⚜CAPÍTULO III⚜
SEATLLE- ESTADOS UNIDOS
LUÍSA
Quando Ethan me acusou de roubo senti o chão faltar sob meus pés, eu tinha a certeza de que sairia algemada da Collins diretamente para a cadeia, mas quando ele me propôs um casamento por contrato não pude acreditar, por que aquele homem precisaria de um contrato para que alguém aceitasse se casar com ele?
Saio da empresa e sigo para minha casa, eu estava ansiosa e preocupada eu não sabia o que teria nesse tal contrato e como eu explicaria a todos esse casamento?
Chego em casa e minha mãe se surpreende ao me ver tão cedo ali.
—Luísa, filha esta tudo bem? Você não costuma chegar a essa hora—minha mãe diz me olhando.
—Sim, esta, o senhor Collins me deu à tarde de folga—digo.
—O mesmo que você diz que parece uma fera, que é arrogante e bruto como um cavalo?—minha mãe inquire.
Como eu diria a ela que talvez em breve eu me tornaria esposa desse homem?
—Ele não é tão m*l assim mamãe, ele só gosta das coisas do jeito dele—digo tentando amenizar as coisas.
Se eu carregaria o sobrenome Collins, que ao menos minha família não o odiasse.
Troco mais algumas palavras com a minha mãe e subo para o meu quarto, a nossa casa apesar de simples era um casa confortável, tínhamos quartos grandes com nossos próprios banheiros e uma sacada que tinha vista para o outro lado do lago Union, que no verão era bastante usado para corridas de caiaque.
Solto meus cabelos que estavam presos no mesmo coque perfeito de todos os dias, e me sento na cadeira que há em minha varanda, acendo um cigarro, eu sei não me julguem é um vicio horrível e estou tentando parar, mas é algo que me acalma, e me tira desse turbilhão de problemas, penso na proposta de Ethan, me casar com alguém que m*l conheço, isso definitivamente não estava nos meus planos, eu sempre sonhei em me casar por amor, com alguém com quem eu pudesse de fato dividir minha vida e meus sonhos, e não com alguém que pode a qualquer momento me mandar para a cadeia.
Tomo um banho e me deito em minha cama, pego meu notebook e o e-mail com a minha sentença já estava em minha caixa de entrada, abro o arquivo com medo, e começo a ler as cláusulas que ali estão.
O contrato teria vigor de vinte e quatro meses, ou seja, dois anos ao lado de alguém que não amo, entre as exigências esta a de não termos qualquer tipo de relação, ou seja, não teremos filhos, eu terei que acompanha-lo a eventos sociais e eventos da Collins, a cerimônia seria como a de um casamento de verdade com a presença de familiares, amigos próximos, imprensa e clientes da Collins, durante o contrato eu não posso deixar de trabalhar na Collins, e não posso ser vista com outros parceiros, dividiremos a mesma casa, mas não o mesmo quarto, há também uma clausula de confidencialidade ninguém além do advogado de Ethan pode saber do contrato e por fim, mas não menos importante qualquer uma das partes que quebrar alguma clausula pagará ao outro a indenização de três vezes o valor da quantia transferida para a minha conta.
Eu lia cada linha daquele documento e as lagrimas rolavam do meu rosto, eu sabia que aquela era a minha sentença para o inferno.
Bom se eu teria que assinar aquilo eu tinha direito de contestar algumas clausulas, começo a digitar o e-mail em resposta ao meu chefe e futuro marido.
De Luísa Russel
Para Ethan Collins
Prezado senhor Collins, recebi o anexo, no entanto algumas duvidas surgiram, no mesmo se encontra a clausula que eu não poderei ter outro parceiro enquanto o “contrato” estiver em vigor, o mesmo vale para o senhor?
Aguardo retorno.
Clico em enviar e espero ansiosamente pela resposta que chega depois de alguns minutos.
De Ethan Collins
Para Luísa Russel
Srta. Russel, o contrato esta claro que essa regra vale para a senhorita, isso dará certo se não interferir em minha vida particular, serei discreto para que esse contrato não seja exposto, mas seremos casados apenas no papel, viveremos embaixo do mesmo teto, você poderá usar meu sobrenome e usufruir do meu dinheiro nesse período, no entanto não serei seu marido.
Aguardo a assinatura do mesmo.
Então ao que tudo indica o meu futuro marido poderá comer qualquer v***a, enquanto eu tenho que fazer a boa esposa, esse homem era muito cara de p*u, fecho meu notebook com raiva, e ligo a tv a fim de esquecer por alguns momentos aquele contrato absurdo.
Já era inicio da noite quando ouvi minha mãe gritar meu nome no andar debaixo.
—Luísa, chegaram flores para você.
Flores quem diabos me mandaria flores, desço as escadas ainda descalça encontrando minha mãe e minha irmã, esta que segurava um lindo buque de rosas brancas.
—Veja Lu, que lindas quem enviou?—Lavínia questiona.
—Não sei—digo olhando para o grande emaranhado de flores.
—Tem um cartão, veja—ela diz me estendendo.
Eu pego o cartão e a letra inconfundível do meu chefe esta ali, começo a ler, mas minha irmã curiosa como sempre diz.
—Lê em voz alta Lu, estamos curiosas.
—Esta bem—digo e começo a ler.
Luísa espero que a sua dor de cabeça tenha melhorado,
Se precisar de algo, você pode me ligar.
Atenciosamente Ethan Collins.
—Espera ai o seu chefe aquele que você diz que é muito chato, te mandou flores?—Lavínia questiona.
—Parece que sim—digo pegando o buquê das mãos de minha irmã.
Minha mãe logo aparece com um vaso com água, para que eu colocasse as flores.
Coloco e sigo para o meu quarto, levando comigo o vaso com aquelas lindas flores, ele acha que me engana.
Assim que entro meu celular notifica uma nova mensagem.
“Espero que tenha gostado das flores, é para que a noticia do casamento, não cause tanto impacto a sua família, mesmo eu sendo alguém sem coração, como dizem na Collins, não quero frustrar os seus pais” Ethan.
Claro que era uma farsa, tudo em minha vida seria uma grande farsa a partir de agora.
Pego meu celular e digito uma mensagem.
“Sim eu gostei das flores, e sim eu sabia que era mais uma estratégia, alias como sabe onde eu moro?” .
A resposta vem imediatamente.
“Eu sei absolutamente tudo sobre você Russel, não se engane comigo, ainda estou aguardando a sua resposta, e lembre-se seu prazo termina amanhã” Ethan.
Ok, estou prestes a me casar com um psicopata, céus o que eu faço, o que eu diria? Quanto tempo eu ficaria presa? Como seria a vida dos meus pais aqui fora? O que seria da minha irmã? Eu fiz isso para salvá-los, mas quem me salvaria de Ethan Collins?