinha e uma camiseta sem sutiã. Eu gosto de dormir à vontade e, como já me acostumei com a presença do meu protetor, nem me importo mais, mas ele, pelo visto, sim. Ignorando o rosnado dele, eu observo o colar no meu pescoço em frente ao espelho, admirada com a sua beleza. Não entendo muito de joias, mas isso com certeza é muito caro. Angel _ Obrigada, eu amei o presente. Falo com um enorme sorriso no rosto e sem obter uma resposta de fato. Continuo me avaliando no espelho ciente de que os olhos dele estão em mim. Angel_ Você me acha bonita? Eu pergunto, tocando os meus longos cabelos cacheados da cor de carvão que, por sinal, estão uma bagunça, observando a minha pele branca e pálida e meus olhos amarelos esquisitos. Mas não tenho nenhuma resposta. Então, eu decidi apelar mais para ter alguma reação de fato dele, não por vaidade, mas porque eu gosto quando ele interage comigo. Angel_ E meu corpo, você gosta? Eu falo retirando a minha camiseta e ficando só de calcinha, com os s***s à mostra. Ouço um bate na janela que se abre repentinamente e me mostra que causei alguma reação dele, mesmo que tenha sido uma fuga. Apesar disso, não fico triste, porque sei que ele vai voltar assim como foi das outras vezes. Com um sorriso no rosto, eu volto para a minha cama e me deito segurando o pingente de lobo. Angel _ G, essa é a letra inicial do nome do meu protetor. Com esse pensamento, eu adormeço. Greg Passei os últimos nove anos como um maldito Stalquer vigiando a Angel como um cão de guarda. A primeira vez que fui até o mundo dos humanos ver ela, fui mais movido pela curiosidade queria ver o rostinho dela, saber como ela era e esse foi o meu maior erro, porque a partir do momento em que vi aqueles olhinhos de safiras amarelas quase como um dourado eu sabia que não poderia mais me afastar, ela me ganhou no primeiro sorriso, minha pequena companheira, só de ver ela aqueles poucos minutos senti minha energia lupina aumentar e uma força dentro de mim começar a despertar, por conta disso ganhei algumas novas habilidades entre elas a capacidade de teletransporte algo totalmente inédito na minha espécie já que só os bruxos podem fazer isso. E claro, essa habilidade não podia ter vindo em melhor momento, pois me possibilitou cuidar das minhas obrigações na Alcateia central como Supremo e estar sempre por perto de olho na Angel. Eu vi ela crescer e se tornar a mulher mais linda que já existiu, o que despertou em mim um sentimento ainda desconhecido, o ciúme, e não só ele, a possessividade também, só a ideia de outros homens admirando a beleza dela me deixa furioso. E o pior é que, por onde ela passa, sua beleza chama a atenção das pessoas, principalmente atenção masculina. Seus longos cabelos cacheados fazem as minhas mãos coçarem para enrolar os meus dedos naqueles cachinhos negros, a pele branquinha de porcelana, os lábios carnudos e rosados que pedem para ser beijados, e o corpo cheio de curvas com os s***s grandes e empinados fazem qualquer um babar, e tem os olhos, ahh aqueles olhos, eles são diferentes e tão lindos. Saber que não posso tocá-la ou a perderei para sempre acaba comigo. A Angel não é tímida e adora me provocar, o que me diz que de anjo ela não tem nada porque nesses momentos ela se parece mais com uma diabinha. Já perdi as contas das vezes em que tive que sair às pressas do quarto dela devido às suas provocações e eu adoro isso, como adoro, sou um miserável masoquista que gosta de sofrer. Angel finalmente completou dezoito anos, o que significa que chegou hora de eu reivindicá-la, esse seria um momento feliz e muito esperado se não fosse por uma coisa, a maldição, desde que descobri que a Angel é minha companheira e que ela foi amaldiçoada eu tenho buscando incessantemente uma solução com a ajuda do Quillan, mas até hoje nada. A minha única esperança é o livro que o desgraçado do Cedrik deixou escondido. Finalmente está chegando a hora de buscá-lo e eu realmente espero que em seu conteúdo nos encontremos a cura para essa maldição diabólica que assola a minha companheira. Enquanto não conseguirmos consertar isso, eu não posso aparecer diante dela, já tem sido difícil me manter nas sombras e ter que ver outros homens tentando pegar o que é meu, imagina ficar cara a cara com ela e não poder tocá-la.