CAPITULO VII - ACERTO DE CONTAS

2161 Words
ANA CLARA MENEZES Hoje o dia amanheceu estranho, estou com uma sensação de algo vai acontecer, tipo algo importante mesmo. Já faz um tempo que me mudei para Portugal e peguei o habito de ficar todos os dias na sala do meu irmão a vista é incrível e eu amo ficar aqui. Estou sentada em uma mesa de madeira maciça, uma mini biblioteca e a janelas que vão do chão ao teto com a vista pro Jardim, hoje já consigo perceber cada mudança de funcionário, objetos e até mesmo os soldados dele. Me pego perdida em pensamentos quando uma batida na porta me faz retornar a realidade, só pode ser duas pessoas Dayh ou Nando, ou nenhuma outra alma bateria nesta porta. Nando e eu não saímos daquele chove e não molha, entendo ele mas tem vezes que quando já estamos quase incendiando tudo ele se afasta e me deixa na mão. E isso me irrita bastante, as vezes sinto que estou parecendo uma ninfomaníaca, mesmo não sendo. As vezes é irritante, mas eu o entendo. E logo lhe farei uma bela surpresa! Assim que autorizo a entrada, vejo Dayh entrar um com uma pasta na mão. - Oi Ana, recebi mais um pedido para a Hela fazer. — Diz Dayhenne colocando a pasta sobre a minha mesa. Uma ano e meio em Portugal e eu consegui o que queria, me tornei a mulher forte e decidida, a mulher que eu sempre quis ser, aquela que é referência em tudo o que faz, mas para chegar até aqui foram muitos dias de luta. Me tornei uma Sniper a mais cobiçada para realização de acertos de contas e como todos na máfia tem uma espécie de pseudônimo, eu adotei o nome de Hela. “HELA: A Deusa da morte e rainha do submundo” Sinto a adrenalina no meu corpo se ascender, antes eu curava minha ansiedade na balada, no sexo e na bebida, mas hoje meu corpo arrumou um novo modo de se curar “na adrenalina de atirar”. Dayh percebe que não me pronunciei e continua. -Temos uma solicitação de queima de arquivo de um homem com idade em torno dos 60 a 70 anos, casado e não consta filhos e o motivo é que ele deve milhões a um capo local e ainda sabe mais coisas do que deveria e anda o ameaçando . — Diz dayh e é sempre isso, os motivos nunca mudam. - A mulher está inclusa no pedido? – Pergunto pois tenho que saber quanto cobrar pelo serviço. - Na verdade não especificou não, marquei uma reunião as 19 Horas, para você finalizar os detalhes, mas algumas informações estão aqui. – diz apontando para a pasta em minha frente. - Ok vou analisar e descobrir se é um aliado. – digo. Me sento para avaliar os documentos e quando abro não acredito no que meus olhos leem, esse caso vou pegar com gosto, com todo o gosto do mundo. Ligo pra Dayh. - Alô, Ana aconteceu algo? Acabei de sair daí. – diz ela assim que atende, é a convivência comigo mudou um pouco ela - Dayh cancela a reunião e não preciso de mais informações, apenas retorne ao contratante e diga que vou pegar o caso e que ele ganhou um desconto de 20% como um presente meu e que a mulher também será executada. - Ana o que esta acontecendo? – pergunta ela uma vez que nunca fiz isso. - Nada, esse senhor é alguém que já me deve a muito tempo! Eu na verdade não deveria cobrar, será mais como um acerto de contas meu. – respondo do sem dar muitas informações sobre quem seria. Me programo para iniciar a missão amanhã, ligo para o piloto e aviso que sairemos pela madrugada, por volta das 3:00 pois tenho interesse em chegar no horário do almoço no Brasil. Vejo que já passou das vinte horas, passei o dia todo nessa sala, me arrumo e sigo em direção ao meu quarto, acho que vou sair para comer algo, talvez um restaurante preciso comer e no caminho encontro Fernando já que seu quarto é ao lado do meu. - Oi Aninha, como você esta? – pergunta ele me abraçando. - Bem, apenas me preparando para uma missão no Brasil amanhã. - Vai deixar a HELA trabalhar é?– diz ele curioso. - Sim, vou fazer um acerto de contas lá. Saímos juntos para jantar e depois voltamos para casa e devido ao meu pré estresse pelo dia de amanhã não rola nada nem mesmo um beijo. Assim que entro no meu quarto tomo meu banho e deito na cama, m*l consigo dormir. Levanto arrumo minha mala, e hoje se encerra um ciclo que foi por muito tempo uma carga que carreguei comigo, uma marca do tormento que tive em toda a minha vida. As 2:30 já estou no carro, um dos seguranças do meu irmão vai junto comigo, chego a pista de pouso, e vejo o Jatinho me esperando. Sou acomodada devidamente pela aeromoça que não me é estranha, mas deixo isso pra lá. As horas vão passando e controlo minha ansiedade, assim que pousamos vejo que vai ser divertido. - Bom dia Senhora. – o segurança me diz abrindo a porta do carro. - Bom dia Benjamin, siga em direção da casa dos meus pais. — Falo e ele me olha pelo retrovisor e em seguida responde. - Sim senhora. Ficamos em silêncio, abro minha maleta, separo minhas bebês, coloco o silenciador. - Senhora, chegamos. - Obrigado Ben, me espere do lado de fora só alguns minutos os outros já estão a postos. – digo e ele assente sem tirar os olhos do retrovisor por onde me olha. Preciso de um momento para me recompor, essa não será uma tarefa fácil ainda mais sabendo de tudo que aconteceu. Saio do carro e vejo o porteiro que já me conhece e me deixa subir. Toco a campainha e quem atende e minha mãe o que já acho estranho. - Oi mamãe. – digo sarcástica, pois a mesma esta parada com uma cara assustada. Entro na casa sem ser convidada e um dos seguranças fica na porta, faço o sinal que esperem ali mesmo e nenhum me acompanha. - Cadê o papai? Preciso conversar com ambos e acho que não da para esperar. - O que você esta fazendo aqui? — Ela pergunta sem acreditar que estou na frente dela - O que? Não esperava que sua filha vagaba fosse retornar para cobrar o que vocês fizeram comigo? Aaah, como são inocentes... Mal termino de falar meu pai entra na sala fica igual uma estátua parado no mesmo lugar que estava quando me viu. - Bem vi do papai, está feliz em me ver? Nem precisa responder, eu sei que estão aterrorizados em me ver aqui, arma principalmente não é mesmo? — Falo apontando minha bebê para ele. Vejo Liam entrar e me olhar e ali eu soube que ele e eu teremos uma longa conversa sobre o que vai acontecer aqui, mas não voltarei atrás de jeito nenhum.. - Oi princesa, não acredito que começou a festinha sem mim. — Fala ele dando um beijo em minha testa. - Não sabia que queria um pouco de diversão também... — Respondo o olhando. Meu pai tenta correr mas e tarde demais, meu segurança já lhe deu um belo soco que o fé voltar para onde estava. - Fraco! Nós m*l começamos e ele já caiu e você mamãe vai querer do jeito fácil ou difícil? Se sente no sofá que vamos conversar. – Falo vendo a mesma se encolher. - Porque esta fazendo isso minha filha?- diz ela com voz de choro. Vou até a mesma seguro seu rosto e olho em seus olhos e espero que ela veja todo o ódio refletido neles. - Eu já vou explicar. “Eu nunca quis me tornar quem sou hoje e nem quem fui, eu sempre tentei de várias formas buscar a atenção de vocês, o carinho, amor, admiração mas vocês nunca me virão, quando eu matei o Abraão foi porque já não aguentava mais os anos de abusos* e o que vocês fizeram NADA, simplesmente fecharam os olhos.” “Quando comecei a sair, vocês nem notaram, quando virei acompanhante pouco importou, quando o Theo fez o que fez, NUNCA Importou.” “Vocês sempre só queriam saber do dinheiro, status, eu sempre quis apenas ser amada por vocês, ser vista, não me orgulho do que irei fazer porque apesar de tudo vocês são meus pais, mas será uma forma de encerrar um ciclo de dor e sofrimento que nunca deveria ter existido na minha vida. Vocês deveriam ter me amado!” “Porque vocês nunca me amaram ?” Vejo o medo no olhar da minha mãe, enquanto meu pai gargalha e chora, mas ambos nada dizem. Liam somente olha e quando fala só sinto frieza e logo ele também começa a falar. “Sabe quando eu era pequeno queria conhecer meu pai e saber o que levou ele me abandonar, mas olhando pra você, agradeço por isso. Você não passa de um verme, que não merecia nunca nem mesmo ter nascido, vocês são uma vergonha pra essa humanidade.” Depois de dizer isso ele se levanta e atira na perna do meu pai. Eu atiro na mão dele, minha mãe apenas coloca a mão nos olhos e chora muito, continuamos com os disparos e vejo que ele esta perdendo muito sangue. Vou até ele e olho em seus olhos e digo . Que você queime no inferno. E atiro no seu peito dando por aquilo tudo por encerrado, e só o que eu quero é sair daqui. Viro pro meu irmão e lhe estendo a mão que ele logo entende que quero sair dali, mas antes que eu ande me viro e digo a minha mãe. - Sabe mãe, seu castigo vai ser ver ele morrer, mas daqui a pouco você o ira lhe acompanhar. Após isso dou o sinal para que meus homens entrem. - Aproveitem e façam o que quiserem mas não se esqueçam de filmar o seu último suspiro, preciso da prova pra enviar ao contratante. E após minhas palavras a porta se fecha e escuto as rajadas dos tiros, provavelmente terminando o serviço que eu e Liam começamos. Saímos do prédio como se nada tivesse acontecido, e seguimos para o apartamento do meu irmão, não vejo a hora de me deitar e descansar. Amanhã Dayh e Fernando chegam e nos poderemos passar um tempinho todos juntos aqui no Brasil Brasil quem sabe assim poderemos também conseguir fazer com que Liam volte para portugal. Dentro do carro o clima e de tranquilidade, mesmo eles sendo meus pais, nunca fizeram diferença na minha vida, e aprendi a guardar meus sentimentos pra mim mesma. Quando chegarmos lá vamos conversar. – fala Liam. Ok. – respondo. Não demoramos a chegar e logo que entramos no apartamento eu vou andando na frente mas Liam me segura pelo braço e indo vira de frente para ele e me olha nos olhos. - Vocês está bem? Por que não avisou? — Pergunta ele e eu apenas sorrio e o abraço. - Você é sempre tão atencioso! Não avisei por que pensei que não gostaria de me envolver nisso. — Fala me soltando do abraço de segundos atrás. - Realmente, não queria que você fizesse isso! Inclusive nem eu mesmo fiz por não querer te fazer sofrer, e só mais uma vez você me surpreende! — Fala Liam me olhando. - Maninho, você precisa me conhecer melhor! Acho que não nos conhecemos mais. — Falo sorrindo e ele também sorri. - preciso descansar, estou desde as três da manhã ligadona! – Falo e Liam me da um beijo na testa e sorri. - Tudo bem, amanhã teremos um longo dia e sairemos para almoçar! Dayh e Fernando vão chegar pela manhã e nós iremos todos juntos. — Fala ele e eu sorrio. - E vamos onde? — pergunto e Liam coca a garganta e eu sei que aí tem coisa. - Vamos almoçar na casa de Cristian e Lara, junto com todos os outros! O segundo filho d Cristian e Lara nasceu e é um almoço em comemoração. — Fala ele e eu sinto nada vezes nada. Assinto e entro em meu quarto, caminho para o banheiro e tiro toda a minha roupa para um belo banho e me jogo na cama pelada mesmo pois isso é libertador, aqui não tem aquele meio mundo de homens pra todo lado e nem mesmo risco de alguém entrar no meu quarto além de Liam, mas ele sempre bate antes. Demoro um pouco a dormir, estou com aquelas imagens na cabeça, aquele louco rindo e chorando ao mesmo tempo, isso foi cômico e até assustador. Viro de um lado para o outro na cama até que consigo pegar no sono.
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