POV EMMA
Aquele dia estava transcorrendo normalmente, ou pelo menos assim eu pensava enquanto trabalhava lado a lado com Bobby, ou melhor, com Robert, na análise de mercado do tablet da Sullivan Tech. A tensão do incidente anterior, quando discutimos sobre o suposto roubo de informações, havia diminuído, e ambos parecíamos estar nos concentrando em nosso trabalho.
Foi quando Miranda, a colega de casa de Emma, fez sua entrada dramática. Ela se aproximou de Bobby com uma familiaridade que me pegou de surpresa. Antes que eu pudesse processar a situação, ela o beijou nos lábios, o que me deixou chocada. O gesto de i********e entre os dois me deixou atônita.
"Estava com saudades", ela disse com um sorriso atrevido.
Bobby, aparentemente sem saber como reagir, murmurou: "Eu também estava, mas agora estou ocupado."
Miranda ignorou o comentário e se acomodou ao lado dele. Não consegui deixar de notar a i********e entre eles. O ciúmes começou a me invadir, deixando um gosto amargo em minha boca.
Em seguida, Miranda se inclinou em direção a Bobby e mencionou casualmente: "A propósito, você está livre no final de semana?"
Bobby, um tanto surpreso com a pergunta, perguntou: "Por que você quer saber?"
Miranda sorriu de maneira sugestiva e respondeu: "Tenho um evento de trabalho e pensei que seria divertido se você me acompanhasse."
Bobby, aparentemente sem resistência, concordou: "Tudo bem."
Eu os observava enquanto os ciúmes me envolviam. A ideia de Bobby passar tempo com Miranda no final de semana não era algo que eu esperasse ou apreciasse. Fiquei em silêncio, indecisa sobre como reagir.
Miranda notou meu desconforto e tentou amenizar a situação. "Emma, por que você não se junta a nós no final de semana? Seria muito divertido."
Eu forcei um sorriso e disse que consideraria a proposta. Na verdade, meu desejo era recusar e manter distância de toda aquela situação constrangedora. Eu não podia acreditar que Miranda estava agindo assim, e Bobby, apesar de seu desconforto evidente, não tinha se afastado dela.
Eu tentava esconder meu incômodo, sorrindo forçadamente enquanto considerava a oferta de Miranda. "Vou ver se posso ir, Miranda."
Bobby, como se quisesse suavizar o clima, acrescentou: "Seria ótimo se você pudesse se juntar a nós."
Foi então que Miranda olhou para o relógio e comentou: "Seu expediente já terminou, Bobby."
Bobby verificou o relógio em seu pulso e concordou: "É, você está certa. Parece que sim."
Miranda não perdeu tempo e, com um gesto decidido, pegou a mão de Bobby e o conduziu em direção ao seu quarto. Eu os vi se afastando, ainda processando a cena que acabara de ocorrer.
Com ciúmes fervilhando dentro de mim, me senti traída. Eu e Bobby compartilhamos um vínculo de trabalho e algo a mais que estava claramente crescendo entre nós. Ver Miranda entrar na equação e começar a reivindicá-lo me deixou emocionalmente tumultuada. Eu precisava entender meus próprios sentimentos e como lidar com essa situação complexa.
Enquanto observava Bobby desaparecer com Miranda, eu me perguntava o que o futuro reservava para nós. Será que ele sentia o mesmo que eu? Como deveríamos proceder em nossa relação profissional, agora que um elemento inesperado havia entrado em cena? Era um dilema complicado e não tinha uma resposta fácil.
***
Enquanto tentava manter o foco no projeto em minha mesa de trabalho, minha mente continuava a me trair, levando-me de volta ao que poderia estar acontecendo no quarto entre Miranda e Bobby. Os cliques do teclado se misturavam com os pensamentos tumultuados que se acumulavam em minha mente.
Por mais que eu quisesse simplesmente ignorar a situação e continuar meu trabalho, a imagem deles dois juntos não saía da minha cabeça. Um turbilhão de emoções me atingiu, e eu me senti consumida pela incerteza e pelo ciúmes que me corroíam por dentro.
"Concentre-se, Emma", disse a mim mesma em voz alta, tentando retomar o controle. Olhei para o relógio, percebendo que o tempo estava passando rapidamente e que eu precisava cumprir o prazo do projeto da Sullivan Tech.
Eu me forçava a revisar os dados e as estatísticas na análise de mercado, mas minhas mãos tremiam, e eu lia as mesmas informações repetidamente, sem realmente absorver nada. Eu estava perturbada, e minha mente estava longe de ser produtiva.
A ideia de Bobby, o homem que me atormentava com pensamentos confusos e sentimentos contraditórios, na companhia de Miranda, minha amiga de casa, me deixava emocionalmente tumultuada. Eu não podia evitar pensar se eles estavam se beijando, rindo, ou até mesmo fazendo coisas mais íntimas.
Cada minuto parecia uma eternidade, e o som abafado de vozes vindas do quarto de Miranda só aumentava minha agonia. Eu me perguntava o que eu deveria fazer. Deveria confrontá-los? Deveria simplesmente ignorar e tentar manter minha amizade com Miranda intacta?
Finalmente, a porta do quarto de Miranda se abriu, e Bobby saiu, ainda parecendo um pouco desconcertado. Ele se aproximou da minha mesa, e pude ver a hesitação em seus olhos.
"Emma, eu…", ele começou, mas eu o interrompi.
"Bobby, precisamos conversar", disse, minha voz carregada de seriedade.
Ele assentiu, e eu me levantei da minha cadeira, indicando que deveríamos ir para um lugar mais privado.
Caminhamos até a cozinha, onde estávamos a sós. Eu estava nervosa e não sabia ao certo como abordar o assunto, mas a situação não podia continuar assim. Precisávamos esclarecer nossos sentimentos e definir os limites de nossa relação, especialmente considerando que agora éramos colegas de trabalho.
"Bobby, sobre o que aconteceu com Miranda..." comecei, mas ele me interrompeu.
"Emma, eu quero que você saiba que não foi o que pareceu", ele disse rapidamente. "Eu estava apenas e ela..., aí ela me beijou... Só que não rolou nada... nada do que você está pensando que aconteceu, e Miranda... Bem, ela foi insistente."
Suspirei, eu me sentia desconfortável com a situação. "Bobby, eu não quero saber do que aconteceu entre você a Miranda no quarto, mas é importante que sejamos claros um com o outro. Nossa relação é profissional, e agora que trabalhamos juntos, precisamos manter as coisas estritamente profissionais."
Ele assentiu, parecendo aliviado. "Você tem razão, Emma. Eu valorizo nossa amizade e não quero que nada atrapalhe nosso trabalho ou nossa relação."
"Eu também valorizo nossa amizade, Bobby", eu disse sinceramente. "Mas agora temos um trabalho importante a fazer, e precisamos focar nele. Então, o que quer que você e a Miranda estejam fazendo, façam fora daqui."
Bobby concordou, e voltamos à nossa mesa de trabalho, determinados a deixar qualquer tensão ou m*l-entendido para trás e continuar nosso trabalho na análise de mercado do tablet da Sullivan Tech.