CAPITULO V - SEM DESPEDIDAS

1246 Words
Fernando  Não demorei a sair e nem fui até Ana para me despedir, seria difícil para mim me despedir e não sou de muitas firulas. Resolvi pelo prático. Quando terminei a minha mala, segui escada a baixo para a saída onde o carro já me esperava. Mas antes de entrar no carro, não pude deixar de olhar para a sua janela, ali eu a vi confusa e com os olhos curiosos e entristecidos ao mesmo tempo, eu queria poder voltar lá e dizer a ela que me espere, mas então me limito a pegar o telefone e lhe enviar uma mensagem. “ Seis meses passam rápido demais, e logo estaremos perto. ” Escrevi isso de coração acelerado e morto de vontade de subir até a sua janela assim como Shakespeare, mas me contive. Em seguida, eu entro no carro e sigo em direção ao meu destino. Seja ele qual for, eu vou disposto a mover céus e terras para voltar para casa o mais rápido possível, fiquei puto da vida com Liam de ter me mandado para longe da minha rosa. Mas, eu o entendo ele está preocupado de que eu possa machucar Ana. Eu jamais faria isso, mas a máfia funciona de um jeito totalmente diferente. Aqui nós respeitamos as tradições e a família exige que se um homem da Máfia se envolver com uma mulher de família, ele case. E ela não tem voz, não tem direito de escolha, caso ela negue sua sentença é a morte, e Ana além de machucada, ainda tem sentimentos quanto a Daniel e isso complica as coisas para todos. Principalmente para mim, que já a amava antes mesmo de a ver de bem pertinho. Eu não quero me envolver com alguém que está ainda envolvida sentimentalmente com outro, eu não quero ser uma segunda opção ou um socorro quando todo o resto a rejeitar. Eu a quero completa para mim, e talvez só talvez esse tempo afastados nos faça refletir sobre essa nossa relação, ou seja o que for isso que temos entre nós. Com apenas alguns dias eu saquei todo o gerenciamento da venda de armas e drogas dos vermes italianos, umas bestas, a segurança “reforçada” da qual eles se orgulham, para mim se trata de tontos com armas nas mãos. Paola Máximo, a filha do chefe italiano Gioseppe Máximo é uma moça de vida tranquila. Pouco sai de casa e não tem muito amigos, mas observei a interação entre ela e um dos seguranças. É sempre ele a sair com ela, mesmo sendo filha de um chefe, ela sempre sai sozinha com esse segurança, quando na verdade devido a sua posição ela deveria andar muito bem escoltada. Os meses se passaram rápido, todos os dias eu falava com Ana por mensagens e por vídeos chamadas. Ela está bem diferente, talvez envolvida demais na máfia, Dayhenne a treinou para ser a melhor atiradora e pelos relatos ela é. Sinto que estou perdendo boa parte do seu processo de crescimento pessoal e de cura, mas agora eu tenho a certeza de que ela vai estar me esperando quando eu voltar, e eu guardo com todo o carinho do mundo por suas palavras. “ Fernando, já não aguento mais estar tão longe. Eu gostaria de tê-lo perto, mas sei que foi necessário o distanciamento, mesmo que forçado, eu estou aqui e te espero chegar. ” Essa foi uma mensagem que Ana Clara me enviou a uma mês e meio atrás, hoje eu tenho posse de todas as informações que Liam precisa sobre os vermes italianos e amanhã é o dia do meu retorno para casa e eu estou ansioso por tudo. Principalmente para vê-la, para estar em casa. Mas dessa vez eu vou fazer do jeito certo, não vou fraquejar, mesmo que meu corpo tente me trair na minha mente está claro o que devo e o que não devo fazer. Hoje foi um dia exaustivo e tudo o que preciso é da minha cama e de um bom descanso, amanhã é o dia de ver a minha rosa e eu preciso estar impecável para esse momento, mas pelo visto não vou conseguir por estar uma pilha de ansiedade e nervos e admito isso mesmo que pareça ridículo. A noite se arrastou lentamente, fiz corrida, malhei e enfim chegou a hora de ir embora, já tinha tudo pronto, esperava apenas pela hora de partir para não levantar suspeita nenhuma. Os italianos mesmo que umas bestas, são eficientes para rastrear o inimigo e eu estou fora do meu território a tempos demais, saio antes do raiar do sol para tentar chegar a tempo de tomar café da manhã com as meninas, especialmente com Ana. Falei com ela durante algum tempo na noite passada, mas não a avisei sobre o meu retorno esta manhã. Mas dayhenne sabe, e pedi para que ela preparasse um café da manhã especial para nós três. Foram algumas horas de estrada, mas, consegui chegar ao amanhecer. Antes de ir para casa, passei em um lugar especial e comprei flores para Ana e segui para casa com a felicidade de um menino que ganhou doce. Ana já deve estar de pé, e deve estar estranhando já que eu sempre ligo para ela ao acordar. Mas não hoje, hoje eu quero desejar bom dia pessoalmente e bem de perto como eu quis em todos esses 182 dias, nessas 4.380 horas longe dela, quanto tudo o que eu queria era estar pertinho dela. Ao chegar e entrar em casa e primeira pessoa que encontro é Dayhenne. - Linda como sempre irmã! – Falo ao me aproximar e lhe dar um abraço. - Uau, você está mais forte. Flores, Nando? Você ainda... – Fala ela parecendo realmente surpresa. - Sim, agora ainda mais do que anteriormente. – Falo sabendo a que ela se refere e eu agora entenda que todos estavam achando que estava interessado apenas no prazer que Ana poderia me proporcionar. Redondamente enganados, mas as suas opiniões não me interessam e nem acrescentam em nada. Em seguida, entro sem responder nada a Dayh evitando ser grosseiro. Fui até o meu quarto e deixei minha mala, troquei de roupa e desci as escadas em direção a cozinha. Não demorou para que eu a visse descendo as escadas e eu a sigo com o olhar até ela chegar na cozinha, ela anda distraída, e como eu imaginei assim que ela me vê seus olhos se arregalam em surpresa e o brilho que visualizo neles é maravilhosamente lindo. . - Bom dia, Aninha! — Digo sorrindo e me levantando com as rosas que comprei para ela em minhas mãos e a abraço forte e sentindo que esse é o meu encaixe perfeito. Ana não parece ser mais aquela mulher que eu deixei aqui a meses atrás, não essa aqui é uma Ana diferente e eu estou louco para conhecer de perto essa Ana, apesar de saber que eu amo todas as suas faces. - Nando, eu estava com tanta saudade! — Fala ela retribuindo o meu abraço. Não demora para que ouçamos um coçar de garganta atrás de nós e nos separamos, era Dayh que estava parecendo bem desconfortável com aquela demonstração de afeto entre mim e Ana. Após isso nós nos sentamos e eu entrego as flores para Ana, que em algum momento em meio a conversa durante o café se perdeu em pensamentos e me deixou aflito para entender o porquê dessa sua desconexão com o momento.
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