Capítulo 1

1830 Words
Olá meus amores ♡. Essa é a história da Lis e do Alex, personagens que vimos no livro Amor ou vingança. Espero que vocês curtam muito a história deles. Um beijo no coração e boa leitura. ♡ –Dez anos antes– ELIZABETH MARIE — Então, você pode nos dizer o seu nome, minha querida? — O homem careca, perguntou-me. Ele parece ser um homem bom. — Meu nome é Elizabeth Marie — respondo e a mulher na mesa ao lado digita no computador. — Então, Elizabeth Marie, esse é um lindo nome, nome de princesa — fala com um sorriso terno no rosto. Eu gostei dele, parece ser mesmo bom. — Quantos anos você tem? — Continua com as perguntas. — Eu tenho dez anos — olha-me com profunda tristeza, depois de ouvir minha resposta. — Você tem dez aninhos então — sorri, mas eu sei que é só para me confortar. — Você pode me dizer exatamente como você chegou aqui? — Eu vim pela floresta, andando! — Agora seu olhar é de surpresa e quase descrença. — Você disse que mora no orfanato casa rosa, certo? — Confirmo com a cabeça — Esse orfanato é na Route 66, fica a vinte quilômetros de Kingman, você veio andando de lá?! — Confirmei novamente, aumentando as rugas que se formou em sua testa. — Eu fugi, então tive que vir andando. Fiquei com medo de passar pela rodovia e o Salomon descobrir e me levar de volta. — Você disse que quer fazer uma denúncia? — Mais uma vez seu olhar é de tristeza. — Sim. Eu estou aqui para denunciar o Salomon e pedir ajuda. Ele não é bom, ele machuca a gente, machuca muito... ALEX FOXY — Alex, de novo você está brigando na escola, meu filho!? — Minha mãe questionou com o rosto cansado, e zangado também, quando olha o papel de detenção. — Mãe, eu não queria brigar, mas eu não sou obrigado a aturar aquele bando de riquinho mimado me enchendo o saco! — Mas você quebrou o nariz de dois garotos! Você não pode fazer mais isso ou o senhor Joseph não vai mais conseguir nos ajudar, agressão física é crime, CRIME, Alex! — Concordo com um movimento de cabeça. — Tudo bem, mãe, eu não vou mais fazer isso! — Digo e ela bufa ainda nervosa. — Eu espero, Alex, você tem quatorze anos e já está na hora de pensar antes de sair por aí batendo em tudo e todos! — Só balancei a cabeça e saí para o meu quarto. Desde que minha mãe veio trabalhar com o senhor Joseph, nós tivemos que nos mudar e esse bairro não tem escola pública, por esse motivo, eu tive que estudar naquela maldita escola particular. Aqui é ótimo, o ensino é muito bom, nós temos o melhor do país, mas é frequentado por um bando de idiotas mimados, eu odeio aquele lugar. A única coisa boa daquele inferno é a Angel, a garota que eu gosto e que também gosta de mim… –Hoje– — Cara, você não tem um coração não? O seu pai está morrendo e só quer passar seus últimos dias com vocês! — A maldita mulher, que aparentemente conhece "bem" aquele velho filho da p**a, grita na minha sala. — Eu já falei, c*****o! Eu não quero contato com aquele velho maldito, eu não tenho pai! — Grito de volta — agora vai embora da minha casa, p***a! Ela continua no mesmo lugar e me olha de cima a baixo com uma cara de cachorra no cio. — Eu não vou sair daqui até você aceitar ir lá! — me desafia, colocando as mãos na cintura — Olha eu sei a sua história, o Guy me contou tudo, mas ele se arrependeu, ele procurou vocês dois. Cara, dá uma chance — continua insistindo sem tirar os pés do lugar. Eu passo as mãos nos cabelos e respiro fundo tentando controlar a vontade de agarrar aquela maldita pelo pescoço. — Já estou sendo paciente demais com você. Você vai sair ou não? —Pergunto entredentes. — Eu já disse que só vou embora quando você dizer sim para o meu pedido — sorri desafiadora. A paciência que eu já não tinha acaba de ir para a casa do c*****o com a petulância dessa mulher. Peguei-a pelo braço e a arrastei porta afora. — Ei, cara! — Reclama quando cai de b***a no chão, eu literalmente a joguei na rua — Como você é m*l educado! E grosso também! Um cara tão bonito, deveria agir melhor com uma dama. — Eu agiria, se você fosse uma dama, mas você está longe disso, é só uma v***a que gosta de incomodar! — Cuspo as palavras sem um pingo de remorso e entro em casa batendo a porta com tanta força que o quadro cai da parede. Mesmo assim, a filha da p**a continuou fazendo escândalo na minha porta, ela não desistiu enquanto não liguei para a polícia e levaram ela embora. Vinte e quatro anos, são exatos vinte e quatro anos que eu não tenho ninguém para chamar de pai. Eu passei vinte e quatro anos da minha vida tendo que me virar para ajudar a minha mãe, cresci vendo ela chorar pelos cantos por causa daquele desgraçado e só agora, ele lembrou que tem filho e esposa? Agora depois de anos, depois de todas as fases ruins passarem, ele envia essas duas mulheres na nossa porta dizendo ser amigas dele e pedindo pra gente ir para Las Vegas vê-lo? Não mesmo! Eu não quero nenhum tipo de contato com aquele velho. Cresci em Chicago, somos só eu e minha mãe. Nós tivemos uma vida simples, difícil, às vezes mais do que difícil, passamos por momentos precários quando minha mãe adoeceu. Eu tive que trabalhar desde cedo para ajudar nas contas, não tive tempo de curtir a adolescência como qualquer garoto de treze, quatorze anos, minha rotina era escola, trabalho e treinos. Eu pratico luta desde os nove anos e aos trezes me inscrevi no campeonato de MMA, era clandestino, mas pagava muito bem, eu lutava três, quatro lutas por mês para manter as contas pagas e ter uma grana sobrando, minha sorte é que eu sou bom de briga, não apanho facilmente e, segundo o meu treinador, sou o melhor que já pisou naquele ringue, do contrário, estaria todo desfigurado como muitos por aí. Lutar escondido da minha mãe foi minha rotina por anos, até que finalmente consegui um emprego numa empresa de transporte. O senhor Joseph também nos ajudou muito, ele foi o único pai que eu conheci, foi ele que me apoiou durante minha adolescência me livrando das encrencas, ele é a única figura paterna que eu reconheço. Eu reclamo até hoje com minha mãe por ela ter me registrado com o sobrenome daquele filho da p**a, que ela diz que é meu pai. Eu deixei a mulherzinha passar uma noite inteira na cadeia, mas mesmo assim ela não desistiu. Ela diz se chamar Elizabeth Marie, mas gosta de ser chamada pelo apelido: Liz. Ela e a amiga Alicia trabalham em um cassino em Las Vegas, onde conheceram o Guilhermo Foxy, o homem que se diz meu pai. Elas contaram uma longa história triste para minha mãe, até a convenceram de que o homem realmente mudou e que ele não sabe que as duas estão aqui, a minha mãe é muito inocente, mas eu não, eu não acreditei em uma vírgula sequer, aliás, essa Liz não me desce, é uma escandalosa, com aquela roupa vulgar e aquela boca suja, só podia mesmo ser amiga daquele maldito. Chego do trabalho e minha mãe está na sala, me esperando. Ela me ligou mais cedo e disse ter um assunto sério para tratar comigo, adivinha só qual é o assunto, sim, é sobre o velho. — Mãe, eu não vou me encontrar com aquele maldito! — Grito quando ela tenta mais uma vez, convencer-me a ir com ela para Las Vegas. — Alex, por favor, eu estou te pedindo. Por favor, meu filho! — Suplicou quase chorando. Eu passo as mãos nos cabelos e dou uma risada sarcástica, eu não acredito que minha mãe está me implorando só por causa aquele homem. — Mãe, a senhora está se ouvindo? Está me implorando para ir com você, você está quase chorando só por causa daquele homem! — Alex, ele está morrendo, morrendo! Você não ouviu? — Diz com voz alterada. — Você acreditou? Por favor, mãe, essas duas bateram aqui na nossa porta com uma historinha comovente sobre um homem que abandonou a gente anos atrás e você acredita! Você viu como elas falam, como se vestem? — Falei mais da tal Liz que da outra, a outra parece ser um pouquinho menos r**m. — Alex, não foi ele que nos abandonou, fui eu quem foi embora. Se você quer culpar alguém, culpe a mim. Pronto! Agora ela está até se culpando, só para limpar a barra do velho. — Eu tenho certeza que à toa não foi — falei e saí sem olhar para trás. Eu estou com tanta raiva dessa história toda. Eu amo minha mãe, amo muito, mas não aceito o que ela está me pedindo, perdoar aquele homem eu não vou, de jeito nenhum. Para tentar aliviar um pouco minha raiva, decidi ir a um bar que frequento sempre e liguei para o meu amigo ir comigo. Eu realmente preciso espairecer minha mente, a minha cabeça está estourando. Nós chegamos no Chicago Fire bar, esse é um bar temático inspirado na série Chicago Fire, é muito legal. Assim que passei pela porta, já vejo o Rui esperando lá. — Aqui, cara! — Grita balançando as mãos. — Oi! — Falei sentando-me ao seu lado. — Então conta aí, o que tá pegando? Você pareceu muito irritado ao telefone. — Eu estou muito chateado com uma história aí — suspirei esfregando os cabelos. — Que história? Arrumou briga com alguém de novo? — Não. Dessa vez é sobre o homem que se diz meu pai — respondi bebendo uma generosa dose de uísque e o Rui arqueia a sobrancelha. Eu não gosto de bebidas alcoólicas, isso acaba com a saúde e, pelo cuidado que tenho com meu condicionamento físico, não gosto de beber, então ele sabe que estou péssimo. Eu conto a ele toda a história, ele concorda que é inaceitável, principalmente quando eu falo que o velho é um milionário, dono de uma rede de Shoppings centers e mais vários outros negócios importantes, em Las Vegas. Estamos bebendo e eu desabafando, quando sinto alguém esbarrar em mim e depois um líquido gelado escorrendo pelas minhas costas. — Desculpa, gato, foi m*l. Eu não quis... — ela para de falar assim que vê em quem esbarrou. É ela, de novo aquela maldita mulher que veio perturbar nossas vidas. Ela só pode tá querendo acabar com meu juízo. Continua...
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