Jay-la POV
Eric Stanton, CEO da Stanton & Co Law Firm, ficou em frente à mesa dela, batendo um envelope preto em uma das mãos enquanto esperava pacientemente ela terminar a ligação em que estava. Ele não iria apressá-la, era um de seus clientes.
Assim que ela desligou o telefone, ele disse:
— "Como é que você conhece a Browning Corporation? E por que você não os trouxe como cliente?" — Ele parecia um pouco irritado com ela, provavelmente chateado por ela não ter mencionado sua afiliação com a empresa da qual ele estava falando.
Mas tudo o que ela pôde sentir assim que ele mencionou a Browning Corporation foi o quão forte seu coração estava batendo dentro do peito. Seus olhos se moveram para o envelope preto em sua mão. Ela podia ver a letra branca nele. Não podia ser. 'Não' Kora ecoou seus pensamentos.
Esses envelopes são reservados para ofensas graves contra o grupo. É uma notificação oficial.
Eric não fazia ideia do que tinha em mãos. Tudo o que ele sabia era que no verso estava o selo oficial da empresa humana pertencente à matilha. Para ele, era apenas uma corporação multimilionária, uma das quais estava escrevendo para um de seus advogados pelo nome.
— "Como você conseguiu isso?" — ela perguntou, tentando não mostrar a Eric o quão nervosa ela realmente estava.
— "O chefe do setor de correspondências teve que assinar para isso. Ele me alertou sobre a corporação de onde veio", — ele deu de ombros — "política padrão".
Jay-la se levantou para pegá-lo, mas ele a impediu.
— "Novamente, como você conhece essa corporação? Eles estão tentando te recrutar?" — Ele franziu a testa olhando para ela.
— "Não, eles não estão." — Jay-la balançou a cabeça. — "Por favor, posso ter isso?"
— "Explique-se primeiro" — Eric declarou com um tom sério e sem rodeios.
— "Está bem..., cresci dentro da Browning Corporation. Minha família ainda trabalha para eles. No entanto, fui expulsa aos 20 anos", — ela disse, tentando ignorar a dor que de repente atingiu seu peito. Ela sempre sentia saudades de casa.
Eric a encarou. Seus olhos cinza claro focados apenas nos verdes dela de forma bastante intensa. Ela podia dizer que ele estava tentando decidir se ela estava falando a verdade. Ele estava batendo novamente no envelope em sua mão. Então ele simplesmente o abriu diante de seus olhos, claramente tendo decidido não acreditar nela.
Jay-la rezou para a deusa para que não estivesse escrito em Wolfen. Que o Alpha tivesse pensado bem e percebido que essa carta poderia acabar nas mãos de um humano.
Todo o corpo dela congelou quando ele leu a carta em voz alta.
'Jay-la Freeman,
Você tem 3 dias para responder a esta carta.
Você irá retornar à Browning Corporation dentro de 7 dias
Ou eu te farei ir
Nathan Browning, CEO Browning Corporation'
Eric virou o envelope e Jay-la viu um longo frasco de vidro com uma rolha cair em sua mão, dentro do frasco havia uma única flor púrpura de wolfs-bane. Isso não significava nada para Eric. Ele a segurou e a virou, tentando entender, franzindo a testa o tempo todo.
O coração de Jay-la, no entanto, afundou. Essa carta era uma ameaça de que o novo Alpha, seu antigo amigo de infância e amante, usaria a força bruta, por qualquer meio necessário, para trazê-la de volta se ela não cumprisse com seu pedido.
O que ele queria dela? Ela não fazia ideia. A carta original não tinha um assunto, apenas uma exigência para voltar para casa, mais ou menos. Não que ela quisesse isso. Ela saiu por ordem dele e não desejava voltar. A Luna já a odiava - talvez ele tivesse acabado de assumir como Alpha, agora Sophia e ele finalmente poderiam puni-la e oficialmente torná-la uma renegada. Será que ele era tão c***l que queria fazer isso pessoalmente? Sua Luna provavelmente ainda alimentava mágoa e ele faria qualquer coisa por ela. Provavelmente eles queriam vê-la sofrer enquanto ela era afastada da matilha.
Jay-la pegou a carta da mão de Eric e o frasco de vidro também, e o leu para si mesma. Kora gemeu também, preocupada agora que se voltarem, não poderão levar os trigêmeos com eles, eles teriam que encontrar alguém para cuidar deles e então esperar e rezar para a deusa que o banimento para o status de renegada era tudo isso, e assim que terminasse ela poderia sair e voltar para sua vida aqui no mundo humano.
Os outros pensamentos que passavam por sua mente a estavam matando. E se a Lua quisesse torturá-la, aprisioná-la ou pior, matá-la, deixando seus filhos órfãos no mundo humano, o medo estava se infiltrando dentro dela, mas ela tinha que reprimi-lo.
Não, ela poderia deixá-los com Tony e Lauren, embora eles não tenham conhecimento da Sociedade Wolfen e se o pior acontecer, ela sabia que eles os acolheriam e criariam. A primeira transformação deles provavelmente assustaria tanto eles quanto as crianças, mas o que mais ela poderia fazer? Ela não poderia deixá-los com seus pais verdadeiros. A Luna certamente os mataria assim que descobrisse que eles eram filhos bastardos do Alpha.
Ela não gostaria de ter concorrência para o herdeiro da matilha surgindo do nada, e se eles fossem entregues a seus pais, não levaria muito tempo para que o Alpha Nathan sentisse o cheiro de seu próprio sangue e sua loba os sentisse assim que chegassem ao território da matilha. Sua Luna estaria tentando se livrar deles o mais rápido possível.Eric chamou sua atenção de volta para o presente ao tocá-la no ombro.
— "Sobre o que é tudo isso?"
— "Não sei", — Jay-la deu de ombros com toda sinceridade.
— "Eu estive ausente por 6 anos, Eric. Você me contratou logo depois da universidade. Eu não estive aqui o tempo todo?"
— "Hmm", ele assentiu. "Eu não quero te perder, Jay-la. Por que você não liga para o número do escritório, está bem ali embaixo, você pode tentar trazê-los como clientes."
Ha, isso nunca vai acontecer, ela pensou consigo mesma, você, meu caro Eric, não tem ideia de quem ele realmente é, ou do que ele pode fazer, e você também não quer saber.
— "Duvido que eu seria capaz. Para ser completamente honesta com você, o homem me odeia."
— "Então por que a exigência para você voltar?"
— "Talvez..." ela pensou seriamente sobre isso. Além do castigo por atacar sua Luna, apenas uma outra coisa ficou clara para ela. A alcateia pagou pelos meus estudos de direito, eu deveria voltar e trabalhar no departamento jurídico da alcateia, ser um m****o produtivo da sociedade deles, o que eu não fiz. Por ordem dele.
— "Acho que devo as taxas da faculdade de direito. A Browning Corporation pagou minha mensalidade e eu supostamente deveria trabalhar para eles logo depois da universidade, mas como fui dispensada dois anos antes de terminar o curso e me disseram para nunca mais voltar, eu nunca o fiz."
— "E eles ainda pagaram sua mensalidade?", — ele perguntou, parecendo confuso.
— "Sim, o CEO na época era Blaine Browning, eu acho. Seu filho, Nathan, é o CEO agora e foi ele quem me expulsou. Talvez Blaine tenha pensado que eu voltaria ou algo assim."
Eric assentiu.
— "Você tem dinheiro para pagar de volta?"
Jay-la suspirou.
— "Não tudo, mas metade, eu acho." — Se fosse apenas uma questão de eles quererem o dinheiro de volta, ela poderia dar a eles metade e depois organizar um plano de p*******o. Inferno, ela poderia redigir o contrato e garantir que fosse vantajoso para si, adicionando uma cláusula à prova de fogo de que ele a deixaria em paz para sempre depois. Até mesmo incluir uma cláusula em que, assim que a dívida fosse paga, ela encontraria outra alcateia para acolhê-la, resolvendo o problema de vínculo com este.
A verdadeira questão era se ela poderia fazer tudo isso sem envolver os seus filhos, ou sem que ele descobrisse sobre eles. Ele não acreditaria que fossem dele, pelo menos ela duvidava; a menos que colocasse os olhos neles. E ela poderia encontrar uma alcateia que não os usasse como moeda de troca se descobrissem quem eram na verdade, muitos "e se" neste ponto.
— "Eu posso redigir um contrato e lhe dar o restante. Você pode pagar de volta mais tarde, Jay-la. Essa seria uma opção para você?"
Jay-la sorriu para ele, ela sabia por que ele estava oferecendo. O último caso de divórcio em que trabalhou e ganhou trouxe à empresa um lucro enorme de 5 milhões de dólares. O cliente ficou tão satisfeito que até indicou a irmã dela para um acordo pré-nupcial antes de seu casamento no próximo ano. Jay-la era atualmente um trunfo para esse escritório de advocacia, estava trazendo dinheiro. Ela era profissional, metódica e sempre lia a letra miúda, nunca se descuidava de suas obrigações e sabia como jogar duro. O que ela não conseguisse vencer, ela resolveria por meio de mediação e chegaria a compromissos que agradassem a todos, independentemente do tempo necessário. Ela nunca desistia, uma determinação implacável já a descreveram uma vez, ah, eles não tinham ideia quão verdadeiro era.
— "Não, está tudo bem, Eric, quando o p*******o do meu último caso cair e você me pagar, terei o resto disso."
Ele assentiu, aparentemente satisfeito.
— "Vou te passar isso o mais rápido possível, então."
— "Agradeço isso", Jay-la disse com toda sinceridade, e o observou finalmente deixar seu escritório.
Ela afundou em sua cadeira de couro atrás de sua mesa, grata pela maciez, feliz por ter desembolsado 2.500 dólares por ela, abaixou a cabeça na mesa e murmurou "3 dias", ela podia fugir. Três dias eram mais do que suficientes para cortar os laços do seu lado com a alcateia e fugir para longe. 'No momento em que fizermos isso, ele vai saber que estamos fugindo'. Kora comentou: 'isso vai deixá-lo ainda mais irritado'.
'Sei disso, Kora, mas existe uma chance de que ele simplesmente não se importe, certo? O que mais podemos fazer?'
Kora bufou, parecia que ela também precisava de tempo para pensar. Com certeza, entre as duas, elas poderiam encontrar um plano.
Ou elas tinham três dias para reunir coragem e fazer uma ligação telefônica que ela nunca quis fazer, ouvir sua voz cheia de raiva e ódio pela mulher que ousou causar m*l à sua Companheira e agora Luna.
Não haveria suavidade, brincadeiras, nem insinuações sedutoras do passado, quando ele a provocava e seduzia com sua voz suave e sexy durante suas noites de prazer, noites que ela desejava esquecer, mas que de alguma forma ainda assombravam os seus sonhos, noites que estavam queimadas em sua alma, tanto que ela e Kora ainda eram atormentadas por sonhos com ele ocasionalmente, geralmente com a lua cheia.
Embora ela e Kora tivessem aprendido a deixá-lo ir, elas sempre estariam ligadas a ele pelos filhotes que compartilhavam. Filhotes sobre os quais ele não tinha conhecimento, filhotes que ela queria manter escondidos, eram tudo o que ela e Kora tinham restado de sua antiga vida. Tim não era páreo na cama comparado ao seu Alfa, mas como poderia ser? Ele era humano, afinal, suspirou e fechou os olhos... 3 dias…