MEU ASSISTENTE É O CEO

CAPITULO 9

Eu estava exausto quando finalmente saí da empresa e me dirigi ao estacionamento. A noite já começava a cair, pintando o céu de tons de laranja e rosa enquanto eu caminhava em direção ao meu carro.

No meio do trajeto, encontrei meu irmão, Timothy, que estava esperando por mim ao lado de seu próprio veículo. Ele me olhou com uma expressão curiosa e preocupada. "Bobby, conseguiu resolver a situação com Emma Williams?"

Suspirei, sacudindo a cabeça. "Ainda não, Tim. Mas estou trabalhando nisso. Logo, ela estará de volta à empresa."

Ele assentiu com compreensão. "Tenho certeza de que você vai resolver isso, Bobby."

Enquanto entrávamos em nossos carros, aproveitei o momento para pedir a ele um favor. "Tim, quando tivermos o jantar com a mãe hoje à noite, por favor, não mencione nada sobre Emma Williams ou meu plano de me disfarçar de assistente para conhecer os funcionários."

Ele franziu a testa, parecendo um pouco surpreso com a minha solicitação. "Por que não ?"

Eu sabia que minha mãe poderia ser um tanto controladora e protetora, e eu não queria que ela se metesse no meu trabalho. "Você sabe muito bem como é Abigail Parker."

Timothy concordou, com um sorriso solidário. "Minha boca é um túmulo, Bobby. Não se preocupe."

***

O jantar na mansão da família Parker sempre era um evento formal e repleto de etiquetas. O cenário era luxuoso, com talheres de prata, porcelana fina e velas acesas criando uma atmosfera acolhedora. No entanto, havia uma tensão no ar que não era incomum em nossos encontros familiares.

Minha mãe, sentava-se à cabeceira da longa mesa de jantar. Timothy estava à direita dela, enquanto eu ocupava o lugar à esquerda de nossa mãe.

O jantar estava em andamento quando Timothy decidiu trazer à tona o assunto que havíamos discutido anteriormente. "Então, Robert teve uma ideia interessante hoje", ele começou, com um sorriso malicioso.

Eu olhei para ele com uma expressão advertindo-o a não continuar, mas era tarde demais. Timothy continuou com seu relato. "Ele pensou em se disfarçar como assistente na empresa para conhecer melhor os funcionários. O que você acha disso, mãe?"

Minha mãe, Abigail Parker, era uma mulher de aparência impecável, com cabelos prateados e uma postura que denotava autoridade. Ela tinha um olhar sério em minha direção enquanto servia a refeição, e sua expressão revelava que ela estava profundamente desconfortável com o que Timothy tinha revelado sobre meu desejo de me disfarçar como assistente na Parker Technology.

"Robert, você está pensando em fazer o quê?" ela perguntou, com um olhar que poderia congelar um vulcão em erupção.

Minha mãe era uma mulher de ideias firmes e conservadoras, e a simples menção de que eu, o CEO da empresa de família, consideraria se disfarçar como assistente, era praticamente uma heresia para ela.

"Eu só estava pensando em encontrar uma maneira de me aproximar dos funcionários e entender melhor suas necessidades." tentei explicar, sentindo que estava pisando em ovos.

Abigail olhou para mim com um olhar gélido. "Robert, você não precisa se misturar com esse tipo de gente. Você é um Parker, e nossa família tem padrões elevados."

Suspirei, e então decidi argumentar. " Acredito que seja a melhor maneira de melhorar a relação com os funcionários."

No entanto, minha mãe não estava disposta a ceder. Ela tinha um desprezo inabalável pelos funcionários e não gostava nem de pensar em seu filho se misturando com pessoas de classes sociais mais baixas. Ela era contrária à ideia de união de classes sociais.

"Não, Bobby, isso é inaceitável", ela respondeu com firmeza. " Você deve liderar com distinção, não se rebaixando para o nível dos trabalhadores."

"Eu entendo sua preocupação, mãe, mas eu acredito que um líder precisa ser acessível e compreender a realidade de sua equipe", tentei argumentar.

Ela bufou com desdém. "Você está cometendo um erro, Robert. Essas pessoas não têm nada a oferecer, a não ser problemas."

Talvez ela estivesse certa, mas a teimosia e a determinação em mim prevaleceram. "Eu entendo sua preocupação, mãe, mas acredito que isso é necessário para o sucesso da empresa."

Abigail parecia estar processando as informações, mas sua desaprovação era evidente. "Robert, se quer conhecer seus funcionários, existem maneiras mais sensatas de fazer isso e sem precisar se rebaixar ao nível deles. "

Eu sabia que minha mãe não tinha uma visão positiva dos funcionários da Parker Technology, nem de classes sociais diferentes da nossa. Ela era uma mulher de elite, acostumada ao luxo e ao privilégio, e não gostava nem um pouco da ideia de seu filho se misturando com pessoas de renda mais baixa.

"Mãe, eu acho válido para liderar melhor a minha equipe. Eu não quero ser visto como um ‘deus inatingível’."

Ela suspirou com desaprovação, seus olhos fixos em mim como um juiz severo. "Robert, você é o CEO da empresa, deve ser visto como um deus para seus funcionários. Você deve liderar com transparência e integridade, não se rebaixando para entender seus funcionários."

Minha mãe tinha uma visão bastante tradicional das classes sociais e acreditava firmemente na separação entre elas. Ela desprezava a ideia de que eu pudesse me misturar com pessoas de classes sociais diferentes, mesmo que fossem meus próprios funcionários.

Timothy tentou intervir novamente, buscando amenizar a tensão. "Mãe, ele só estava pensando em ficar mais próximo dos funcionários, entende?"

No entanto, minha mãe estava inflexível em sua opinião. Ela olhou para Timothy e depois para mim com um olhar reprovador. "Eu sempre ensinei a vocês a importância de manter a classe e o respeito pelas tradições. Essa ideia é uma ofensa a tudo isso."

Então, minha mãe resolveu recorrer a um argumento que ela sabia que sempre me atingia em cheio. “Vocês devem lembrar que quando o pai de vocês fundou a Parker Technology, ele não foi atrás de nenhum funcionário. Durante todo o tempo em que esteve à frente da empresa, ele nunca precisou se rebaixar ao nível deles, e a companhia sempre teve sucesso."

A menção ao meu pai trouxe à tona uma sensação de desconforto que eu sempre experimentava quando sua memória era invocada. Charles Parker havia sido um homem de negócios notável, que construiu a empresa do zero e a transformou em um império no Vale do Silício. Ele era uma sombra que pairava sobre mim como um lembrete constante das expectativas que todos tinham sobre mim.

Abigail sabia como usar as palavras com maestria para me colocar na posição de uma criança inexperiente, incapaz de igualar as realizações de seu pai. Era uma tática que ela usava com frequência, e eu a odiava por isso.

Timothy olhou para mim, esperando minha reação. Eu respirei fundo, sabendo que não poderia contestar as palavras de minha mãe naquele momento. Ela sempre reverenciou meu pai como um modelo a seguir, e qualquer tentativa de contrariá-la seria em vão.