Chamada do hospital

951 Words
— Acredito que sua mãe não ia aprovar muito a ideia. — Uriel tinha ciência que tinha feito Lívia, mesmo que tenha sido pelas razões corretas, não mudava o fato que machucou ela. — Por isso você tem que conquistar ela. Já assistiu à Bela e a Fera? A Bela é perfeita! E a Fera é uma Fera sem educação. E mesmo sendo uma Fera, conseguiu casar com a Fera. Se a Fera consegue, você também consegue. E eu vou te ajudar. — Anissa falou animada. — Você acabou de me chamar de Fera? Primeira pessoa que não faz uma comparação dessa com um ser belo como eu. — Uriel disse chocado. — Pobre irmão iludido. Deixa de falar abobrinha para menina, vai que passa isso para menina. Lívia criou tão bem, não estrague ela no primeiro dia. — Úrsula colocou na mesa diversas sobremesas — Encontrei todas essas sobremesas, pedi todas para você experimentar. Aproveite. — Mamãe não gosta que eu coma muito doce de noite. Posso escolher apenas uma? — Anissa olhava quase babando para sobremesas. — Sua mãe não te deixa comer doce? — Uriel perguntou surpreso, ele sabia mais do que ninguém o quanto ela era apaixonada por doces. — Ou vocês não tem dinheiro para doce? — Uma vez eu chorei e fiz birra porque queria comer bombons do Halloween. A minha mãe deixou, disse que a escolha era minha. Eu comi todos rapidinho com medo dela mudar de ideia. Comecei a me sentir m*l, muita dor na barriga e vomitei tudo. Mamãe não disse nada naquele dia, só alisou a minha barriguinha, pensei que ia brigar comigo. — Anissa explicou envergonhada. — Mamãe tem dinheiro para comprar todos os doces do mundo, papai. — Fico feliz. Então, que doce vai escolher? — Uriel preferiu não insistir nesse assunto, Úrsula havia fuzilado ele com os olhos, mas ele não podia deixar de se preocupar com aquilo. — Vou comer pudim! — Anissa respondeu rapidamente. — Houve um problema técnico na cozinha, por segurança, decidimos encerrar o baile por hoje. Iremos marcar outro dia. As doações feitas hoje serão enviadas todas para as instituições no nome do doador. Agradeço a presença de todos. Boa noite. — Isaura encerrou o baile muito mais cedo do que o programado. — Acredito que alguém ficou enfurecida, a ponto de acabar com o evento que ela passou três meses organizando. Alguma coisa me diz que alguém vai surtar mais tarde. Que rumo tomaremos agora? — Úrsula perguntou vendo a sua mãe descer o palco conversando com o noivo dela — Droga. Esqueci de falar com ele, mas quando vejo a cena dele com a minha mãe e Karol, tenho vontade de socar a cara dele. — Violência não é a resposta. O diálogo sempre é a solução. — Anissa repetiu entre uma colherada e outra. — Levou sermão de uma menina de oito anos, não tá fácil, né? — Uriel brincou com a irmã. — Um sermão de um rosto fofo desse, fico feliz em receber o sermão. — Úrsula não estava preocupada, mas decidiu ter mais cuidado com as palavras na frente da garota. Tudo que Anissa repetia era evidente que surgiu diretamente de Lívia. Não tinha dúvidas, já que a amiga sempre agiu da mesma forma que a filha. — Se não podemos partir para violência, nossa pequena aqui acabou de informar, creio que seja melhor fugir, depois vocês descobre uma desculpa para seu noivo não te odiar ainda mais. Não quero mais bate boca com a mamãe — Uriel colocou a menina por cima do ombro, como um saco de batata. — Você é péssimo nisso. — Úrsula balançou a cabeça sem acreditar no que estava vendo. — Pensei que tinha um limite como ser r**m com crianças. — O que você está dizendo? A menina está gargalhando. Ela não parece ser do tipo que se quebrar por qualquer coisa. Na verdade, é do tipo que não podemos tirar os olhos dela porque ela pode aprontar. — Uriel disse apertando o nariz da menina que não parava de rir em seu ombro. — Você está certo. Ela lembra a Lívia pequena. Sempre metida em confusão. De qualquer forma, para onde vamos? Para casa? — Úrsula questionou enquanto fugiam pelo salão em direção da porta. — Não, nesse ritmo, Anissa vai matar a nossa mãe de ódio. Vamos para meu apartamento. Não quero correr o risco da nossa mãe falar algo que possa acabar com o sorriso dessa garota. — Uriel explicou contemplando a animação de Anissa. — Espera. Meu celular está tocando. Vou atender e podemos ir. * CHAMADA ON* — Olá, falo do hospital Memorial, seu número estava como responsável pela paciente Lívia. Ela acabou de sair da UTI, foi transferida para um apartamento. A paciente despertou a pouco procurando pela filha, explicamos que estava com o senhor, ela ficou agitada e pediu para te chamarem. Não é bom que fique agitada enquanto melhora. O horário de visitas já acabou, mas vamos estender para que acalme ela saber sobre a filha e ver ela. Ela acha que algo aconteceu com a filha, por não ver a menina.— A enfermeira explicou. Lívia estava chorando desde que despertou e não viu a filha. — Certo. Estamos indo agora. — Uriel concordou. *CHAMADA OFF* — Quem era? — Úrsula perguntou. Não era hora de ligações normais. — Boas notícias, Lívia acordou e está procurando desesperadamente por Anissa. Por conta do acidente, acredito que tem a sensação que algo aconteceu com a menina, mas ninguém está dizendo para ela. Então, vamos ao hospital? — Uriel estava ansioso para encontrar com Lívia. Havia muitas perguntas que gostaria de fazer para ela.
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