— Pai, você já voltou do serviço? — perguntei surpresa.
Geralmente ele só estava em casa depois das 18 horas da noite, meu pai me olhou desanimado, e se aproximou de mim, me deu um beijo na testa depois se sentou ao meu lado.
— Depois de 30 anos de firma, fui mandado embora. — falou com lágrimas nos olhos.
— O meu querido. Eu sinto muito.
Enxuguei as lágrimas que escorriam pelo seu rosto.
— Estou arrasado filha. — disse cabisbaixo chorando.
— Isso tem um lado bom, agora o senhor vai poder cuidar da sua saúde, vai poder descansar. — fiz um carinho no seu ombro.
— Eu não posso descansar, eu tenho você, suas irmãs para alimentar, como vou cuidar das minhas filhas sendo um imprestável desempregado.
— Epa... Como assim imprestável? Você não é nenhum imprestável, para com isso.
Ele continuou chorando, nesse momento Brenda, minha irmã mais nova entrou pela porta.
— Tá tudo bem por aqui? — perguntou se aproximando de nós, tirando a mochila que ela carregava nas costas.
— O papai foi demitido.
— Não se preocupa papai, eu acabei de voltar de uma entrevista de emprego, vou começar a trabalhar amanhã, como jovem aprendiz, em uma conveniência. — Disse contente.
— Que maravilha irmã! Parabéns! — falei abraçando ela.
— Eu não quero que trabalhe minha filha, você tem que focar nos seus estudos.
— Não se preocupe papai, eu vou trabalhar depois que chegar da escola, não vai interferir em nada.
— Eu não quero que você trabalhe minha filha, você é muito nova.
Eu não concordava com ele.
— Papai, deixa a Brenda correr atrás dos objetivos dela, vai ser bom para ela.
— Eu não concordo, é melhor a sua irmã focar nos estudos dela.
Meu pai era cabeça dura.
— Paizinho, a Brenda é uma menina inteligente, ela vai dar conta sim, de fazer as duas coisas. — ele ficou pensativo.
— Tudo bem, mas se por acaso isso interferir nas suas notas Brenda, você vai deixar esse emprego imediatamente.
— Tá bom. — disse sorrindo.
Brenda foi para o seu quarto, eu também fui para o meu, tomei um banho e me deitei. Deitada com os meus pensamentos longe, pensando no que fazer para tirar o Otávio do meu pé, vi a minha irmã entrando no meu quarto, ela entrou e se jogou na cama.
— Maninha.
— Lá vem bomba. O que você quer dessa vez, Brenda?
— Então maninha... eu estou querendo dormir na casa do Nelson essa noite, me ajuda?
— Brenda, você tá louca! Se o papai souber ele te mata.
— Eu sei, mas ele não vai saber, é só você falar que eu fui dormir na casa da Lívia.
Fiquei pensando.
— Por favor maninha? — Pediu com súplica.
— Ah tá bom! Tá bom.
— Obrigada maninha!
Brenda pulou de alegria, me abraçando e dando vários beijos no rosto.
— Toma cuidado, e previna-se.
— Pode deixar, beijo boa noite!
Brenda saiu do meu quarto, me levantei e fui até cozinha comer algo, encontrei o meu pai sentado à mesa com a Geisa, os dois estavam sérios.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntei enquanto pegava um prato, para apanhar um pouco de comida.
— A sua irmã vai morar com o namorado. — arregalei os olhos.
— É sério isso Geisa? — perguntei me sentando á mesa.
— Por que a surpresa? Eu sou maior de idade, se eu quiser ir morar com o meu namorado, tudo bem.
— Eu entendo Geisa, mas você só conhece esse cara a um mês.
— E daí?
O meu pai bateu as duas mão na mesa, fazendo eu e a Geisa tomar um susto, ele se levantou e saiu da cozinha.
— Olha Geisa, eu sei que você gosta dele, mas pensa direito, é realmente isso que você quer mesmo?
— Eu já pensei Mariana, eu amo o Luan, quero ficar ao lado dele, quero morar com ele. — disse se levantando.
Geisa levou o seu prato até a pia, saiu da cozinha.
Meu pai dessa vez estava bravo com razão, a Geisa m*l conhece esse homem, e já quer ir morar com ele.Terminei de jantar e fui para o meu quarto, depois escovei os dentes e fui dormir.