Acordo com um barulho enorme vindo do jardim, vou até a janela e vejo várias pessoas passando para lá e para cá com flores e caixas nas mãos, aos poucos dá para notar a decoração de um casamento.
A semana passou tão rápido que hoje é o dia do meu casamento, estou feliz por ter conhecido Connor antes e nos darmos bem, isso me alivia um pouco.
Mas mesmo assim me sinto triste por tudo que aconteceu nos últimos dias, Josh me liga todos os dias de outros números, assim que ouço sua voz eu desligo, vou trocar de número assim que o casamento passar.
As vezes até o sinto observar pelo portão mas deve ser só impressão minha.
Minha mãe entra no meu quarto sem nenhuma cerimônia e já vai logo dizendo:
- Querida. Venha vamos tomar um café da manhã por que daqui a pouco a cerimonia irá começar.
- Sim já vou descer.
Falo um pouco fria.
Entro no banheiro e me arrumo já de uma vez, dispensei o maquiador e o cabeleireiro, o casamento será durante o dia e vai ser só para os mais íntimos então eu mesma vou me arrumar.
Depois de fazer uma maquiagem simples e ter feito pequenos cachos no cabelo desço as escadas, quando minha mãe se vira e me vê ela vem em minha direção.
Imagino que ela vai me xingar por eu não estar usando o vestido exuberante de marca que ela me comprou, mas me surpreendo.
- Ainda bem que você não está vestida com o vestido que eu comprei para você, por que o Connor Blacke está lá fora de roupa normal acredita?
Eu dou um leve sorriso.
Combinei com Connor que não íamos nos vestir a caráter para o casamento, e pelo visto ele me apoiou.
- Olha o que eu trouxe para você.
Charlotte se aproxima colocando uma coroa de flores em minha cabeça.
Eu olho para ela meio sem graça, não vou poder recusar então tenho que ficar com isso na cabeça.
Agradeço e saio para cozinha e Connor aparece chegando perto.
- Está linda. E essas flores estão... achei que.....
Não deixo ele completar a frase.
- Foi sua mãe.
Olho pra ele vermelha.
-Eu sei, vi quando ela colocou em você.
Ele me olha e sorri divertido.
- Seu bobo.
Somos surpreendidos pelos nossos pais que nos chamam para oficializar a união.
A cerimônia foi bem rápida sem enrolações e no final teve o momento do beijo, e para falar a verdade tinha até me esquecido dessa parte.
Senti um pouco atraída por aquele beijo, mas foi tão rápido que confesso que podia ter demorado um pouco mais, não que eu quisesse porque nós dois vamos ser grandes amigos e nada mais, é só mesmo para todos pensarem que estamos .... Nem sei, esse beijo me deixou confusa.
Enfim depois de toda aquela encenação estamos casados e fomos cumprimentar a todos que ali estavam presentes, que basicamente era formada pelos executivos amigos de nossos pais e alguns parentes.
Tempo depois estou sentada e vejo Connor conversando com seu pai que está aparentemente muito feliz.
Minha mãe e minha sogra estão conversando sentadas perto de mim sobre netos e os melhores colégios para eles estudarem.
Coitadas m*l sabem elas que isso não vai durar mais de um ano.
Connor vem até mim e estende sua mão em minha direção.
- Vamos para nossa lua de mel esposa?
Vejo o sorrisinho da minha mãe e da minha sogra e fico corada.
Nós despedimos e entramos dentro do carro, o meu pai nos ofereceu uma viagem ao Japão de presente, ele sabe que quero muito ir para lá e está tentando me agradar, mas Connor tem que resolver assuntos de trabalho e eu estou me preparando para começar minha residência, então resolvemos adiar a viagem.
Nem sei se já cheguei a dizer, mas sou formada em medicina, desde pequena essa ideia de poder ajudar a salvar a vida das pessoas sempre foi meu sonho.
......
Vamos direto para o carro, o motorista e bem simpático e nos desejou felicidades.
Entramos e ficamos calados durante todo o trajeto.
- Chegamos.
Connor disse saindo do carro e fui até ele olhando a casa de boca aberta.
- Ela é linda. Você já morava aqui antes ?
O perguntei por que uma vez ouvi minha mãe falar que ele morava sozinho.
- Sim. Agora que você vai morar aqui, essa vai ser sua casa também.
Entramos e por dentro ela ainda é mais linda.
- Dispensei todos os funcionários hoje para evitar olhares curiosos.
Connor disse colocando seu paletó no sofá.
- Onde eu devo ficar?
- Lá em cima que fica os quartos, mas você deveria dormir comigo.
Quando ele termina de falar eu coro, mas logo ele explica.
- É que as pessoas que trabalham aqui no total são 5. A Úrsula que é a chefe de cozinha e da casa, a Mari e a Mirian que fica com a parte de organização, o Afonso que é meu motorista e segurança pessoal e agora o George que vai ser seu motorista e segurança.
Eles vão perceber se não dormimos juntos, por mais que confio neles isso pode vazar e nos prejudicar.
- Verdade. Me mostra então nosso quarto, estou louca para tirar essa roupa.
Ele me levou até a porta e logo em seguida saiu para seu escritório.
Entro e vejo um quarto bem decorado, tudo aqui é muito bonito, Connor tem bom gosto ou isso é provavelmente obra da sua mãe.
Coloco minha bolsa em uma poltrona e vou em direção a uma porta que provavelmente e o toalete abro e entro a trancando.
Coloco minhas escovas na pia e tiro meu vestido e me olho no espelho, noto que ainda estou usando a coroa de flores, tinha até me esquecido que ainda a estava usando, não acredito que vim com ela até aqui.
A tiro e deixo em cima da bancada e vou em direção a ducha, tem uma banheira enorme muito convidativa mas deixo para outro dia, só quero mesmo é tomar um banho rápido.
A medida que a água ia descendo pelo meu corpo eu ia me lembrando de todo o rumo que a minha vida levou, penso em Josh, não queria pensar mas acontece que amor não se tira em segundos do coração é inevitável não pensar nele.
Saio do banho e visto uma blusa branca e uma calça, prendo meus cabelos em um coque deixando uma mecha solta, calço uma sandália e desço as escadas quando ouço uma movimentação do lado de fora da casa.
- A entrada da casa está cheia de fotógrafos e paparazzi senhor Blacke.
Um homem alto e forte fala e vem até Connor que está sentado no sofá.
- Estou escutando isso, deixe me ver.
Connor vai até a janela e eu o acompanho.
- Devem estar querendo uma foto do casal de herdeiros das noites de Marrahthan.
O cara diz.
- Deixe de ser bobo, Zoe esse é Afonso meu motorista, segurança pessoal e um grande amigo.
Connor diz me apresentando ao Afonso.
Estendo a mão para ele e o comprimento.
- É um prazer conhecer você senhora Blacke.
- Pode me chamar de Zoe.
Eu falo olhando para ele que assente com a cabeça.
- Afonso como essa gente toda conseguiu entrar no condomínio ?
Tirem todos daqui e olhe na portaria quem os deixou entrar.
Afonso assente com a cabeça e sai logo em seguida.
- Está com fome ?
Connor me olha e sorri.
- Sim. Na verdade muita.
Fomos até a cozinha e tinha duas sacolas com nossos almoços, vou até o armário e procuro pratos e talheres e trago a mesa.
Connor pegou duas taças e um vinho e nos sentamos para almoçar.
Passamos a tarde toda ali conversando sobre minha vida e a dele.
Para minha surpresa Connor é advogado e tem um escritório que é um dos mais procurados de Marrahthan, eu fiquei impressionada com o amor e a dedicação que ele fala sobre advogar.
Minha mãe deve ter me dito tudo isso sobre ele, mas eu estava com a cabeça em outro lugar provavelmente.
Já eu não tinha muita coisa para contar, só que eu queria agora me dedicar a fazer minha residência e me dedicar a ser cirurgiã.
Ele me apoiou, disse para insistir no que eu gosto e me falou sobre o San que é o hospital onde eu queria fazer minha residência, até fiz entrevista mas até agora não recebi nenhum contato.
Conversamos tanto ali que quando nos demos conta já estava anoitecendo, Connor foi atender uma ligação no seu escritório e eu fui tirar a mesa e guardar a comida que sobrou.
Com a cozinha já organizada fui para a sala e liguei a TV, tinha uma série chamada The Good Doctor passando, fiquei assistindo e gostei muito, amo tudo relacionado a medicina que é o amor da minha vida.
Connor saiu do escritório e veio para a sala assistir comigo.
Ficamos um bom tempo assistindo até que fomos deitar, estava exausta do casamento e ele também parecia cansado.
Nos deitamos um do lado do outro,
eu estava um pouco tímida e só olhava para o teto. Ele se virou até mim e me disse:
- Ainda bem que é você aqui, imagina se meu pai me inventa de casar com uma dessas ricas metidas e sem cérebro.
Nos dois rimos e logo adormecemos.