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Lembranças de um Bailey

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Blurb

Franchesco Bailey é um idoso de sessenta e oito anos que mora sozinho em uma cidade abandonada próxima às plantações. Recebendo a visita de seus três filhos com suas respectivas famílias, o senhor Bailey acaba por ganhar de presente de natal o plano do filho caçula. Para que todas as mágoas dos demais irmãos com o pai fossem cessadas, uma história deveria ser contada. Tendo de se preparar para voltar às memorias dos anos 60, Franchesco Bailey irá revelar aos filhos o motivo de odiar sua ex-esposa, e por ser tão apegado a uma simples estante de livros.

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Capítulo 01
Alice estava começando a ficar muito cansada de estar sentada ao lado de sua irmã e não ter nada para fazer: uma vez ou duas ela dava uma olhadinha no livro que a irmã lia, mas não via figuras ou diálogos nele e ‘para que serve um livro’, pensou Alice, ‘sem figuras nem diálogos?’   – Alice no País das Maravilhas Capítulo 1, para baixo na toca do coelho. ●●● Já havia parado para pensar sobre o tempo? Ele era ligeiro, quando se pisca já haveria envelhecido alguns anos. Mesmo com o corpo ainda em forma, fisicamente falando, ele parecia doer a cada movimento que o senhor fazia. Dormir já não era algo prazeroso, mas uma tarefa difícil de se cumprir. O sono era de alguns minutos, e talvez os demais minutos da hora fossem para trocar de posição tentando voltar a dormir. Mesmo com toda aquela dificuldade, não estava zangado e muito menos frustrado consigo mesmo. Faziam anos que não conseguia dormir em sua cama, e o motivo era simples o suficiente para entender. Não conseguiria dormir sem aquele sujeito do seu lado. Incomodado com súbita lembrança, e os sentimentos de saudades que lhe acompanhavam, o senhor de sessenta e oito anos se virou na cama olhando para o relógio averiguando estar no horário bom o suficiente para que pudesse se levantar. Concentrando toda sua energia para as pernas, o senhor se sentou no colchão soltando um suspiro baixo. Esperou um pouco para que seu corpo se acostumasse com o frio para então se levantar da cama e seguir o trajeto para o banheiro. Mesmo vivendo sozinho acreditando dar conta de se cuidar, sabia no fundo que já havia perdido a vontade de viver. Ainda assim existia alguma coisa que lhe puxava para a vida e a realidade em que se encontrava. Tendo em seu box uma barra de inox, o senhor se apoiava para se banhar devidamente. Não se importaria que o banho demorasse mais que trinta minutos, compreende que em seu estado atual e sozinho, iria demorar. Mas a conta de água vinha mínima do mesmo jeito, daria para pagar com sua aposentadoria. Após o banho tratou de se vestir devidamente. Enquanto calçava a calça, uma pontada em sua coluna lhe fez arfar. Queria não ter que depender do seu andador, ou qualquer outro objeto, optando por sua autonomia como sempre preferiu. Contudo não haveria jeito, se quisesse amenizar suas dores evitando causar problemas para si mesmo, então deveria depender de um simples andador ortopédico. Agasalhou―se como podia, pegando o andador ortopédico jogou seu peso para os braços evitando que sua coluna sofresse com sobrecarga. Arrastava os pés do andador pelo assoalho de madeira e em passos lentos conseguiu atravessar a porta do quarto. Ao chegar na cozinha, começou a preparar alguma coisa para beber. Ainda que seu médico lhe proibisse, iria fazer uso do açúcar em seu café. A paz que sentia naquele momento só poderia durar pouquíssimo. Uma buzina soou no lado de fora da casa de madeira. O senhor virou―se lentamente ainda segurando a xícara de porcelana, bisbilhotando de longe a janela reconhecendo o carro que estava estacionado em frente a sua casa. Deixando a xícara vazia dentro da pia, voltou a se apoiar no andador e se direcionar para a porta de casa. Antes de abrir, fez uma pequena oração. Precisava ter paciência para aguentar todos os seus netos fazendo bagunça em sua sala. Ao abrir a porta, não demorou para que os gêmeos entrassem em disparada e aos gritos por terem finalmente chego na casa do avô. ― Moleques, não vão cumprimentar seu avô? O senhor resmungava vendo os meninos então correrem em e girarem em sua volta, enquanto puxavam suas vestes. A gritaria apenas aumentava, mesmo que o senhor falasse de forma ríspida, os dois meninos apenas comemoravam. Adoravam aquele avô. Na porta um homem de cabelos loiros bagunçados cumprimentava o sogro, para então começar a brigar com os meninos que pulavam no sofá. O senhor apenas ria, esperando que mais alguém entrasse na casa. O filho mais novo, que tinha por volta de seus trinta e dois anos, deixava toda a bagagem na porta de casa para dar um abraço apertado em seu pai. ― Pai que saudade! ― Faça-me favor Lucius, conversamos ontem à noite. O rapaz de cabelos castanhos e fisionomia jovem apenas ria negando com a cabeça. O senhor lembrava-se que de todos os seus filhos, o caçula era o mais apegado. Tinha o jeito igual a daquela pessoa em especial, e era o único homoafetivo. Acariciando o rosto do filho, os dois conversavam enquanto o genro segurava os gêmeos pelo braço para que pudessem cumprimentar o avô corretamente. ― Entrem, acabei de acordar e ainda não fiz absolutamente nada de importante. ― O senhor bebeu café? ― O genro, chamado de Oliver, sorria soltando os braços dos filhos. O senhor sorria assentindo ― Então fez algo de importante. Enquanto Lucius guardava as malas no quarto, que antigamente lhe pertencia, o genro ajudava o sogro a irem para sala onde se sentaram no estofado, continuando a conversar. Em poucos minutos outra buzina soava, dessa vez quem abriu a porta foram os gêmeos a pedido do avô, que já teria se cansado de se mover tanto. Mais duas crianças passaram correndo, dessa vez um casal. A menina tinha cabelos negros e os olhos amendoados, assim como irmão mais velho. As quatro crianças se enturmaram rapidamente, passando a correr para a sala. Logo em seguida um casal adentrava. A mulher tinha cabelos castanhos comprido e liso, estava acompanhada do marido que de pele bronzeada e os cabelos bagunçados. A roda de cumprimento se iniciou, e assim que o filho chegou ao pai, sorria o mais cordial que poderia fazer. ― Como o senhor está? ― Estou vivo moleque, estou vivo. Não haviam se abraçado. Héctor sempre foi arisco com o seu pai, já que era apegado à mãe. Claramente que o senhor vivenciou com a mágoa de não poder abraçar o filho, e sabia que o mesmo acreditava em todas as histórias da qual sua mãe lhe contava. Mesmo que fossem mentiras. Contudo a distância entre pai e filho diminuiu quando Lucius contou à mãe que estava apaixonado por Oliver, e que pretendia se casar com ele. O caçula da família acabou ser expulso pela mãe, que rejeita seu casamento até os dias atuais. O senhor não gostou nenhum um pouco daquilo. Mesmo estando em idade avançada conseguiu pegar um avião e fora para Londres onde enfrentou a ex-esposa. A discussão se sucedeu em frente dos três filhos. As palavras cuspidas pela mulher apenas deixou claro para o filho caçula que o romance entre seus pais nunca teria existido. Os outros dois se quer se interessavam pelo assunto. No final da discussão o senhor pegou todos os pertences de Lucius, assim como do rapaz com que namorava, e levou-os para sua casa. A melhor escolha possível. Desde então os três viviam juntos cuidando um do outro. Porém o pai teve de aconselhá-los a seguirem uma vida maior do que ficar em uma cidade pequena e abandonada apenas para cuidar de si. Principalmente quando o casal tinha plano de adotar um filho. Mesmo com Lucius e Oliver vivendo em outra cidade, não deixou de lhe ajudar quando o caçula lhe procurava. Sempre fora braços abertos. E o laço cresceu quando o pai fora honesto em contar sua história para o casal, que agora compreendiam cada vez mais o pai. Os outros dois irmãos não sabiam de tal história. Sempre foram ligados à mãe, acreditando que a fonte de seu sofrimento era o pai. Por isso cresceram sendo ariscos com o velho senhor. Lucius tentava persuadir os irmãos a serem menos irritadiços com o progenitor, sem revelar o motivo dos pais jamais se entenderem. Era algo que o próprio pai precisaria contar aos filhos. Com a situação de Lucius, e a reação do pai dos rapazes em recebê-los tão bem, os dois filhos resolveram dar uma chance. E assim concordaram que nos finais de ano iriam visitá-lo. Com o passar dos anos não houve progresso, Lucius percebia que aos poucos o pai parecia mais distante, esquecido e entristecido. Por isso naquele ano conversou com o seu companheiro, e concordaram que seria o ano ideal para que todas as mágoas fossem resolvidas. 

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